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24 de agosto de 2010
Lady Pirata
As circunstâncias mudaram… e para pior.
Valoree nunca mais voltaria a assumir a identidade de seu falecido irmão e cruzar os oceanos com o apelido de Capitão vermelho.
Nunca voltaria a comandar a seus piratas para recuperar os direitos que lhe correspondiam por nascimento e procurar os assassinos de seu irmão.
Agora, era a herdeira do Castelo Ainsley, e o executor do testamento não entregaria esse magnífico patrimônio a uma moça pirata solteira e a sua infame tripulação embora fosse à única descendente direta.
As condições da sucessão estavam claras, se quisesse herdar tinha que casar-se com um nobre… e ficar grávida.
Assim que se inteirou das más notícias, a virginal pirata decidiu voltar aos mares, mas a tripulação tinha submetido o problema em votação, e ela faria qualquer coisa por esses malandros que constituíam sua única família.
Assim, a contra gosto, aceitou seu destino e terá que se transformar em uma dama elegante e refinada com a ajuda de uma prostituta que fará a sua tia e sua alegre tripulação, que se tornará seu séquito de servos.
No entanto, uma coisa é clara: só se casará se ela conhecer um corajoso homem de caráter e que não tenha medo de uma Lady Pirata...
Daniel, Lorde Thurborne, precisa de uma esposa, e Valoree é um sopro de ar fresco e a mulher mais incomum que já conheceu.
Disposto a ajudá-la na busca de um marido, Daniel em breve sucumbirá aos encantos da moça, caindo em sua própria armadilha.
Prólogo
Caribe, fins de 1700.
A água estava calma como um espelho, capturando a luz da lua e das estrelas que piscavam em cima, refletindo só a luz necessária para que o navio que deslizava diante deles parecesse negro e semelhante a um fantasma na escuridão.
De sua posição, à frente da pequena canoa que ela montava, Valoree fez sinal, e os homens dos remos reduziram a marcha imediatamente. Com outro sinal, os marinheiros levantaram seus remos da água, e a embarcação deslizou silenciosamente ao lado da embarcação maior. Imediatamente, os do lado esquerdos retiraram ganchos atados em longas cordas e jogaram-nas assobiando pelo ar até agarrar-se ao corrimão superior.
Esperaram por um momento, contendo o fôlego observavam o lado do grande navio, sustentando as linhas e permitindo que sua embarcação fora arrastada pelo impulso do navio maior.
Por fim, quando não se levantou nenhum grito de alerta, todos os olhos se voltaram devagar para Valoree.
Ela devolveu-lhes o olhar, sabendo que estes homens a viam como um jovem magro… Realmente, pouco mais que um menino. Todos menos Henry.
Apenas ele sabia que Valerian, o jovem irmão de seu falecido capitão, que tinha servido como um grumete durante os últimos oito anos era realmente uma moça.
É claro que ele sabia; foi ele quem tinha sugerido a farsa há tantos anos, quando Jeremy — seu capitão e irmão — havia revelado que queria mantê-la a bordo de um navio cheio de piratas.
Sim, todos estes homens pensavam que era um rapaz jovem e sem experiência. E ainda assim, eles tinham jurado segui-la.
Só um desejo de vingança poderia fazer que duas dúzias de homens, todos assassinos e vândalos, seguissem alguém que sempre tinham considerado como um rapaz imaturo, um irmãozinho ou um filho mimado e malcriado. E a vingança que teriam. Olhando para a água, Valoree olhou seu reflexo. Seu corpo era magro — ela era esbelta, mais que musculosa — e tremia de antecipação. Durante um momento, viu que seus olhos já não eram o daquele jovem que se movia facilmente entre estes homens, rindo e conversando enquanto faziam suas tarefas. Não, agora seus olhos pareciam velhos, duros, amargos pela perda recente. Uma perda que também compartilhavam com estes homens.
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