Desde que Sarah conheceu James, o cunhado de sua irmã Brianna, apaixonou-se perdidamente, mas não era recíproco.
Por isso decide esquecê-lo e refazer sua vida. James entregou seu coração a Helen McBree depois de pensar que não voltaria a amar outra mulher que não fosse Brianna, sua cunhada.
Sem pensar muito, casa-se com ela e assim começa o que ele pensava que seria um amor que durariam para sempre, conhece a felicidade e em véspera do nascimento de seu primeiro filho, a vida lhe arrebata à mulher que ama, fazendo–o sumir na pena e na dor.
Os caminhos de James e Sarah voltam a se cruzar quando ela decide, depois da morte de seu marido, dedicar sua vida a Deus. James irá até ela em um intento de ressarcir o dano ocasionado no passado. Fará por sentimento de culpa?
Poderá salvar Sarah de outro erro com sua decisão? Ambos descobrirão que terão que se perderem para encontrarem-se.
Capítulo Um
Abadia do Melmesbury, Inglaterra 1467.
Querida irmã, desejo que, à chegada desta carta, tanto você como meus sobrinhos gozem de boa saúde, esta missiva tem um motivo e é te informar que dentro de um mês, finalmente, me ordenarão monja, deixarei de ser uma noviça para consagrar minha vida a Deus, Nosso Senhor.
Desejo expiar todos meus pecados. Só você e o Senhor sabem pelo inferno que passei junto a meu defunto marido. É meu desejo ver minha família antes de minha ordenação, já que depois desse momento não poderei voltar a vê-los nunca mais, e essa é minha maior dor.
Espero uma pronta resposta, amo-te Brianna, devo-te minha vida e durante o que dela reste, rezarei por você e sua família. Sarah MacFerson.
— Tudo isto é sua maldita culpa, James! – grita minha cunhada quando acaba de ler a carta. Eu a olho sem saber de que demônios fala, rompe em pranto e parte deixando a missiva em cima da mesa. Meu irmão parte atrás dela tentando acalmá-la, em seu estado não é bom que se altere.
Sei que não devo, mas se não ler a notícia que a pôs assim não saberei do que me culpa, surpreendo-me quando leio de onde provém e mais ainda quem a escreve,
Sarah? Sua irmã Sarah está em um convento desde quando? Defunto marido? Que demônios é tudo isto? Mentiria se dissesse que durante estes cinco anos não pensei na pequena Sarah.
Quando a conheci tinha quinze anos, eu já tinha conhecido a minha esposa Helen e a partir desse instante nada nem ninguém me importou mais.
Ela com a ingenuidade da infância se declarou para mim, sentime pressionado e devo reconhecer que não acertei muito em minhas palavras para rechaçá-la; era jovem e não pensei na dor que podia lhe causar. Agora, depois de tanto tempo, pergunto-me o que aconteceu em sua vida, porque está a ponto de ordenar-se monja de clausura, de que pecado fala? Essas respostas só Brianna as tem e estou disposto a escutar o que aconteceu a Sarah MacFerson em todo este tempo.
— Não, Alexander! Não peça que me acalme, você não sabe o que guardo calada todos estes anos, não sabe o que presenciei quando fui ver minha pequena irmã na casa de MacFerson – gritava furiosa minha pequena cunhada.
— Pois me conte o que guarda calada durante cinco anos, acha que não percebi? Depois de voltar de visitar sua irmã algo tinha mudado, conheço-te Brianna – responde meu irmão.
— Apóio meu irmão, Brianna – digo entrando na biblioteca onde os dois se refugiaram.
— Você não tem nenhum direito de exigir nada, durante cinco malditos anos não se importou com a vida de minha irmã, que continue sendo assim.
— Tem razão, mas quero saber por que faz cinco anos perdi uma irmã – desde que me casei com a Helen o tratamento de Brianna comigo mudou para sempre.
— Meu afeto por você mudou no momento que destroçou o coração de minha irmã, obrigando-a a casar-se com um homem vinte anos mais velho que ela, mudou no momento que vi minha irmã amarrada, enquanto seu marido permitia que seu filho a violasse, mudou no momento que tive que matar esse bastardo – disse mortalmente calma.
— Meu Deus! – sussurrou horrorizado meu irmão. Tenta aproximar-se de sua esposa, mas ela não o permite. — Não me olhem assim! — gritou ela — Era minha irmã que estava sendo violada!