Lady Eleanor Palmer, uma jovem e prática viúva, quer uma família própria.
Seu primeiro casamento foi uma aventura desastrosa, por isso, desta vez, nada quer além de um homem apropriado. E absolutamente não, “quem” ela está procurando? Não o impulsivo malandro do Duque de Hampshire.... Embora o amasse secretamente, por muito tempo, mais do que conseguia se lembrar.
Nicholas Langford, o Duque de Hampshire, sempre contou com o humor e bom senso de Eleanor. Quem mais poderia guiá-lo através de um escândalo com risos e graça? Ele faria qualquer coisa para garantir a felicidade de sua velha amiga, até mesmo ajudar Eleanor a encontrar um adequado novo marido.
Quando Eleanor faz planos para uma nova vida, sem ele no centro, Nicholas percebe a profundidade de seus próprios sentimentos. Mas ele não pode oferecer a Eleanor nada do que ela pensa querer. Como poderá convencê-la de que ele é tudo o que ela realmente deseja?
Capítulo Um
Maio 1801, Londres
A parte mais difícil em dizer ao seu irmão, novamente, que ela estava deixando sua casa, era sobre o quanto Eleanor queria ficar. Não era todo mês que uma mulher se tornava tia pela primeira vez.
Mas ela não poderia manter emprestada a família de seu irmão. A casa de seu irmão. Não quando ela já tinha tido sua própria casa.... bem, quase. Não quando ela estava determinada a ter tudo isso novamente.
― Não seja bobo, Sidney ― ela disse suavemente, olhando para o canto de trás de seu guarda-roupa recém-esvaziado. ― Você e Mariah não precisam de mim ao redor, agora que você tem o seu primogênito com o qual se ocupar. Você vai ter essa ala inteira cheia de babás e tutores, dentro de uma semana.
Ela tinha retirado todos os seus vestidos? Seus sapatos, seus xales? Certamente que ela tinha, porque eles cobriam a cama e as cadeiras em grandes derramamentos de cores. Os perfumes de cânfora e flores secas preenchiam a sala, suaves, mas inconfundíveis. Ela empurrou os rebeldes cachos castanhos para trás, firmando seus grampos mais apertados. Embalar suas coisas seria muito mais fácil se o seu irmão mais velho não tivesse enviado sua criada de quarto, em alguma missão inventada, como o Marquês arrogante que era. Mas não importava. Ela não tinha sido esposa de Palmer, por cinco anos, e sua viúva por três, sem aprender a fazer algumas coisas ela mesma.
― Eu duvido que vá encher toda a ala. ― Sidney, Marquês de Athelney, parecia tenso, embora ele conseguisse dar um sorriso. ― Pelo menos não até que o bebê fique velho o suficiente para um tutor.
Cruzando o espaço para poltrona favorita de Eleanor, diante da lareira, ele jogou um xale do assento para o chão e deixou-se cair na poltrona. O dia estava muito bom e a lareira permaneceu apagada, mas ele esticou os pés como de hábito. ― Ellie, eu queria que você ficasse. Com o Parlamento em sessão e tantas noites ocupadas com esses assuntos, Mariah poderia usufruir de sua companhia. Ela ficará em repouso por pelo menos uma semana.
Eleanor olhou para o xale, estendido pelo tapete, modelado como uma serpente adormecida. ― Eu sei o que você está fazendo. Você está tentando tornar, ainda mais difícil, para eu fazer as malas.
Sidney deu um sorriso que, de alguma forma, misturavam inocência e astúcia diabólica. Ele era muito mais loiro do que Eleanor, com cabelos claros bem-comportados e pele mais sardenta, mas quando ele usava essa expressão, a semelhança entre os irmãos era inconfundível.
― Você, seu criador de intrigas. Bem, não vai funcionar. ― Eleanor ordenou os sapatos na cama, combinando chinelos, calcanhar com calcanhar. ― Tenho a intenção de me casar novamente. Eu já o queria a dois anos, desde que eu terminei meu luto por Palmer.
― E você pode se casar novamente. Claro que você pode. Apenas, espere para sair na sociedade até…
― Aguarde até.... Espere até. Espere até o que? Sempre há algo para esperar. ― Com seu arroubo de impaciência, um olhar cansado contraiu as feições de Sidney, novamente, e ela cedeu. ― Você tem que entender. Como vou encontrar um novo marido se eu ficar aqui com Mariah e o bebê durante toda a temporada?
Sidney teve que admitir a solidez de sua pergunta. ― Mesmo assim. Não é certo para uma respeitável viúva se tonar hospede de alguém quando você poderia estar vivendo com a família.
Ah. Sobre isso. ― Eu não estou me tornando exatamente uma hospede, Sidney. Eu estarei vivendo em…
― Pronta para ir, Ellie, vamos embora de Athelney Place? ― Um belo rosto familiar apareceu na porta do quarto. ― Pelo amor de Deus, você tem mais roupas do que uma cortesã.
Nicholas Langford, o Duque de Hampshire, falou logo que ele entrou no quarto.
A visão de seu velho amigo sempre fez Eleanor sorrir. ― Olá, Nicholas. Eu não vou nem perguntar como você sabe quantas roupas tem uma cortesã.
― Eu diria que a resposta é óbvia.
Para cobrir uma risada, Eleanor soprou um fio errante de cabelo longe de seu rosto. ― Sim, bem. Sarah já embalou a maioria das minhas coisas, mas Sidney mandou-a para o peixeiro antes que ela pudesse terminar com meus vestidos e sapatos. ― A maioria deles era velho e fora de moda, mas ela tinha o hábito de não descartar qualquer coisa que pudesse ser aproveitado.
― O peixeiro? ― Nicholas disse. ― Realmente, Sid, você poderia ter pensado em algo mais plausível do que isso. Ninguém vai para o peixeiro às onze horas em um sábado.
Sidney o ignorou, virando seu corpo magro na poltrona para enfrentar o Duque.
― Espere. A que se refere com essa pergunta que fez a Ellie “pronta para ir”? Vocês dois estão indo para algum lugar juntos?
Tantas suspeitas. Eleanor sorriu. ― Como eu estava prestes a dizer-lhe, eu vou ficar na casa da mãe de Nicholas. Não é maravilhoso?
Sidney se recusou a concordar que aquilo era maravilhoso. Em vez disso, ele franziu a testa com o tipo de severidade que alguém só poderia dirigir a um irmão ou um amigo de toda a vida e, agora, cada um deles estava recebendo todo seu aborrecimento.
― Todo esse negócio de Ellie deixar Athelney Place foi idéia sua, não foi?
O Duque ergueu as mãos, as sobrancelhas negras erguendo-se com malícia.
― A ideia foi de Ellie. Completamente. Eu juro, eu sou inocente. Eu simplesmente concordei que ela poderia usar a casa de minha mãe, enquanto que a boa senhora está residindo em outro lugar, no momento.