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26 de junho de 2011

Ninguém Foge Do Destino



Era nisso que Garrick Devlin acreditava quando sua esposa o abandonou, depois da guerra. Agora fora enganado por uma mulher, outra vez.

O homem que contratara para trabalhar em seu jornal no Texas, revelou-se uma mulher intrometida, ianque até a raiz.

Mas o pior era que aquela beleza estonteante o atraia, embora soubesse perfeitamente que não se podia confiar numa mulher.
O amor enxerga com o coração, não com os olhos.
E o coração de Maggie ansiava por Garrick Devlin e seu filhinho.

Mas Garrick aprenderia a confiar nela? Ou uma tola reação de seu passado destruiria para sempre a recém-encontrada chance de ser feliz?

Capítulo Um

Bryan, Texas. Janeiro 1869

A diligência estava atrasada. Nenhuma novidade, pois o veículo jamais chegava no horário.
Assim, não era a demora o que parecia enervar Garrick Devlin, sentado num banco do lado de fora do Hotel Bryan sob o sol da tarde, local onde os passageiros costumavam descer.
O que o fazia consultar o relógio de bolso a cada cinco minutos era a idéia de quem estava para regressar à sua vida a qualquer momento.
Lembrava-se de que ela lhe tinha dado aquele pente de marfim entalhado no primeiro Natal que haviam passado juntos, como marido e mulher.
Fora no meio da guerra, quando dinheiro para presentes e celebrações se tornara escasso.
Então havia conseguido licença para passar as festas de fim de ano em casa e a alegria de se ver livre dos horrores do campo de batalha e da ameaça constante de morte transformara aquele pequeno recanto do Texas num verdadeiro paraíso.
Claro que aquela licença fora dois anos antes de uma bala ter lhe estraçalhado a perna direita logo abaixo do joelho.
Quando acordara no hospital do Exército e descobrira que o cirurgião lhe amputara o resto da perna, soubera que o paraíso era apenas uma lenda.
Simplesmente não existia.
E agora ela estava voltando para casa, de acordo com a carta que recebera.
Cecília, a esposa que um dia o amara tanto a ponto de passar privações para lhe comprar um presente de Natal.
A mesma mulher que o abandonara, enojada, na manhã seguinte em que o vira regressar da guerra apoiado em muletas, sem parte de uma perna.
Diabos.
Queria se levantar agora e andar de um lado para o outro para aliviar a tensão.
Mas por nada deste mundo se exporia aos olhares curiosos daqueles desocupados reunidos na porta do saloon.
Odiava a maneira como mancava, embora sua deficiência não fosse assim tão pronunciada, especialmente depois que mandara fazer uma prótese de madeira numa das mais conceituadas fábricas do país.
Pudera, enfim, ver-se livre das muletas, passando a utilizar uma bengala.
Contudo, parecia não ser possível escapar de ser o foco das atenções, pois logo um dos membros do grupo atravessou a rua e o abordou.
— Como vai, Garrick? Um belo dia para janeiro, não?
— Suponho que sim — ele respondeu seco, desejando que o velhote o deixasse em paz.
— Você está se locomovendo com muita facilidade, muita mesmo

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