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17 de julho de 2011

O Bárbaro




Bretanha, 65 d.C.

O poder de uma paixão!

Assim que viu o brilho perigoso nos olhos do soldado romano, Wynne soube que estava perdida.

Não podia se esquecer, contudo, de que era celta, e ele, um inimigo de seu povo.

Mas como resistir àqueles olhos cor de âmbar que acariciavam cada curva de seu corpo e aos braços fortes que a faziam derreter-se de paixão?

Aquela deusa loira era um fruto proibido, mas Valerian achava impossível resistir a tão suave e inocente flor em botão, cuja pele sedosa e doces lábios de mel o incendiavam de desejo!
Uma necessidade premente e incontrolável o dominava diante de tanta formosura, e Valerian viu-se dividido entre o dever e a lealdade, e o anseio de conquistar aquela mulher de corpo e alma, e fazê-la entregar-se ao êxtase da paixão...

Capítulo Um

O céu estava escuro, e a lua cheia não conseguia ven¬cer as nuvens que a cobriam como um manto.
Sob o firmamento, aninhada em um bosque de pequenas árvores, localizava-se a tribo dos Parisi, com suas pitorescas cabanas, que faziam lembrar cogumelos com seus telhados redondos cobertos de palha, formando um círculo.
No centro da aldeia erguia-se a cabana de Adair, o sábio, o poeta.
Em seu interior reinaria um silêncio absoluto, não fosse pelos murmúrios emitidos pela jovem Wynne, que se debatia no sono entre as peles macias que forravam seu leito.
— Não... Não... Por favor... — ela murmurava baixinho às imagens que povoavam seu sonho.
Suas vestes estavam úmidas de transpiração e os cabelos loiros enrolados em seu pescoço como uma fita dourada.
Os olhos azuis repentinamente se abriram, dilatados de terror, e ela se sentou com ímpeto, olhando ao redor.
Estava sozinha. Não havia nenhuma evidência de que alguém estivera ali enquanto dormia.
As chamas ainda crepitavam na lareira da frente e na dos fundos, e as grades de proteção continuavam nos devidos lugares.
A porta estava fechada.
Permanecia, contudo, aquela sensação angustiante de perigo iminente.
Trêmula, Wynne se levantou da cama feita de barro e palha e caminhou até a porta.
— Foi apenas um sonho — murmurou consigo mesma.
Mas parecera tão real... Seu coração ainda batia acelerado e seu peito arfava.
A noite estava calma.
Seus olhos perscrutaram a distância, encontrando a magnificência da fogueira tribal, perpetuamente acesa com o fogo da vida.
A sensação de que algo estava errado continuava forte.
Nem mesmo a paz ali reinante conseguia vencer o medo que se apoderara de sua mente. Algo terrível estava por acontecer.
Não com ela, mas com outra pessoa.
A espaçosa sala estava mergulhada na penumbra, com os últimos resquícios de luz emprestados pelas brasas nas lareiras.
Wynne atravessou-a como que em transe, cogitando aonde seus familiares poderiam ter ido.
Seu pai? Sim, agora ela se lembrava de que o pai participaria da caçada que aconteceria naquela noite.
Ele a avisara, no momento em que ela se recolhera, que iria se encontrar com Cedric, o chefe da tribo, em sua cabana.
As mulheres não costumavam acompanhar os homens nessas empreitadas.
Onde estaria Brenna? Não era a primeira vez que Wynne acordava durante a madrugada e dava pela falta da madrasta.

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