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3 de abril de 2010

O Cavaleiro Ideal







Montanhas Escocesas - 1715

Se não os houvesse coberto com edredons e grossas mantas,
seus membros, estariam tremendo de medo e de desespero, tinha que partir.
Catherine McLane tinha cochilado ocasionalmente a noite anterior, mas não havia possibilidade alguma de que dela dormisse esta noite.
Um rangido do chão de madeira no corredor lhe fez conter a respiração, escutando enquanto os passos desiguais passavam sua porta e se perdiam ao longe. Esse era o vigilante fazendo suas rondas.

Capítulo Um

Agora! Ela tinha que ir agora. Esta era sua única ocasião de fugir.
Levantou-se e sacudiu a saia cheia do vestido negro de luto que tinha usado para deitar-se.
Cinza escuro devido às múltiplas lavagens que lhe tinha dado durante os dois anos que tinham passado da morte de seu pai.
Era o vestido mais escuro e mais robusto que possuía. E por sua condição desbotada, ninguém pensaria que a portadora era a herdeira das terras e do castelo e de seu pai.
Jogou a um lado as cobertas e um edredom, e empurrou as mantas para simular que ainda estava dormindo.
Arrumou um pescoço de pele de raposa vermelha no travesseiro e rogou por que se parecesse com seu próprio cabelo vermelho.
Assim a criada pensaria que dormia até mais tarde e não entraria no quarto até que estivesse o bastante longe para descobrir seu engano.
Necessitaria cada minuto que pudesse ganhar para fugir do castelo para um refúgio onde ninguém pudesse encontrá-la.
Por um tempo pelo menos. Andando nas pontas dos pés foi para o arca situado ao pé de sua cama, abriu a tampa e ficou tensa quando chiaram as envelhecidas dobradiças. Aspirou em uma respiração rápida e escutou, mas não ouviu ninguém.
Sentia-se como um gamo assustado olhando fixamente o extremo da flecha de um caçador.
Tirou o pacote que tinha preparado anteriormente essa tarde com uma troca de roupas e de alguns mantimentos que tinha podido roubar da mesa sem que ninguém o notasse.
Tinha envolvido tudo em um grande xale firmemente tecido e tinha os laços colocados para sustentá-lo através de seus ombros, lhe deixando as mãos livres para dirigir seu cavalo.
Calçou seus sapatos mais robustos e meteu sua adaga na faixa negra amarada ao redor de sua cintura.
Movendo-se na claridade da lua que brilhava nas estreitas janelas de seu dormitório, agarrou um xale grande negro da cadeira, e o atou sobre seu cabelo,
Puxando-o sobre seu rosto para cobrir a pele pálida que estaria exposta na escuridão da noite.
Com exceção de seus próprios e rápidos batimentos de seu coração, escutou somente o vento do verão deslizar-se através dos corredores no velho castelo cheio de correntes.
Possivelmente se o castelo tivesse estado em um estado melhor e as arcas de seu pai mais cheias, não a teriam prometido em matrimônio a seu bruto vizinho.