
Olívia precisava encontrar coragem para dizer ao jovem marquês que ansiava por seus beijos.
Como descrever para aquele homem frio e altivo o sentimento que lhe invadia o coração, a ponto de explodir num fogo de desejo?
Capítulo Um
O silêncio reinante no bar da Hospedaria da Águia Dourada era bem pouco comum.
Situada próximo ao cais do porto, na cidade de Dover, costumava ser muito freqüentada por marinheiros e por aqueles que consertavam e abasteciam os navios.
O denso nevoeiro que cobria a cidade parecia penetrar até mesmo nos salões da hospedaria e somente o barulho da lenha queimando na lareira parecia aliviar o frio, a umidade e a tristeza daquela noite.
O proprietário da Águia Dourada ficava o tempo todo de olho na porta, esperando que alguém entrasse.
Contemplava sem cessar seu único freguês, que estava sentado diante da lareira, com as longas pernas estendidas.
Ele inclinou-se para frente e serviu-se mais uma vez da garrafa que estava a seu lado.
Isso tornou o proprietário ainda mais ansioso.
Não que o freguês estivesse abusando, mas a garrafa da qual bebia era do melhor conhaque francês e a única da hospedaria.
Tinha sido trazida da França por um marinheiro que a vendera bem barato, considerando sua qualidade, que a clientela da Águia Dourada não tinha condições de avaliar.
O dono da hospedaria olhou para o freguês, imaginando quem poderia ser.
Não havia a menor dúvida de que gozava de uma certa posição social e possuía um ar autoritário, que fez com que o proprietário o saudasse com grande gentileza, quando ele chegou.
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