Mostrando postagens com marcador O Reformador Relutante. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador O Reformador Relutante. Mostrar todas as postagens

9 de janeiro de 2018

O Reformador Relutante

Todos conheciam Lady X ... ou, pelo menos, todos sabiam de sua existência. 

A cortesã mascarada era uma nobre mulher caída em difículdades. O que Lorde James não sabia era que ela era Lady Margaret Wentworth ― a irmã decidida de seu melhor amigo. Gerald afirmava que sua irmã era linda, virtuosa, ingênua; e ele forçou James a um juramento de proteção. Mas quando James rastreou a menina até uma casa de má reputação, que outra explicação poderia haver, exceto que Maggie era o mais enigmático da moda de Londres?
Arrebatar a moça seria um negócio delicado, e depois disso as coisas ficaram mais difíceis. James teve que ignorar os violentos protestos de sua presa, que ele era um idiota, que ela nunca foi a infame X. 
Ele tinha que encontrar uma maneira de reformar a moça espevitada, para salvá-la do escândalo. Ele tinha que se afastar de sua própria tia intrometida ― tudo, enquanto mantinha suas mãos afastadas dessas formas voluptuosas que o resto da sociedade tinha provado. E, com Maggie, o mais difícil de tudo seria manter...

Capítulo Um

Londres, Março de 1815.
Maggie trocou seus pés ligeiramente, tentando aliviar a dor que sua posição apertada estava causando em suas pernas. O pequeno movimento foi suficiente para levá-la a bater os joelhos contra a porta do armário em que atualmente estava sentada, fazendo-a chocalhar e estremeceu com a dor que subiu pela perna dela. Maggie estava ocupada esfregando a perna quando a porta do armário se abriu e uma luz de vela veio suavemente sobre ela.
― Pare de ficar batendo assim, ou eu serei obrigada a retirar você daí de dentro.
Cessando a fricção em sua perna, Maggie conseguiu um sorriso de desculpas para a mulher jovem e seminua que estava olhando para ela.
― Sinto muito ― ela começou em tom conciliatório, depois parou e soltou um suspiro. Ela endireitou-se e começou a sair do pequeno armário. ― Não, na verdade, eu não sinto er… Daisy?
― Maisey ― a menina a corrigiu.
― Sim, bem… Maisey, então ― disse Maggie. A menina apresentava um ar que era irritante, como eram as rugas que Maggie estava inutilmente tentando escovar fora de seu vestido.
― Isso tudo é realmente um pouco bobo, e muito além da informação para o qual eu estava procurando. Tudo o que eu realmente queria era que…
O som de uma batida na porta fez com que Maggie fizesse uma pausa alarmada. A jovem mulher diante dela endureceu, então o aço parecia entrar em seus olhos e ela empurrou Maggie com firmeza para o armário. Maggie pousou de costas dentro do armário com um grunhido.
― É tarde demais para mudar sua mente agora, milady ― anunciou ela, inclinando-se para enfiar os pés de Maggie dentro do armário, antes que ela pudesse recuperar o equilíbrio. ― Madame diz que é para você assistir, e você vai. Agora, mantenha a calma ― ela disse em um silvo. A porta foi empurrada e fechada com um estalo decidido.
― Maldição ― disse Maggie em voz baixa. Em seguida, lutou por uma posição sentada. A porta sacudiu ligeiramente, quase cobrindo o som de um parafuso sendo deslizado pela casa. Pressionando um olho na fresta, aonde as portas não chegavam a encostar, ela viu Maisey acenando com um grunhido de satisfação, girando e se afastado para atender a porta. Franzindo a testa, Maggie levantou a mão para empurrar experimentalmente para frente, mas a porta permaneceu firmemente fechada. A garota tinha trancado ela no armário!
“Bem, isto é uma bela maldição” ela pensou irritada. “Brilhante! Eu costumo entrar em dificuldades, não?”
Não que ela poderia ter saído agora, de qualquer maneira. Maggie se considerava uma jovem moderna, altamente inteligente, independente e sem se importar com o que os outros pensavam dela, mas só até certo ponto. Até alguém, completamente moderna como ela era, hesitava em chamar deliberadamente a ira e desprezo da Tonelada sobre si mesma. Especialmente quando ela apenas tinha que sentar-se calmamente por um tempo curto, para evitar o escândaço. A paciência não era uma de suas virtudes naturais, mas ela tinha tentado cultivá-la ultimamente. Sim, ela simplesmente tinha que olhar para isso como uma oportunidade para se desenvolver. Uma experiência de aprendizagem, por assim dizer.
Ela mal tinha terminado esse pensamento quando lhe ocorreu que estava agachada em um pequeno armário em um dos quartos do infame Madame Dubarry's, que era um bordel, pelo amor de Deus! O que ela aprenderia neste quarto… bem, ela só não sabia ainda!