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27 de janeiro de 2012

O Despertar da Paixão


O Casal Perfeito 

A alegre e espontânea Christobel Smyth é filha de um cavalheiro, enquanto o orgulhoso e taciturno John Leyden vem de uma família simples. 
Os dois não poderiam ser mais diferentes entre si, e no entanto, quando uma paixão alucinante explode entre ambos durante uma festa, Christobel percebe que aquele homem pode ser seu par perfeito, em todos os sentidos... 
Lições de Prazer
Recém-casada com seu amado James, Sarah Hood deveria estar radiante de felicidade... mas a proximidade tão íntima com um homem a deixa ansiosa.
James, porém, pretende despertar Sarah para o esplendor de dar e receber prazer, e solidificar uma verdadeira união de corpo e alma... 

Capítulo Um

 Ele se parece com o Sr. Rochester e... e... — Christobel procurou um exemplo literário adequado — ...e o Sr. Darcy, tudo embrulhado em um pacote ameaçador e arrogante. 
— Sim, era exatamente isso. — Sem as características positivas, é claro — acrescentou com um suspiro. — Ora, vamos, Christobel — repreendeu a mãe. 
— Não seja tão dramática. O Sr. Leyden não é tão mau assim. — Ela fez uma pausa, mordendo o lábio inferior, como sempre fazia quando assumia uma atitude dissimulada. Christobel lançou um olhar significativo à mãe. 
— Não é? — Bem, mesmo se fosse — amenizou ela. — É primo de Jasper, e você deve aturar a companhia dele de boa vontade. Não quero que fique agindo como uma criança malcriada. 
— Eu sempre tratei o Sr. Leyden com gentileza, mamãe. Mas pelo amor de Deus, a senhora há de convir que ele é terrivelmente enfadonho! Ao longo dos anos, desde que haviam se conhecido, Christobel tentara enxergar além das deficiências de John Leyden, de seus silêncios assustadores e atitude arrogante, tudo isso somado à descendência plebeia e uma leve, porém perceptível, claudicação, a fim de encontrar algo que pudesse admirar. 
No entanto, por mais que tentasse, jamais descobrira qualquer traço em seu caráter que despertasse um mínimo de interesse. 
Isso fora sempre um enigma para Christobel, pois o Sr. Leyden era exatamente o tipo de espécime que normalmente a atraía. Nunca conseguia passar por um cão faminto ou um pássaro com a asa quebrada sem se compadecer da pobre criatura, sem cuidar dela e confortá-la da melhor forma que pudesse. 
No entanto, pelo Sr. Leyden, o primo mais dedicado de seu cunhado, ela não conseguia sentir mais do que uma vaga irritação. 
Talvez, pensou Christobel, isso se devesse ao fato de o Sr. Leyden deixar evidente sua desaprovação com relação a ela. 
Quantas vezes sofrera sob o escrutínio daquele homem, quando, com uma sobrancelha levantada em sinal de censura, ele a observava rir e coquetear do outro lado do salão? 
Como se tais atitudes não fossem adequadas a uma jovem dama de sua estirpe. 
Christobel respirou fundo enquanto observava, através da janela do trem, as cores do outono formar uma gloriosa paisagem vermelha e dourada. 
O que mais uma moça solteira poderia fazer em uma festa, senão flertar e se divertir? 
Ela meneou a cabeça, alisando distraidamente as pregas da saia e desejando que o trem a levasse a qualquer lugar que não fosse a casa de Edith e Jasper, e para bem longe da companhia indesejável do Sr. Leyden. 
— Não faça carrancas, querida. Não é bom para a pele. Christobel voltou-se para a mãe, que estava sentada à sua frente, naquele compartimento do trem. 
Ao lado dela, estava Simpson, com a cabeça pendida para um lado enquanto cochilava e ressonava baixinho. 
— Como ela consegue dormir tão pesado com todo esse barulho e movimento em volta? — perguntou a mãe, sorrindo.
Sua mãe tão querida, que nunca fazia cara feia, nunca perdia o bom humor, mesmo após o infortúnio que se abatera sobre elas desde a morte do pai. 
Na realidade, ela encarara com um sorriso a dívida incomensurável e a quase ruína financeira que o pai lhes deixara. 
O sorriso da mãe não esmoreceu nem mesmo quando foram forçadas a vender a mobília e mudar das únicas casas que Christobel havia conhecido, a adorável casa de campo em Surrey e a residência em Wickham Road, na capital. 
E agora estavam reduzidas àquilo. Apartamentos alugados em Londres na temporada de verão e viagens entre as casas das três irmãs durante o resto do ano. 
A única criada que lhes restara fora a sempre leal Simpson, que costumava trabalhar como babá, e agora servia como camareira, arrumadeira e, algumas vezes, cozinheira, pelo menos quando estavam em Londres. 
A situação era, no mínimo, humilhante, quase o bastante para fazer Christobel desejar se casar apenas para ter um lugar para chamar de lar. 
Não que tivesse muitas opções quanto ao futuro. Ela poderia se casar ou continuar a ser a irmã solteira, forçada a contar com a caridade das outras e de seus respectivos maridos. 
Christobel não era inteiramente avessa ao casamento. 
Mas seus recursos haviam se tornado muito escassos após a morte do pai. E assim, não puderam custear uma verdadeira temporada para ela. 
Não após os gastos com os casamentos de suas três irmãs. 
Por fim, ela se tornara quase complacente. Acostumara-se à companhia da mãe. 
As duas haviam construído uma rotina confortável. Além disso, nenhum homem que ela conhecia a havia inspirado a mudar o curso de sua vida. 
— Quem você acha que Edith convidou este ano? — perguntou a mãe. — Ela é sempre tão astuta com a lista de convidados... 
— Astuta? — Christobel não pôde deixar de rir. — Ela é uma bruxa. Isso é o que ela é. Quase uma mercenária. A mãe assentiu com um sorriso de satisfação no rosto. 
— Encontros bem-sucedidos que levaram a três casamentos, três anos seguidos. Sua irmã está se tornando uma lenda. 
— Deve haver uma utilidade melhor para esses talentos — retrucou Christobel, mordaz. 
Em seguida se arrependeu do comentário. 
Afinal, o que mais poderia fazer sua irmã para se manter ocupada, vivendo naquele lugar longínquo ao norte, onde a companhia da sociedade era escassa? Pobre Edith! 
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