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16 de fevereiro de 2009

Ondine







Inglaterra, 1679

Nas mãos do destino...

Subitamente envolvida num terrível jogo de influência e poder, lady Ondine viu-se a caminho da forca, sem que lhe dessem oportunidade de tentar provar sua inocência...
Os olhos cor de aço de lorde Warwick Chatham faziam jus à reputação de homem frio e implacável. 

Embora tivesse a seus pés todas as mulheres que desejasse, ele agora precisava de uma esposa, para poder executar seu secreto plano de vingança...
Ao ver Ondine no patíbulo, uma súbita inspiração impeliu Warwick a salvá-la, pedindo-a em casamento. 
Mas nenhum dos dois poderia imaginar que, em meio a intrigas e cercados de inimigos por todos os lados, encontrariam nos braços um do outro uma paixão capaz de aplacar a fúria de um homem e de realizar os anseios de uma mulher, numa gloriosa união de corpo, alma e coração!

Capítulo Um

Tybum, Maio de 1679
A vontade de Ondine era gritar e livrar-se da corda que lhe prendia os pulsos e do laço áspero que lhe esfolava o pescoço. Mas prometera a si mesma manter-se calma.
 Não iria contribuir para aumentar o espetáculo que aquele público já estava apreciando e que em poucos minutos iria tomar-se mais trágico. Tinha de se conformar. Antes morrer como uma ladra comum do que ter a cabeça separada do pescoço, sob a acusação de traição. 
Pelo menos podia orgulhar-se de ter lutado valentemente contra a supremacia. Perdera, e não tendo mais esperanças, estava decidida a não fraquejar. Não iria divertir aquela turba que se entretinha com a morte.
– Como você está, minha filha?
Ondine virou-se para o velho sentado junto dela. Seus olhos escuros e fundos estavam cheios de tristeza. Do outro lado estava Pat, um rapazinho de catorze anos que parecia ter perdido a fala, tal seu terror.
– Eu estaria melhor, Joseph, se eles não estivessem prestes a apertar o laço...
Ela parou de falar ao ver duas crianças seguindo do lado da carroça. Deus do céu! Que tipo de mãe deixava seus filhos assistirem a cenas de sofrimento e morte? Era impressionante o número de pessoas que havia nas ruas e que seguia a carroça desde que eles deixaram a prisão de Newgate, uma hora atrás.
– Já estamos perto da esquina da Endel com a Broad Street, onde vamos fazer uma parada, como é costume, para tomar cerveja – Joseph comentou.
Mais uma vez Ondine olhou para o rosto do amigo, cheio de rugas, marcado por uma vida de pobreza.
– Não vou beber para divertir essa gentalha.
Joseph sorriu. Tinha o coração apertado e não era por medo da morte. Era por Ondine. 
Ele já estava velho e preparado para a outra vida. Mas Ondine era tão jovem! E antes de a prisão lhe roubar a vitalidade, era linda. Mesmo no momento, com as roupas reduzidas a farrapos, havia nela uma dignidade e uma altivez dignas de uma lady.