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1 de março de 2015
Os Caminhos do Coração
Um amor para sempre
Quando o destino... e um impulso cavalheiresco... convergem para colocar no caminho do visconde Ashley Desford, a graciosa e encantadora Cherry Steane, uma jovem abandonada que vive da caridade de parentes, a quem mais ele poderia recorrer em busca de ajuda senão sua amiga de infância, Henrietta Silverdale? Afinal, embora tenham rompido o noivado anos atrás, Ashley e Henrietta nunca deixaram de ser amigos.
Contudo, enquanto Ashley sai à procura do avô sovina de Cherry e de seu irresponsável pai, visitando lugares não muito bem frequentados, Henrietta se pergunta se ele, finalmente se deixou atingir pela flecha do amor. No entanto, sem a oportuna intervenção de seu irmão Simon e do honrado pretendente de Henrietta, Ashley pode estar prestes a cometer a maior tolice de sua vida...
Capítulo Um
Inglaterra, 1825
Para um homem de idade avançada, sofrendo de dispepsia e violentas crises de gota, obtendo algum prazer somente quando suas dores eram aliviadas, o conde de Wroxton se divertia na medida do possível. Ultimamente estava concentrado na agradável tarefa de desenvolver uma diatribe sobre os defeitos do seu herdeiro. Para uma pessoa sem experiência na arte da crítica, a tarefa certamente parecia injusta, pois o visconde Ashley Desford possuía todos os atributos de um filho que seria motivo de orgulho para qualquer pai. Somando-se ao belo semblante, e uma figura ágil e atlética, ele tinha modos afáveis provenientes tanto de uma amabilidade inata, quanto da criação.
Tinha também um considerável histórico de paciência e senso de humor que transparecia em um sorriso, que brotava dos olhos, considerado por muitos, irresistível. Seu pai não fazia parte deste grupo. Aliás, considerava o status irritante.
Era mês de julho, mas o tempo estava tão distante do abafamento esperado para a estação, que o conde mandou acender a lareira da biblioteca. Sentados um de cada lado da lareira, estava o conde, com um pé enfaixado sobre um banquinho, e seu filho, após ter discretamente afastado a cadeira do calor emitido pelas brasas. Ashley usava paletó, calça de camurça e botas de cano alto, um perfeito traje matutino para qualquer cavalheiro em estada no campo.
A elegância derivada do corte do paletó e do arranjo do lenço de pescoço deu ao pai uma desculpa para classificá-lo como um desprezível almofadinha. Ao que ele reagiu com um protesto moderado.
— Não, não, Sir! Um verdadeiro dândi ficaria chocado ao ouvir isso!
— Concluo, então, que você se considere um coríntio.
— Para ser honesto, Sir, não me considero nada! — discordou Ashley. Esperou por um momento, observando tanto com empatia quanto com divertimento o ranger de dentes do pai, antes de completar em tom bajulador. — Agora diga, o que fiz para merecer uma repreensão sua?
— Não seria melhor indagar o que fez para merecer um elogio meu? Nada! Você é um cabeça de vento! Um falastrão, que se importa com o próprio nome tanto quanto um plebeu qualquer! Um perdulário. Não precisa me lembrar de que não depende de mim para gastar com os cavalos, apostas e bocados de musselina, pois não me esqueci que aquela maluca da sua tia-avó deixou toda a sua fortuna para você, por meio de uma carta branca para que você possa cometer todo tipo de extravagância tola.
Não posso dizer mais nada, uma vez que ela era tia de sua mãe. — Wroxton fez uma pausa, lançando um olhar desafiador ao filho.
— Certamente, papai!
— Se ela tivesse estipulado que a fortuna deveria ser usada apenas para o sustento de sua esposa e família, eu consideraria o legado adequado — anunciou Wroxton. — Não que na época, ou neste exato momento, eu não possa aumentar a sua mesada para que você tivesse condições de arcar com as despesas de um homem casado.
Outra pausa se seguiu. Pressentindo que o pai esperava algum comentário, disse educadamente que lhe era muito grato.
— Ah, não é não! — retrucou Wroxton. — E quer saber mais? Só acreditarei na sua gratidão quando me der um neto, não importa o quanto a fortuna da sua tia queime no seu bolso. Belo bando de filhos eu tenho!
— De repente o alvo da revolta foi ampliado. — Nenhum de vocês se importa com a linhagem da família. Na minha idade, eu esperava ter um bom número de netos para alegrar meus últimos dias. Mas eu tenho algum? Não! Nenhum!
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