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21 de agosto de 2017

Ousada Debutante

A noiva indecorosa do duque!

Frederick, o duque de Falconwood, jurou nunca se casar. 

Em vez isso, ele se dedicou a proteger seu país. 
Contudo, ao ser pego com uma ousada jovem em uma posição bastante comprometedora, Freddy precisa desposá-la para preservar a reputação de Minette Rideau. 
Por mais que anseie pelos toques sensuais do rigoroso duque, Minette sabe que não pode se tornar sua esposa. Afinal, render-se ao desejo revelará um segredo vergonhoso, que colocará em risco muito mais do que apenas sua virtude.

Capítulo Um

O fedor abominável revestiu a garganta de Minette Rideau. Erguendo as saias com uma das mãos, a outra agarrando o braço de Granby, ela se concentrou em dar apenas ligeiras inspiradas ao cruzar as pedras escorregadias de Bridge Alley. Uma das muitas passagens estreitas no revoltante distrito de St. Giles, ela levava ao inferninho mais infame de Londres. O único de propriedade de um duque: Falconwood. O homem pelo qual agora ela colocava em risco a próprio reputação, indo ao encontro dele no seu reduto.
Antigos cortiços ladeavam ambos os lados da passagem, o brilho dos lampiões lhes dando um aspecto ameaçador. Ao redor, ruídos de uma massa fervilhante de humanidade rompiam a escuridão. Gritos e impropérios, música vinda da taverna da esquina. Uma criança chorando, uma mulher tossindo.
Tão diferente da elegância de Mayfair, contudo, longe de ser o pior que já vira.
Granby deteve-se diante de uma baixa porta de madeira, com dobradiças de ferro. O lampião acima da porta dava um brilho oleoso ao lodo escorrendo pelo regato central do beco.
— Chegamos? — perguntou ela. — O Fool’s Paradise?
— Sim — respondeu Granby com a voz rouca.
Foram necessários todos os poderes de persuasão de Minette para convencer o tenente, o honrado Laurence Granby, a escoltá-la quando revelara o seu destino. Agora, espiava por sobre o ombro com a expressão de quem recuperara o senso de autopreservação e receava por sua vida. Por fim, ele se dera conta de que, se esta pequena aventura algum dia viesse à luz, estaria destinado a uma carroça de problemas.
Ele pigarreou.
— Não pode querer que eu a leve aí dentro — disse, implorando para que ela mudasse de ideia.
Uma sensação desagradável se contorceu no seu íntimo. Uma consciência culpada era uma companheira desagradável, mas não desconhecida. A culpa estava por trás daquela expedição aos piores cortiços de Londres. Mesmo quando a ideia lhe ocorreu, ela soube que ele não merecia ser colocado em uma situação tão constrangedora. Honra pesou na balança contra a conduta cavalheiresca, e não houve como conciliar as duas coisas. Era um jovem bom. Sincero. Honesto. E por demais suscetível a manipulações femininas. Apesar de a consciência a incomodar, no fim das contas, ela não fora capaz de pensar em uma alternativa melhor.
Pior, talvez tudo acabasse sendo por nada. Durante anos, o homem em busca de quem ela viera fizera de tudo para evitá-la, daí a charada. Apesar de todos os seus planos cuidadosos, ele poderia facilmente mandá-la embora e entregá-la para Gabe, o marido da irmã.
Se isso acontecesse, teria de pensar em outra maneira de alcançar os seus objetivos e evitar o desastre.
Um desastre que ela colocara em movimento anos antes. Quando ainda fora jovem e excessivamente imprudente. Sem falar em apaixonada.
Ela acariciou o braço de Granby.
— Com certeza, não vai voltar atrás na sua palavra, não é?