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22 de outubro de 2012

Paraíso Proibido


Forçado a fugir da Escócia em sua juventude e a abrir mão de um futuro como chefe de seu clã, Reid MacGregor prospera no Caribe depois de encontrar ouro.

Mas ele ainda tem dois outros tesouros a reivindicar: a biblioteca perdida de uma antiga sacerdotisa maia e a jovem que ele deixou para trás...

Em seu esconderijo nas matas de Glenstrae, Mary-Robena Wallace vigia as fronteiras com os membros de seu clã, desesperada para salvá-los da crueldade do rei James.
Renomada por sua habilidade como escavadora, ela concorda em unir forças ao homem que a abandonou e viajar com ele para o Caribe, em busca de ouro.
Mas os frutos de um paraíso exótico e o beijo proibido de um traiçoeiro sedutor ameaçam desviá-la de seu objetivo... 

Prólogo

Sudeste de Glenstrae, Escócia Verão de 1603


Com dezesseis anos, Reid MacGregor tinha apenas uma pessoa em seu pensamento, e ela estava á seus pés, preparando-o para um mergulho no lago Long. — Será que um pouco de ouro me compra um beijinho? — Reid disse, piscando para a mocinha que amarrava as tiras de couro em seu pescoço e ignorando os sons de engulhos que Eoin e Fergus faziam atrás dele. 

A tocha enchia a caverna com um brilho amarelado, mostrando o rubor que cobria a pele clara da moça. 
Ela apertou mais as tiras, um pouco além do que seria necessário.
— É típico de um MacGregor fazer propostas que não tem como pagar. Mary-Robena Wallace sempre tivera a língua afiada, especialmente quando se tratava de Reid. 
Não era a resposta que ele queria, mas também não era um “não”. 
Ele sentiu o estômago se contrair de ansiedade e excitação.
Reid nunca havia beijado uma garota, exceto sua Nanna, e não era bem aquele tipo de beijo que ele queria dar em Robbie.
Não, ele desejava um beijo como aqueles que as mulheres do clã davam nos guerreiros que voltavam de uma batalha. O tipo de beijo que envolvia um pouquinho de língua... 
Reid se revirou no macacão de couro, engoliu em seco e deslizou um dedo enluvado entre os nós e seu pescoço, tentando ficar mais à vontade. 
No entanto, Robbie deu um, tapa na mão dele, afastou a trança ruiva para trás e pegou um balde de piche no chão da caverna. 
Espalhou a gosma preta ao redor dos pulsos e dos tornozelos de Reid, selando o macacão às botas de ferro para que a água não pudesse entrar. 
O odor pungente do alcatrão deixou as narinas dele ardendo quando chegou à vez de selar a região do pescoço.
Robbie não tentou esconder o sorriso enquanto colava o cabelo dele ao pescoço. 
Reid teria de ficar de molho em gordura de carneiro por uma quinzena para remover aquele grude, mas valeria a pena se ele encontrasse algum sinal do tesouro que seu avô garantia estar nas profundezas do lago Long.
Robbie desenhara uma rede de possíveis locais de acordo com as teorias do avô, e juntos eles haviam pesquisado mais de metade da área onde se acreditava que um tenente espanhol teria escondido um tesouro roubado da terra descoberta por Cristóvão Colombo. 
Nos últimos três meses, tinham encontrado pouca coisa: só uma bota e parte de uma armadura.
O irmão de Robbie, Fergus, conferiu os pesos de ferro presos à base do barril de madeira em forma de sino, depois girou a manivela, descendo o barril na água até que sumisse de vista. 
— E por que você quer beijar minha irmã? Ela ainda nem tem peitos! Os olhos verdes de Robbie faiscaram, enquanto a moça jogava um punhado de piche em seu irmão. 
— Você tem de aprender a fechar a boca! Vovô vai lhe dar uma surra por dizer essas coisas. 
As pontas das orelhas de Robbie estavam rubras. Ela baixou os olhos para o espaço vago em seu corpete de lã e suspirou. 
Reid teve vontade de consolá-la, dizer-lhe que logo ela teria peitos, mas não era tolo a esse ponto. 
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