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13 de agosto de 2014

A Espiã












A Espia da Rainha, conta a história de uma jovem obrigada a sobreviver entre traições, rivalidades, conspirações, falta de fé religiosa e amores não correspondidos. 

 Capítulo Um 

Verão de 1548 
Aos risos e muito excitada, a moça corria no jardim banhado de sol, fugindo do padrasto, mas não com rapidez suficiente para que ele não pudesse apanhá-la. 
A madrasta, sentada debaixo de uma latada com rosas em botão à volta, avistou a rapariga de catorze anos e o belo homem que corria atrás dela por entre os largos troncos no relvado plano e sorriu, decidida a ver apenas o que havia de melhor neles: a moça que educava e o homem que há anos adorava. 
Ele agarrou a moça pela bainha do vestido esvoaçante e apertou-a por um momento contra o peito. - Mereço uma prenda! - disse ele, o rosto moreno perto das faces afogueadas dela. Ambos sabiam qual seria a prenda. 
Como mercúrio, ela esgueirou-se do seu abraço e afastou-se para o outro lado de uma fonte ornamental com um largo tanque circular.  Carpas anafadas nadavam lentamente na água. Ao debruçar-se para zombar dele, o rosto corado de Elizabeth reflectiu-se na superfície. 
- Não conseguireis apanhar-me! 
- Claro que consigo. Ela inclinou-se de modo que ele pudesse ver os seus pequenos seios pelo decote quadrado do vestido verde. 
Sentiu os olhos dele pousados nela e o rubor das suas faces aumentou. Ele observou-a, divertido e excitado, enquanto o pescoço dela avermelhava. 
- Apanhar-vos-ei sempre que quiser - disse, pensando na caça ao sexo que termina na cama. 
- Então tentai! - disse ela, sem saber ao certo para o que o estava a convidar, mas sabendo que queria ouvir os pés dele correr atrás dela sobre a relva, as mãos esticadas para a agarrar; e, mais do que tudo, a sensação dos seus braços à volta dela, puxando-a contra os fascinantes contornos do seu corpo, o arranhar do gibão bordado contra a sua face, a pressão da coxa contra as suas pernas. Soltou um gritinho e voltou a fugir por uma álea de teixos, onde o jardim de Chelsea se estendia até ao rio. 
A rainha, sorrindo,  ergueu os olhos do trabalho de costura e viu a sua querida enteada correr por entre as árvores e o seu belo marido a poucos passos atrás. 
Voltou a baixar os olhos e não o viu apanhar Elizabeth, rodopiá-la no ar, voltar a pousá-la junto do tronco vermelho do teixo e tapar-lhe a boca meio aberta com a mão. 








nota:portugues de Portugal