A Carta Magna foi apenas o começo.
Depois que o rei Henrique esquece sua promessa de defender as Provisões de Oxford, o jovem e poderoso Conde de Marcher, Sir Talon Montgomery, une forças com Simon de Montfort para liderar uma rebelião. Graças às estratégias de Montgomery, Montfort vence a batalha e faz Henry e seu filho Edward Longshanks de reféns, para garantir que as disposições sejam cumpridas. Ao fim da batalha, Montgomery descobre que sua preciosa filha de oito anos, Rose, foi sequestrada, e ninguém sabe quem raptou a criança. Talon Montgomery agora enfrenta um grande dilema, se voltar contra seus aliados e tudo em que ele acredita, ou procurar a sua filha.
Viúvo, sobrevivente de um casamento infeliz, a filha de Talon é tudo o que ele tem. Imaginando que a sua filha tenha sido sequestrada pelo seu inimigo galês, Talon arquiteta o rapto da filha do seu inimigo, Gwenillian ap Powys,, apenas para descobrir que levou para casa o espírito ardente de uma mulher jovem e bonita que recusa-se a ser intimidada. Mas o contra-ataque de Talon resulta em nada. Ele escolheu o inimigo errado e o pai de Gwen, um homem cruel, vendo frustrado o casamento vantajoso que arranjara para sua filha, contrata um assassino para matá-la, deixando Talon dividido entre a mulher que passou a admirar, as obrigações para defender sua terra e sua gente, e a busca sem sucesso por sua filha. Seu desejo por Gwen cresce diariamente, bem como as exigências de Simon Monfort, que aparentemente não é tão confiável como parece. Como ele pode proteger a jovem com uma sentença de morte sobre sua cabeça, quando ele não consegue encontrar sua própria filha, nem vencer os demônios internos e externos que põem em risco a sua vida?
Capítulo Um
Castelo de Montgomery The Marches, Inglaterra. Junho 1264 DC
Talon estava na mais alta muralha da grande pedra recém-construída, olhando para o outro lado do rio Severn em Gales. A faixa azul escura tecia através da terra de um verde profundo. Um vento poderoso soprou em torno dele, esfriando sua pele e girando a capa preta ao seu redor. Seu cabelo comprido esvoaçava como uma bandeira.
O amanhecer lentamente cresceu em força, banhando a cena em laranja e ouro. Mas as cores gloriosas e as sensações da vida apenas acentuaram o desânimo na alma de Talon. Em um mês de busca, ele não fora capaz de encontrar Rose. Sua mão direita descansava casualmente no punho de sua grande adaga de cinto. Seus dedos acariciaram levemente o punho como o toque de um amante; o único sinal externo da raiva sombria correndo por ele. Embora ninguém pudesse ter certeza, parecia que sua amada filha havia sido sequestrada. Parecia assim apenas porque não haviam encontrado um corpo. Dor agonizante rasgou o centro do ser de Talon. Ele se encolheu e fechou os olhos apenas por um momento, lutando para recuperar a compostura, para controlar suas emoções violentas antes que destruíssem sua sanidade.
Ele tinha que ficar no controle. Enquanto houvesse a menor chance de Rose estar viva, ele tinha que manter o juízo para ajudá-la, para recuperá-la em segurança. Exercendo um controle quase desumano de suas emoções, Talon lutou contra a fúria e reorientou sua visão para olhar novamente para os galeses. Se alguém a tivesse levado, o agressor mais provável seriam seus inimigos galeses. Eles sem dúvida usariam Rose para controlá-lo e ao castelo Montgomery.
Do outro lado do rio, ligeiramente a noroeste, Talon viu as torres de um enorme castelo galês. Powys havia sido construído a apenas alguns passos de distância para desafiar o poder de Montgomery. Lord Powys era o primeiro em sua lista de suspeitos. Mas não havia nenhuma maneira de Talon ter certeza se Rose havia sido raptada ou mesmo se estava viva.
A tomada de reféns e o resgate eram uma prática comum. Mesmo agora, o príncipe Edward permanecia refém de Simon de Montfort para garantir o pacto do rei Henry de obedecer às disposições de Oxford. Montfort realmente comandava o país, Henry era pouco mais do que um fardo agora. Embora todos soubessem sobre o status de Edward, Talon não tinha ideia do que havia acontecido com sua própria filha. Ele não recebeu nenhuma mensagem de seus sequestradores, nenhum pedido de resgate, nenhuma ordem, nada que sugerisse que ela ainda estava viva. Talon estava perdido em um mar de medo e confusão sem nome. Seus ombros se curvaram sob o grande peso que o pressionava. Como ele poderia ter falhado com ela tão terrivelmente? A mãe dela morrera quando ela tinha duas semanas de nascida.
Talon jurou sobre o corpo de Eleanor, diante de Deus e dos santos, que protegeria sua filha com a própria vida. Sabendo que Rose seria uma forma de ganhar poder sobre ele, Talon sempre a protegeu bem. Ela nunca foi a lugar nenhum sem supervisão. E ela nunca pôs os pés fora do castelo a não ser na companhia de seu pai. Imaginá-la raptada de seus jardins, quase o centro de sua cidadela gigante, era impossível de compreender. A princípio, ele se enfureceu com Nan, a ama de leite que a segurara contra o peito logo após o nascimento, e que agora estava diretamente encarregada dos cuidados de Rose. Mas Nan estava tão angustiada e deprimida quanto ele, culpando-se brutalmente por permitir que sua atenção fosse desviada.
