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20 de janeiro de 2020

Resgate do Desejo

Série Os Proscritos
Herdeira de um clã irlandês, a espirituosa Temair O'Keeffe abandona tudo para se juntar a um bando de foras da lei na floresta, que roubam dos ricos para dar aos pobres - os aldeões empobrecidos pela ganancia de seu Pai.
Assim, quando um poderoso cavaleiro inglês, Sir Ryland de Ware, é enviado pelo recém-coroado rei John para formar uma aliança de casamento com Temair, a primeira missão de Ryland é encontrar sua noiva em fuga. A independente Temair não deseja ser encontrada, mas ela não pode abandonar seu clã nas mãos de um estrangeiro com fome de terras. Então, ela corajosamente prende seu noivo em um cativeiro na floresta exigindo seu título de direito como resgate. Sem saber que o cavaleiro irresistível pretende ganhar a sua confiança, roubar seu coração e tomá-la como seu prêmio.

Capítulo Um

Clã O'Keeffe - Barão de Duhallow
Irlanda  Outono de 1193

Temair O'Keeffe fechou os olhos e respirou o cheiro doce do feno seco. Tudo estava em paz aqui nas sombras. Deitada na palha entre seus dois melhores amigos no mundo - Bran e Flann - ela podia esquecer tudo. Ele não pensaria em procurá-la aqui. Ele raramente saia cambaleando da Casa Torre[1] depois do jantar. Temair se esconderia no estábulo até que ele bebesse e acalmasse seu temperamento e com sorte desmaiasse pela bebida. Então ela voltaria ao seu quarto depois do anoitecer.
Ela poderia facilmente encontrar seu caminho com a luz da lua cheia. Não que ela estivesse com medo do escuro - não mais. Aos doze anos de idade, ela sabia que havia coisas muito piores a temer... Como a doença que lhe tirou a mãe há dois anos. O suave choro de sua irmã mais velha tarde da noite.
Ela acariciou o pelo de Bran, grata pela companhia do cão de caça. Seu irmão Flann, ciumento, lambeu o rosto machucado, fazendo-a rir.
— Eu também te amo, Flann — ela disse, esfregando atrás da orelha. Ela adorava os dois cães, que ela criara desde filhotes.
Eles entraram na terra de O’Keeffe no dia seguinte à morte de sua mãe. Se ele não estivesse bebendo sua melancolia, provavelmente teria afogado os filhotes, dizendo que ele não precisava de mais bocas para alimentar. Mas Temair os havia escondido ali no estábulo, alimentado com restos de comida e soluçado sua própria tristeza secreta sobre seus corpos quentes e tortuosos.
Ela conseguira mantê-los em segredo por semanas. No momento em que ele descobriu os cães, já era tarde demais. Eles eram grandes demais para se afogar.
De fato, ao contrário de sua mãe, que nunca gostou da água, os cães realmente desfrutaram de uma boa brincadeira no rio. Agora os cães enormes se consideravam seus protetores, atacando estranhos que se aproximavam demais dela. Foi por isso que eles foram proibidos na Casa Torre. Bran bocejou com um grito, então ele balançou a sua cabeça. Uma de suas orelhas bateu na bochecha de Temair. Ela gemeu de dor pela queimação no seu machucado. Mas quando ele cheirou-a com preocupação, ela sorriu e coçou-o sob o queixo cinza e confuso.
— Está tudo bem, Bran.
Isso era uma mentira. Nada estava bem. E quanto mais velha ela ficava, mais certa ela estava disso. Ela viu os olhares de pena dos criados depois que seus olhos escureceram ou apareceram cortes em seus lábios. Nenhuma das outras filhas do clã tinha rostos tão machucados e quebrados. Sua mãe disse que era porque ela era ruim.
Ele alegou que Temair tinha o diabo dentro dela. Talvez ela tivesse. Nem sempre fazia como lhe era dito. Ela era teimosa. Tinha uma língua afiada. E às vezes, em vez de suportar o castigo que ele impunha, ela lutava de volta. Claro, isso o enfurecia ainda mais e lhe rendia, sempre, uma surra ainda mais dura. Mas não parecia haver nenhuma cura para seu espírito selvagem. Ela não podia refrear seu jeito de ser. Sua irmã mais velha, Aillenn, se saia muito melhor. Ela era doce e gentil, agradável e obediente. Nunca desafiou a autoridade dele. Ela sofria o castigo do chefe em silêncio. Talvez fosse porque Aillenn sabia que ela se casaria em breve. Se ela pudesse esperar, ela iria se casar com um novo mestre, alguém que, esperançosamente, não a atacaria se ela olhasse de lado para ele.
Mas para Temair o casamento demoraria muito tempo. O único alívio de sua raiva era vir para cá e se aconchegar com seus cães.
— Vocês são bons rapazes — ela disse com um suspiro, acariciando seu pelo cinza. Eles eram confiáveis ​​e leais, melhores do que qualquer um de seus amigos humanos. Não que ela tivesse amigos de verdade. Como o pai dela era o chefe, o povo do clã se solidarizava com ele e fingia não ver sua crueldade. Mas ela sabia que eles secretamente o desprezavam. Não havia muito do que gostar. Ele era brutal e mal-humorado, impaciente e avarento.
Desde a morte de sua esposa, ele só piorou. Porque o clã o odiava, muitos deles se ressentiam dela também, por extensão. Claro, eles não ousariam falar abertamente de seu descontentamento. Mas ela podia ver através de seus sorrisos forçados. Ela testemunhou a falsidade de seus olhares. Ocasionalmente, ela ouvia suas palavras implacáveis ​​e amargas.
Uma vez, há muito tempo, ela cometeu o erro de passar essas palavras para ele. Ela acariciou com os dedos a pele dos cães, lembrando-se do trágico incidente. Ela ouviu um arrendatário resmungando que seu pai, Cormac O'Keeffe, não era nada parecido com seu irmão Senach, o chefe anterior.
— Cormac é um tolo ganancioso.








Série Os Proscritos
0.5 - A Ladra
1 - O Beijo do Perigo
2 - Paixão no Exílio
3 - Resgate do Desejo
Série concluída