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26 de julho de 2012

Retorno Ao Morro Dos Ventos Uivantes





Através dos anos, inumeráveis leitores se perguntaram qual foi o destino dos descendentes de Catherine e Heathcliff, os desafortunados protagonistas de o "Morro dos Ventos Uivantes", a célebre novela de Emily Brontë. 


Agora, Anna L'Estrange, prestigiosa autora britânica, retoma com maestria a trágica história. 
Os habitantes de Wutherign Heights (Morro dos Ventos Uivantes) e de Thrushcross Grange - Harenton e Cathy - estão destinados a reviver a ardente paixão juvenil e também as hostilidades de seus antepassados. 
A aparição de Jack, filho natural de Heathcliff e herdeiro do feroz caráter e charme de seu pai, desencadeia o drama. 
Uma vez mais se sente a intensidade da atmosfera de Yorkshire e se vive uma intrincada teia de emoções e violentas paixões. 


Capítulo Um 


Londres1340. 
Igual a meu pai sou um homem de caráter solitário. 
Sou o mais jovem de seus filhos, e o que mais se parece com ele, além disso o favorito, a quem ele prodigalizou todo seu carinho em seus últimos anos. 
Em seu leito de morte foi para mim a quem chamou, antes que a outros, me entregando o manuscrito onde tinha escrito a estranha história do que lhe tinha acontecido nesta localidade a alguns anos, ou os acontecimentos mais importantes que ele registrou, pois a maior parte tinha acontecido antes que se convertesse em inquilino da Granja Thrushcross. 
Meu pai me disse em um sussurro que a história que leria o tinha seguido toda sua vida, e que sempre tinha querido voltar a averiguar o que tinha acontecido. 
Confiou-me esta tarefa, sabendo que eu me sentina igual a ele depois de ler a história. 
Era um pedido estranho, que não tive tempo de obedecer até depois de sua morte, uma vez terminadas todas as formalidades causadas por seu falecimento. 
Como era o mais próximo a ele e ainda vivia na Itália, onde morreu, tive a meu cargo a maior parte das tarefas relativas a seus bens. 
Uma noite, muito tarde, em que estava um pouco cansado, pu-me a folhear o manuscrito que meu pai tinha feito encadernar, com capa de couro, assim estava em perfeito estado de conservação, com suas finas folhas de papel perfeitamente brancas, cobertas com sua formosa letra, sem correções de nenhuma espécie. 
Dava-me conta de que meu pai pensava que o que tinha que dizer era o suficientemente interessante para a posteridade, ou para seus descendentes, para passar em limpo sem narração. 
Eu somente de pensar no trabalho que lhe devia haver custado, despertou minha simpatia e me fez voltar a primeira página e ler com maior atenção o que tão cuidadosamente tinha crédulo ao papel. 
E eu estou aqui, nesta desolada paragem rodeada pelos páramos, quase constantemente envolto na névoa ou banhado por perpétuas chuvas ou açoitado por ventos impetuosos. 
Seria difícil imaginar nada mais distinto ao ensolarado clima em que me criei, e ao obedecer os desejos de meu pai acredito que, como ele quarenta anos antes, devo ter pago a ousadia com minha saúde, pois assim que cheguei a este lugar pesquei um esfriamento que me obrigou a permanecer em casa, afastado de meus vizinhos, a quem tinha vindo a conhecer.
Sim, o manuscrito me interessou, intrigou-me. 
Meu pai me conhecia bem; sabia que era um homem imaginativo, sonhador, ouvinte de histórias, e que me fascinaria a história de amor do Heathcliff, o moço enjeitado, e a encantada Catherine Earnshaw, tempestuosa e aborrecida, e seu final tão curioso e amargo. 
Quem não quereria saber o que tinha passado com a filha de Catherine, de igual nome, e Hareton Earnshaw, o herdeiro de Heathcliff, que foram casar-se em janeiro de 1803, quando meu pai abandonou a Granja Thrushcross e retornou a Londres?