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11 de outubro de 2018

Segredo na Noite




Elisabeth Holmes parece uma simples debutante, mas o que ninguém sabe, é que, por trás de sua delicada aparência se esconde um detetive particular que trabalha para as damas da alta sociedade londrina.

Seu último encargo é Edward Sinclair, conde de Carlyle, um homem frio e distante, que como ela, esconde seus segredos nas sombras da noite.
Ambos descobrirão que nenhum é o que realmente aparenta, embora já seja tarde para esconder o desejo que despertam o um no outro.

Capítulo Um

Nada podia comparar-se à excitação que percorria seu corpo, cada vez que deixava para trás, as seguras e luxuosas ruas que rodeavam o turbulento mundo da aristocracia. O chá da tarde, os bailes, noitadas até o amanhecer... Todas elas atividades com certo encanto, embora com altas doses de sóbrio aborrecimento.
Elisabeth Holmes, não, naquela noite ela era outra pessoa, era o senhor Smith, para sermos mais concretos, decidira deslizar-se sozinha através das empedradas ruas enegrecidas pela fumaça das fábricas. A noite estava salpicada de estrelas e a brilhante lua iluminava seu caminho.
Vestida com calças justas e uma larga capa de tosca lã, negra, sua figura se deformava, até fazê-la parecer uma simples pilastra, nos subúrbios de Londres. Subiu o escuro lenço acima do queixo e o rosto ficou suficientemente oculto, para não ser reconhecida.
Na esquina mais próxima a seu objetivo, deteve-se. Permaneceu quieta, escondida entre as sombras. O carro de aluguel lhe aguardava somente a uma rua dali. 

Depois de ter desembolsado uma suculenta soma de dinheiro, o cocheiro a esperaria o bastante perto, para fazer uso do veículo se seus planos saíssem mal.
Agora, era questão de ter paciência, somente devia esperar que o homem, de largos ombros e grossos cabelos negros, aparecesse pela porta que ela, tão atentamente estava observando.
As ruas de Londres não eram seguras, mas segurança era a palavra mais aborrecida que Elisabeth possuía em seu vocabulário. Segurança era sinônimo de marido, opressão, e um sem-fim de adjetivos, que acompanhavam a vida de qualquer mulher, o suficientemente estúpida para seguir as regras do jogo, de semelhante sociedade hipócrita. Sentiu a opressão no peito causada pela ansiedade, mas respirou fundo e a jogou para um lado. 
Por sorte tinha aquilo: a aventura de ser quem era, um detetive com calças justas e capuz negro que se escondia entre as sombras para poder gozar da liberdade, e das emoções vertiginosas que todas essas missões noturnas lhe conferiam.
Uma nuvem de bafo saiu de entre seus lábios, apertou a longa capa contra o corpo magro e soprou dentro das mãos, para esquentar os dedos. Apoiou o ombro nos frios tijolos do edifício a seu lado. De repente pressentiu o perigo. Sua respiração se entrecortou, consciente de que não deveria haver se descuidado tanto.
Uma forte mão lhe apertou a garganta enquanto lhe jogava o pescoço para trás. Um braço rodeou sua cintura, imobilizando-a. Foi estranho não sentir o desejo de gritar, mas não havia necessidade. Não serviria para nada. Sabia quem era seu captor.
— Elisabeth, — escutou ele sussurrar seu nome.
Fechou os olhos enquanto o coração lhe galopava, desesperadamente, no peito. O poderoso braço masculino a estreitou, até ficar, totalmente, esmagada contra seu duro peito.
Respirou fundo ao ver que seus sentidos despertavam. Traidores calafrios a percorriam de cima abaixo. Não podia concentrar-se em escapar, pois sentia a pressão de seu largo torso nas costas, e seu embriagador aroma lhe embotava os sentidos.
— Edward, — gemeu ao mesmo tempo em que a mão masculina se movia sobre seu ventre.
Edward Sinclair, aquele homem misterioso com um rictus imperturbável e permanente em seu rosto, a fez saber, mais uma vez, que ela não detinha o poder de dominar a situação.
— Senhorita Holmes, — repetiu mais sensualmente desta vez. — O que faz uma pomba como você, fora de seu ninho, a estas horas?
Ela não respondeu, mas escutou as palavras se derramarem em seu ouvido, como se quisesse seduzi-la com isso.
Oh, deuses! 



5 de novembro de 2017

Sonhos de Tinta

Alice Hastings, bela e rebelde, está convencida de que ninguém pode obrigar uma mulher a fazer aquilo que não deseja.

Claro que não lhe é fácil, sendo a sobrinha mimada de um visconde, dono de um jornal onde ela escreve artigos incendiários com o pseudônimo de J. Steward.
Casar-se, ter filhos e assentir com um sorriso falso nos hipócritas jantares da alta sociedade? Antes morta. Não há nada que Alice odeie mais que isso!
Sim, possivelmente sim, haja algo… 
Reine Clifford, o dono do jornal conservador da concorrência. Aristocrata, insuportável, déspota… e com irresistíveis olhos azuis que parecem conhecê-la bem demais.
Reine Clifford só tem uma ideia em mente — descobrir quem é J. Steward, cujos artigos fazem a concorrência ganhar uma fortuna. Essa é sua única obsessão, até que, durante o jantar anual de seus pais, os condes de Deerwood, conhece a pequena e indômita Alice Hastings. Ela deixará claro que uma mulher pode expressar claramente suas opiniões e o atingirá no que mais lhe dói, seu orgulho. Não é decente que Alice, beligerante, instruída e comprometida com a causa sufragista, aproveite cada ocasião para vociferar sobre seus princípios e convicções.
Ela é o contrário da esposa ideal. Não obstante, a partir desse momento, a obsessão de Raine se dividirá entre J. Steward e a atração irresistível que sente pela mulher de belos olhos amendoados e língua afiada.

Capítulo Um

Os homens são ambiciosos por natureza, mas pobre daquele que coloca sua ambição em um só objetivo, pois se dará conta de que, ou é inalcançável ou que, chegando a conquistá-lo, já não terá nisto interesse algum. J.Stewart
Sem nenhum impedimento, naquela tarde as máquinas de impressão estavam cumprindo a função para a qual foram criadas. Reine Clifford, visconde de Deerwood, permanecia em pé olhando do seu escritório, no piso superior daquele prédio industrial, como se estampavam formosas letras negras no papel que pela manhã sairia em forma de jornal. 
Embora sua postura pudesse levar a equívocos, fazendo-o parecer um homem desprovido de qualquer preocupação, aqueles que o conheciam bem saberiam que a expressão sombria de seus olhos azuis se devia a algo que lhe escapava das mãos.
Ardia por dentro de raiva e impotência. Reine não era um homem paciente, mas sim muito perseverante e tinha o firme propósito de sair-se bem naquele assunto.
Apertou mais os dentes e sua mandíbula se esticou, tornando-se visivelmente mais dura. 
Seus olhos azuis se tornaram muito mais escuros quando inclinou a cabeça para a frente e olhou através das espessas pestanas. Parecia um predador e não distava muito de sê-lo. Tinha uma presa em mente e, certamente, iria capturá-la.
Reine era um homem de paixões, mas não havia outra paixão que lhe demandasse mais tempo e esforço que esse maldito jornal. O New London era a sua vida. Era verdade que não era o maior jornal de Londres, um fato natural quando se levava em conta que o The London Times já funcionava há mais de um século. Mas ele queria ser diferente, queria que o dele fosse um jornal diário, não uma simples gazeta ou um jornal dominical.
Os tempos estavam mudando, a sociedade estava se transformando, e ele estava disposto a somar-se a essa mudança e a estar presente para deixar um testemunho com suas próprias palavras. E isso era o que fazia — escrevia artigos politicamente comprometedores, sem assinar, sempre que seu sócio conservador o permitia. Bom… “permitir” não era a palavra adequada. Reine Clifford não necessitava do consentimento de ninguém, mas não era tolo.
Não queria indispor-se com a cúpula rançosa e aristocrática, no meio da qual crescera e vivera. E seu sócio era a representação dessa classe social. Se Dave Northon não gostava de algo, podia pressupor-se que o resto da aristocracia londrina também não haveria de gostar. Por isso, Reine era comedido em muitos artigos, mais do que desejava.
Atualmente estava planejando escrever assinando seu próprio nome, mas, como homem zeloso de sua intimidade, duvidava de que fosse o mais conveniente, embora, a partir de agora, a tendência fosse de que alguém estampasse seu nome em cada letra que publicasse.
Assim haviam nascido os jornalistas.
Já não era a opinião do jornal o que contava, nos tempos atuais era importante a opinião dos homens, do indivíduo como tal. E, precisamente, era a esses homens que ele queria chegar — às pessoas, às massas que começaram a ler e a escrever graças à educação pública. Com uma alta porcentagem de gente alfabetizada, falando dos problemas que afligiam a sociedade e, sobretudo, criticando inteligentemente os governantes, o êxito de um jornal, naqueles tempos, estava garantido.
Mas Reine Clifford não se conformava que seu jornal fosse apenas mais um. 


Veja vídeo do lançamento




22 de fevereiro de 2017

A Perfeita Fugitiva



Roslyn fez o impossível para fugir do inferno em que se convertera seu país por causa da perseguição dos cátaros.

Fugindo de seu passado, empreendeu uma longa viagem para as terras onde acreditava poder encontrar a paz que tanto necessitava. 
Mas seus inimigos estavam muito perto e não pararam seu empenho para fazê-la regressar.
Quando Alec McAlister, um dos lairds mais temidos da Escócia recebeu a notícia que havia estrangeiros em suas terras surpreendeu-se porque estavam ousando chegar tão próximos, mas ao sair em sua procura se encontrará com uma mulher envolvida em mistérios que cruzou o mar em busca de ajuda. Uma ajuda que ele estará disposto a lhe oferecer.

Capítulo Um

— Não há dúvidas que acamparam aqui.
Gabriel McDonald se abaixou em frente aos restos do que fora uma pequena fogueira. Agora, à luz do dia, somente ficavam as cinzas. As brasas que antes estiveram acesas eram somente pedaços de carvão negro. Sem dúvida os homens que ocuparam o improvisado acampamento haviam deixado arder os pequenos troncos até se consumirem, sem apagá-los com água ou terra.
Alec, o laird dos McAlister, passeava pelo limite do rio, observando a paisagem convencido de encontrar uma resposta para aquele assunto que o trouxera até ali. Olhou com atenção as águas enfurecidas que seguiam seu caminho depois do pronunciado salto que nascia nas íngremes rochas. O caudal não era pouco e se chocava com as grandes saliências de pedra, envolvendo-as com espuma branca que brotava diante de sua fúria. O rio, naquele lugar era longo e profundo, uma das fronteiras naturais que separava o clã McAlister dos dois clãs vizinhos: McDonald e McGregor. E era precisamente aquele lugar que fora testemunha e cenário de três violentas mortes.
O pequeno acampamento se encontrava ao lado de uma curva, onde o rio se adentrava na terra, rodeando-se de árvores e formando uma pequena clareira desobstruída, cujo elemento central era a fogueira que haviam encontrado.
Alec olhou ao seu homem de confiança, Iain. Enquanto coçava o forte queixo coberto por uma barba de dois dias, Iain permanecia de pé do outro lado da clareira, observando atentamente qualquer coisa que pudesse chamar sua atenção e os levasse a averiguar a identidade e o possível paradeiro dos assassinos daqueles ingleses.
Além desses três homens, uma dezena mais dos melhores guerreiros McDonald e McAlister observavam seus senhores. Cada um daqueles homens daria sem dúvida, a vida por seus líderes. Eram senhores poderosos.
O nome de Alec causava temor e admiração. O jovem laird demonstrava arrojo na batalha, mas tinha um caráter sombrio que incomodava ao próprio rei da Escócia. Por outro lado, Gabriel McDonald possuía, além de um grande sentido de humor, uma inteligência e astúcia quase sobrenaturais. E na sombra dos dois lairds se encontrava o diabo das Highlands: Iain. Ele era um homem a quem jamais se chegaria a conhecer, e um homem ao qual não se podia desafiar sem algumas consequências.
— Nada. — Gabriel McDonald se apressou a andar até o centro da clareira.
Alec seguiu seus passos aborrecido consigo mesmo por não encontrar uma resposta que parecia tão simples a princípio.
Naquela mesma manhã Gabriel aparecera na fortaleza McAlister sendo portador de estranhas notícias: Tinham sido encontrados três cadáveres na fronteira que delimitava ambos os clãs. Ninguém parecia ter visto nada, nem ouvido rumores sobre forasteiros naquelas terras altas.
Alec voltou a olhar de lado para Iain e o viu abaixar-se perto do fogo extinto, como Gabriel fizera antes. O temível guerreiro, seu melhor rastreador estava observando o terreno, as pegadas e os pequenos pontos de pressão sobre a terra, onde sem dúvida os homens deveriam ter permanecido dormindo antes de serem assassinados.
— Algo estranho? — Perguntou o laird McDonald. Iain assentiu e Gabriel se abaixou ao seu lado. — Aqui dormiu um homem.
Alec franziu o cenho. — E o que há de estranho nisso?
Iain ergueu as espessas sobrancelhas ruivas e Alec suspirou diante do gesto.
Como o silêncio de um homem podia exasperá-lo tanto era algo que Alec não podia compreender, contudo nada como as escassas palavras de Iain para impacientá-lo.
— É estranho Alec, porque há somente um.
— O que quer dizer?
— Bem, os três ingleses foram os atacantes ou nem sequer tiveram tempo de recostar-se para descansar quando aconteceu o ataque. Acredito mais no primeiro. — Assinalou o extremo da clareira a sua direita — Todas as pegadas se encontram ali. Vieram do sul.
— Ingleses. — Murmurou Gabriel.



23 de março de 2013

A Marca Do Guerreiro






Cada vez que Ronald Kinnon levanta sua espada no campo de batalha, treina com seus homens ou faz amor com uma mulher, não pode ocultar a marca da vergonha.

A responsável é a jovem senhora do clã McKenzie, que gravou suas iniciais no peito do Highlander depois de derrotá-lo contra todas as possibilidades. 
Agora, a vingança não se fará esperar, e vindo de um dos homens mais poderosos e orgulhosos da Escócia, Edora sabe que será terrível.
O rei também sabe, por isso toma uma decisão que enfurecerá ambos os jovens, mas salvará seus clãs da destruição… 

Capítulo Um 

O dia tinha sido muito longo e a noite não parecia avançar com pressa. Edora se virou na grande cama do laird. Agora correspondia a ela ocupar o lugar de seu pai e, por fim, dormir naquele quarto carregado de lembranças que evocavam a figura de Iain McKenzie. Suspirou dando uma forte palmada à manta que fazia de cobertor. 
Não podia ficar quieta, os problemas a afligiam, mas era muito orgulhosa para compartilhá-los com o conselho de anciões.
«Ora, uma mulher —comentou o velho Angus—; seu pai devia estar delirando em seu leito de morte para permitir algo semelhante.» Essas palavras doeram, mas sua inteligência lhe dizia que a preocupação de seus homens tinha fundamento. 
Sabia que não só Angus pensava assim, e que alguns dos seus tinham abandonado o clã em busca da única alternativa: ir a terras onde um homem continuasse encarregando-se de administrar justiça, embora fosse um proscrito e um traidor a seu pai e a seu próprio clã. Soltou o ar que tinha estado contendo. 
Não se deixaria vencer tão facilmente, demonstraria do que era capaz Edora McKenzie. 
Sabia quantos obstáculos deveria superar. As fronteiras não eram seguras e os Kinnon se encarregavam de recordar isso nos últimos tempos, aproveitando a debilidade de seu pai, tinham arrebatado uma riqueza da qual eles não podiam prescindir. 
As cabeças de gado eram indispensáveis para passar o inverno, e este, que graças ao Céu chegava a seu fim, tinha sido o mais duro desde que acabou a guerra entre as duas coroas. 
Apertou os dentes entrelaçando os dedos atrás da nuca. Fixou o olhar em um ponto do teto e pensou com desgosto que logo teria que compartilhar essa cama com um homem para afiançar seu papel como senhora do clã. 
Não é que Edora não encabeçasse a marcha contra boas incursões, mas todos confiavam mais no braço de Broderick, a experiência de Duncan ou a inteligência de Robert para sair adiante. 
Choramingou por causa da impotência, mas logo se contentou com outros pensamentos. 
No fundo, aquilo não podia ser tão terrível. Os candidatos a desposá-la eram três e nenhum deles seria uma má escolha.Essa mesma tarde, horas antes, enquanto percorria o escuro corredor que a levaria junto ao leito de seu pai, Edora tinha perdido a coragem para enfrentar seu futuro. 
Mas de repente a figura protetora de Broderick empurrou levemente seu ombro para animá-la a continuar. Tinha completado com seu dever prometendo a seu pai velar por seu querido clã, mas suas palavras seguiam atormentando-a na escuridão do quarto. 
Sentiu um calafrio ao pensar que seu pai tinha morrido ali, mas não podia dormir em outro lugar, era a tradição e descumpri-la levantaria mais rumores sobre sua incapacidade para governar. 
Não devia ter medo, pois Iain McKenzie tinha morrido em paz e seu espírito não perambularia por ali, só suas palavras permaneceriam gravadas em sua mente para lembrar seu conselho. 
—Não estará sozinha
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