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25 de agosto de 2018

Tentação das Terras Altas

Série Cavaleiros das Highlands
Quando Lady Emilia Featherston descobre que seu despresível pai tem tramado contra a coroa, ela se vira para os Cavaleiros das Highlands por proteção ─ e retribuição. 

Escapando para uma casa segura nos arredores de Londres, Emilia fica surpresa de se encontrar dividindo quartos próximos com um musculoso Highlander de fala mansa. 
Logo, a curiosidade abre passo a uma alarmante atração. Emilia aprendeu de primeira mão com seu pai que não se deve confiar em homens. Ela simplesmente nunca conheceu um tão honrado e leal, tão poderoso e, sim, tentador. Desde Waterloo, Colin Stirling tem lutado com memórias que o assombram dia e noite. À beira da loucura, ele não mais confia em si mesmo com relações significativas de qualquer tipo. 
Ao menos nesse santuário temporário, Colin pode se retirar do mundo ─ isto é, até que sua responsabilidade incrivelmente linda descubra a profundidade de sua dor. Em Emilia, Colin vê um espírito similar com suas próprias cicatrizes de batalha. Ele também sente uma chance para se curar... e encontrar o amor.

Capítulo Um

A maioria dos habitantes de Londres estava na cama a esta hora da noite, mas uma única luz brilhava da janela no andar de baixo da casa dos Cavaleiros das Highlands. No interior, três cavaleiros se reuníram na sala de estar, algo que já fizeram muitas vezes tarde da noite, segurando copos de uísque e conversando facilmente como apenas amigos íntimos podiam.
Sir Colin Stirling sentou no sofá de veludo azul, o cotovelo apoiado no braço quando rodava o líquido âmbar em seu copo. Seus lábios torceram enquanto ouvia Camden McLeod exaltar as virtudes do casamento.
─ Eu não sei por que tantos homens o evitam. Os olhos azuis de McLeod eram brilhantes sob o seu cabelo negro como carvão. Não há nada melhor do que deitar ao lado de um corpo quente e disposto a cada noite. Ele pontuou este pronunciamento com um gole de uísque.
─ Você costumava não gostar de qualquer menção à instituição do casamento, se bem me lembro ─ Sir Ewan Ross disse secamente. Veementemente.
─ E por muitos anos ─ Colin acrescentou, balançando a cabeça.
─ Bem, eu era um idiota e um tolo ─ disse McLeod ─ Vocês dois sabem muito bem.
─ Sim, é claro. Na época, eu sabia que você estava podre ─ disse Ross.
─ Você vê? ─ McLeod lhes deu um olhar presunçoso.
─ Mas o problema é ─ Ross disse, sorrindo sob sua palha selvagem de cabelo vermelho encaracolado ─ Você ainda está podre, cara. Apenas de uma forma diferente.
─Não ─ McLeod disse gravemente ─ Eu sou o mais são de todos nós. Graças a Esme ─ Esme era a esposa de McLeod e Colin estava contente que ela parecia tão feliz por estar casada com McLeod como estava ele por se casar com ela e ambos estavam orgulhosos e animados que Esme estava grávida e eles seriam pais em breve.
Colin sorriu para McLeod, mais feliz pelo homem do que ele poderia dizer. Ele amava essas noites, sentado no conforto com os outros cavaleiros, os quais ele considerava seus irmãos, discutindo suas vidas e seus dias.
Esses eram os últimos momentos de paz para ele todos os dias. Havia sete Highland Knights e Colin foi o único que ficou até tarde todas as noites, evitando ir ao seu quarto até que todos os outros tinham ido para a cama e não havia nenhuma escolha no assunto.
Era então que os demônios vinham. Eles não o assombravam todas as noites. Não, eles lhe davam um indulto de vez em quando, apenas o tempo suficiente para ele baixar a guarda antes que eles voltassem com uma vingança. Será que eles viriam hoje à noite? Ele estremeceu com o pensamento e tomou outro gole de sua bebida.
─ Então, por isso, cheguei à conclusão que vocês dois e Laurent precisam se casar o mais rápido possível ─ disse McLeod.
Ross riu. Mesmo os lábios de Colin desenharam um sorriso. Ele, Ross e Laurent, o mais novo homem das suas fileiras, eram os únicos solteiros remanescentes dos Highland Knights.
─ Oh, bem, isso não é inteiramente justo ─ disse Ross ─ Laurent é um mero filhote. Dê ao rapaz alguns anos de liberdade, pelo menos.
─ Tudo bem ─ Os olhos de McLeod brilhavam em desafio. Vocês dois, então. Vocês dois são velhos demais para serem algemados. Especialmente você, Stirling. O que você tem agora? Quarenta e um?
Colin fez uma careta para ele ─ Não é bem assim. Você está uma década errado. Você esqueceu como contar, homem?
─ Cinquenta e um então? ─ McLeod exclamou sobrancelhas levantadas.
─ Você é um idiota ─ Colin resmungou com bom humor, sabendo que ele estava sendo alvo de brincadeira.
─ Trinta e um, seu idiota ─ disse Ross.
─ Não ─ McLeod fingiu choque ─ Você não pode ter trinta e um. Ora, essa é a minha idade. Você parece pelo menos uma década mais velho com todas essas linhas vincando seu rosto.
Colin balançou a cabeça e revirou os olhos. Sem dúvida, ele parecia mais velho do que McLeod. Ele tinha inveja da capacidade de resistência dos outros cavaleiros depois de Waterloo. Se ao menos ele tivesse esse tipo de força. Erguendo o copo, ele engoliu o último gole de seu uísque.
─ Ainda assim, você deveria se casar. Trinta e um. Inferno, você está praticamente na prateleira.
─ Isso é um termo para as mulheres de certa idade, não para os homens ─ disse Ross McLeod.
─ Mulheres inglesas ─ acrescentou Colin. Ele passou a primeira metade de sua vida na Escócia e ele nunca tinha ouvido uma mulher escocesa ser referida como “na prateleira”.
─ Verdade. Deus, você já imaginou como seria ser uma inglesa, com todos os seus julgamentos e regras? ─ McLeod estremeceu.
─Não, eu nunca ─ disse Ross. E jamais pretendo.
Colin sorriu ─ Você faria uma excelente inglesa, porém, com todo esse bonito cabelo vermelho brilhante.
Ross bufou.
McLeod pousou o copo.─ Bem, toda essa conversa de casamento me fez desejar a minha esposa. Esme está esperando. Eu vou para a cama.
─ Sim, eu também ─ disse Ross. Não há esposa para desejar, mas é tarde.
Engolindo o pânico instantâneo que o alcançou, Colin levantou-se junto com os outros dois homens, cerrando os punhos em seus lados. Em sua cama, ele não iria encontrar uma esposa. Ele iria encontrar nada além de frieza e escuridão e seus demônios.
Os outros cavaleiros tinham sido forçados a expulsar demônios de Colin algumas vezes, que foi algumas vezes mais do que Colin gostaria. Era humilhante, o que os demônios fizeram com ele. Como eles o reduziram a algo menor do que um homem.
Pegando a lanterna, McLeod abriu a porta e os três entraram no corredor e se viraram para a escada que levava ao primeiro andar e os seus aposentos. Mas então, um som os forçou a fazer uma parada súbita. Uma batida na porta da frente.
McLeod olhou por cima do ombro para Colin e Ross, suas sobrancelhas levantadas. Que diabos?
Não era certo que Colin deveria estar aliviado por isso, a esta hora, esse tipo de batida na porta não poderia significar nada de bom. Mas iria atrasá-lo para sua cama por mais algum tempo e portanto, ele estava grato por isso.
Os homens giraram e caminharam rapidamente para a porta da frente. A batida estava mais alta agora; era como se alguém estivesse batendo com as duas mãos espalmadas sobre a superfície de madeira suave. Colin chegou à porta em primeiro lugar. Ele agarrou a maçaneta e puxou a porta.
Era uma mulher – o que foi evidente imediatamente por causa de suas vestes fluindo. Levou um momento para os olhos de Colin se ajustar à escuridão, mas depois a lanterna que McLeod segurava espirrou um feixe de luz amarela sobre ela.
Colin reparou em cachos loiros selvagens, um rosto arredondado, olhos grandes cinza-azulados. E sangue riscado através do tecido de seu vestido branco. Manchado em sua bochecha.
Ele conhecia essa moça. Seu coração começou a bater dolorosamente contra seu esterno. Lady Emília?
A mulher lançou um grande soluço e se jogou contra ele. Ele tropeçou para trás um pé antes de recuperar o equilíbrio, as mãos movendo-se para os braços para segurá-la firme.
─ Oh, Sir Colin, graças a Deus ─ ela chorou em seu peito, os dedos enrolando firmemente em sua camisa ─ Por favor, me ajude. Por favor!



Série Cavaleiros das Highlands
0.5 - Um Coração Escocês
1 - Calor Escocês
2 - O Despertar do Highlander
2.5 - Seu Malvado Escocês
3 - Tentação das Terras Altas
Série Concluída

3 de junho de 2018

Seu Malvado Escocês

Série Cavaleiros das Highlands
Um Cavaleiro Highland confronta-se com uma moça Highland. 

A Escócia nunca mais será a mesma.
Aila MacKerrick viveu uma vida tranquila e solitária desde que seus pais morreram há dois anos. Isto é, até que um estranho sombrio a rouba de sua cama uma noite, joga-a em seu cavalo, e a leva para um antigo castelo abandonado, no meio da floresta das Terras altas.
Maxwell White foi designado para levar a MacKerrick a uma localização segura. Na experiência de Max, as mulheres são criaturas dóceis e obedientes, mas ele nunca conheceu ninguém como Aila. Ela o surpreende a cada passo, com sua luta voraz contra ele, com sua vontade de sujar as mãos, com a alegria na cama.
Max promete proteger Aila, mas um líder de guerra ambicioso está determinado a possuir o punhal lendário que pertenceu à sua família há gerações; e ele vai fazer qualquer coisa para obtê-lo ― inclusive mantendo Aila longe de Max para sempre.

Capítulo Um

As Terras Altas, 1817
O inverno chegou em pleno vigor, e Aila MacKerrick estava gelada até os ossos, apesar de ter colocado um tijolo quente debaixo da roupa de cama. Agasalhando-se mais forte em um casulo de tecidos pesados, ela se virou para o lado e se perguntou se deveria colocar outra meia.
Não, ela não tinha mais meias limpas.
Dormir, Aila, dormir. Ela precisava de uma boa noite de descanso. Havia muito trabalho a ser feito amanhã, e os dias ficaram curtos. Sua pilha de roupa tinha crescido até uma altura embaraçosa. O telhado de palha da casa de campo, tinha um vazamento na mesa da cozinha na semana passada; e ela precisava repará-lo. Ela tinha que levar um lote de ovos para a aldeia. Se esse tempo frio continuasse, ela ficaria isolada até fevereiro; então, ela também deveria caminhar até os Grants e ver se eles trocariam ovos, por outro fio de lenha.
De repente, insuportavelmente sozinha, Aila estremeceu. De vez em quando, a saudade batia assim, como uma paulada sólida no peito. Com menos freqüência agora, quase dois anos após a morte de seus pais, mas cada vez a sentia mais forte. Esta foi tão forte que levou o sono para longe.
Ela sentia muita falta deles.
Ela fechou os olhos mais apertados, seu corpo agitado com mil tremores, sua intensidade multiplicada pelo frio e tristeza, até que ela se sentiu como uma folha de outono tremendo em um vendaval, segurando apenas os mais fracos galhos, pronto para se libertar em uma rajada forte.
De repente, uma mão grande e calosa apertou sua boca.
A mente de Aila ficou em branco. Então, a descrença a atravessou ― ninguém mais estava em sua casa. Certamente ela o teria ouvido!
A raiva precipitou-se nos calcanhares da descrença. Como alguém se atreve a intrometer-se em sua casa? Ela mordeu a parte carnuda da mão e gritou o mais alto que podia.
― Jesus! ― a voz era um barítono baixo. A voz de um estranho. A mão vacilou por um momento, mas depois apertou ainda mais a boca. ― Agora, nada disso, moça.
A fúria chegou a ferver dentro dela. Sua mão era como o ferro: forte, pesada e imóvel. Ela não podia morder novamente. Em vez disso, se debateu com as mãos e as pernas, tentando socar e chutar, com pouco efeito. Seus membros malditos não fizeram nada, além de enrolar na meia dúzia de cobertores em que ela estava deitada.
Ele ergueu-a, cobertor e tudo, e a colocou sobre o ombro como um saco de estopa, os cobertores embrulhando-a efetivamente e prendendo-a no lugar.
O pânico cresceu quando ele caminhou até o outro extremo da sala, abafando sua fúria. O que esse homem queria dela? Ele pretendia matá-la? Violá-la? Sua cabeça bateu ridiculamente contra a inclinação superior de sua parte traseira ― sua parte traseira muito musculosa ― com cada passo de suas longas pernas. Claramente, ela não era rival para um homem dessa força. Seu rifle estava escondido nas vigas da cozinha, e o punhal do seu pai estava apoiado na parede perto da porta da frente. Absolutamente inútil.
Ela considerou gritar ― por cerca de dois segundos. Não seria útil. Sua faz tudo, Gin, a única serva de Aila, foi para Inverness visitar sua tia doente. Seus vizinhos mais próximos, os Grants, estavam a mais de uma milha de distância, do outro lado do rio, e mesmo o grito de Aila, que a mãe costumava dizer, ― acordava os anjos no céu ―, não podia ser ouvido tão longe. Sua mãe sempre foi propensa ao exagero.
Ela lutou contra os cobertores, mas não adiantou. Ela estava completamente presa.
Ele abriu o guarda-roupa dela ― de ponta cabeça, ela podia ver a porta aberta ao seu lado ― e pegou um braço cheio de roupas de sua pilha suja, juntamente com um par de sapatos da prateleira adjacente. ― Moça desorganizada ―, ele murmurou e Aila se viu corando.
Rubor. Ela estava corando enquanto pendia do ombro de um homem estranho. Um homem que poderia estar planejando fazer coisas abomináveis ​​e impensáveis com ela. E ela estava corando porque estava com vergonha dele ter visto a confusão desordenada em seu guarda-roupa.
Não havia explicação para a natureza ilógica da humanidade.
Ela se contorceu e tentou se afastar dos cobertores, mas ele a deteve com um firme golpe no traseiro.
― Nada disso, eu disse. ― Sua voz era suave, não particularmente ameaçadora, em profundo contraste com suas ações.
Ela quis discutir com ele, dizer que ele tinha dito isso quando ela o mordeu; e ela não o tinha mordido desde então. Nem uma vez ele ordenou que ela parasse de mexer. Em vez disso, ela gritou:
― Quem é você? O que você quer de mim?
― Silêncio, agora ―, disse ele. ― Apenas venha comigo e você não vai ter nenhum dano.
Ela desconfiou profundamente dessa afirmação. E ela estava começando a ficar tonta de estar de cabeça para baixo.
― Me ponha no chão! ―, ela exigiu.
― Não.
― Eu ordeno que você me solte!
― Não.
― Solte-me neste instante!
― Não.
Sua voz era irritante e calma, e o medo e a raiva se juntaram em uma poderosa combinação de energia dentro de Aila.
― Agora! ―, ela gritou. ― Ou eu vou ver você enforcado!
Ele riu com isso.
Riu.
Aila viu tudo vermelho. Ela lutou com todas as forças, de alguma maneira conseguindo separar as pernas o suficiente para abalar seu equilíbrio. Ele se inclinou para se firmar, mas não a tempo de pegá-la. Ela caiu pesadamente no chão de madeira ao seu lado, e todo o ar, imediatamente, deixou seu corpo.
Por um momento, ela estava certa de que tinha perdido toda a capacidade de respirar. Mover-se parecia fora de questão. Então seus pulmões retomaram sua função, e ela sugou respirações profundas e irregulares. Após a segunda respiração, ela descobriu que poderia se mover novamente e, de alguma forma, se afastou da faixa apertada de cobertores que a prendiam.
Ela saltou para uma posição de pé e correu para a porta. Mas ele era pelo menos um pé mais alto do que ela, suas pernas sanguinárias provavelmente duas vezes mais e, em dois passos, ele a pegou, seu braço envolvendo seu estômago. O calor de sua pele irradiava pela camada de tecido de sua camisola de musseline
―Agora, agora ―, disse ele, sua voz ainda estava completamente calma.
Ela tentou se libertar, mas era como tentar atravessar uma sólida porta de ferro.
― Deixe-me ir!
― Escute-me… 
― Não! Saia da minha casa!



Série Cavaleiros das Highlands
0.5 - Um Coração Escocês
1 - Calor Escocês
2 - O Despertar do Highlander
2.5 - Seu Malvado Escocês
3 - Tentação das Terras Altas
Série Concluída



3 de fevereiro de 2018

O Despertar do Highlander

Série Cavaleiros das Highlands
Como autora secreta de romances picantes, Lady Esme Hawkins vai a grandes distâncias para proteger a honra de sua família. 

E é por isso que ela se disfarça cuidadosamente antes de entrar em um bordel conhecido para fazer pesquisas. Mas quando Esme se vê cara a cara com um pensativo guarda-costas Highlands, ela não pode recusar facilmente um beijo inofensivo. . . 
Um beijo que inflama desejos arrancados das páginas de suas novelas. Agir sobre eles, no entanto, arriscaria revelar a identidade de Esme ― e o fato de que ela está noiva de outro homem. Como um Highland Knight que jurou proteger a coroa, Camden McLeod nunca esperara seguir seu cliente em um bordel ― nem poderia antecipar o encontro com uma garota brilhante e inocente com lábios e olhos exuberantes da cor do...

Capítulo Um

Camden McLeod estava de pé,atento, sua posição rígida com os braços retos nas laterais do corpo. Todos os seus sentidos estavam em alerta: seus olhos em foco, suas mãos estavam preparadas para recuperar sua pistola ou seu punhal em uma fração de segundo. 
Ele ouvia qualquer ruído suspeito e, ao mesmo tempo, tentava ignorar os sons de gemidos e calças emanando por trás da porta fechada às suas costas.
Seu olhar se moveu pela pequena antessala. Era coberta com uma decoração suntuosa, desdea porta pintada de branco e dourado que abria para o corredor, ao luxuoso tapete Aubusson que dominava o chão e o canapé coberto de veludo vermelho que atravessava o comprimento de uma parede.
Claro, Pinfield escolhia apenas o melhor. 
Os melhores cavalos, o melhor brandy, o melhor maldito bordel de toda Londres. Para não mencionar os homens mais habilidosos da Inglaterra para protegê-lo do perigo.
E era por isso que Cam estava nesse lugar, armado até os dentes e guardando a porta fechada de um dos muitos quartos elegantes no bordel de primeira classe da Sra. Trickelbank. 
Os Highland Knights, o grupo mercenário de elite do qual Cam era membro, guardavam o visconde Pinfield, que recebera tantas ameaças de morte que lhe foi concedida a proteção dos Knights 24 horas por dia.
Infelizmente, era a semana atribuída a Cam para serviço noturno.
― Oh, sim, meu senhor. Sim! Lá! ― O grito agudo da moça foi seguido pela queixa gemida do colchão o qual seus ocupantes batiam.
Cam colou um olhar insensível no rosto e cruzou os braços sobre o peito. Ele tentava ignorar os sons da cama, mas não era fácil. Concentrou-se na porta fechada em sua frente, em vez daquela atrás dele, e surgiram outros ruídos: sons silenciosos de passos rápidos no corredor e vozes femininas baixas, mas urgentes.
Cam enrijeceu quando os passos pararam, e as vozes ficaram mais altas.
― Mas quem...? ― uma das mulheres começou a dizer. A maçaneta girou. A mão de Cam foi para a pistola quando a porta se abriu. Duas mulheres ficaram no limiar. Ele conhecia uma delas ― Sra. Trickelbank, a senhora deste lugar. A outra usava um manto encapuzado e parou na sombra com a cabeça baixa, as mãos cruzadas firmemente em torno de um pequeno livro que ela segurava em sua cintura. Cam podia ver apenas o suficiente da forma do corpo para saber que ela era do sexo feminino, e da inclinação de sua bochecha para concluir que era jovem.
Provavelmente uma das raparigas da Sra. Trickelbank que sairia para atender a um cliente na noite. Talvez o livro fosse algum tipo de meios de manter os registros de suas conquistas.
Ele soltou sua arma e cravou os olhos na Sra. Trickelbank, que sabia muito bem que Lord Pinfield precisava de privacidade enquanto conduzia seu "negócio".
― Desculpe rapaz, ― disse a mulher mais velha rapidamente, ignorando seu olhar penetrante. Ela agarrou os ombros da mulher coberta e a empurrou para a antecâmara. A mulher tropeçou dentro, e teria caído de cabeça sobre Cam se ele não a pegasse agarrando-lhe os braços. Ela emitiu um som baixo, enquanto ele a segurava ao longo do braço, e olhou por cima do ombro para levantar uma sobrancelha para a Sra. Trickelbank.
Ela deu-lhe um sorriso de lábio franzido e puxou uma porção de seu cabelo grisalho de volta, colocando-o eficientemente em seu chignon enquanto dizia: ― Seja um doce e fique de olho na menina por um minuto, sim, Sr. McLeod? Eu tenho um problema com uma das meninas mais novas e Mountebank. Você sabe como ele é.
Cam deu um suspiro interno. Ai sim. Ele conhecia bem o Mountebank. A responsabilidade de Cam, Lord Pinfield, era insignificantemente despreocupado. Comum. Mountebank, por outro lado, era um bastardo perverso.
Ele deu um pequeno aceno de acordo. ― Continue, então, ― ele disse, sua voz rascante.
― É isso, meu caroçinho de ameixa, ― disse Pinfield alegremente de além da porta nas costas de Cam. ― Pule sobre mim. Pule! Pule!



Série Cavaleiros das Highlands
0.5 - Um Coração Escocês
1 - Calor Escocês
2 - O Despertar do Highlander
2.5 - Seu Malvado Escocês
3 - Tentação das Terras Altas
Série Concluída



3 de setembro de 2017

Calor Escocês

Série Cavaleiros das Highlands
Com sangue ainda secando nas linhas de frente em Waterloo, Lady Grace Carrington ajuda um soldado ferido em uma tenda médica britânica. 

Embora ela acredite que o puxou para a segurança, na verdade, ela colocou os dois em grave perigo: porque quando seus brilhantes olhos azuis se encontram com os dela, o apaixonado sargento escocês a beija de uma maneira que a deixa sem fôlego e tremendo. 
Como a filha obediente de um Conde, Grace não deveria ser tentada por alguém tão abaixo de sua posição. Mas como uma mulher de sangue vermelho, ela anseia por muito mais. No que diz respeito a Duncan Mackenzie, ser apunhalado no braço foi a melhor coisa que já aconteceu. Quando acorda no campo de batalha, a visão do rosto adorável de Grace acende sua alma. Como um homem alistado e filho de um fazendeiro...

Capítulo Um

19 de junho de 1815, Campo de Batalha de Waterloo
O peito de Lady Grace Carrington se apertou enquanto olhava para a destruição brutal apresentada diante dela. Em seus sonhos mais loucos, nunca imaginara que tais horrores fossem possíveis. Nunca.
Ela precisava fazer alguma coisa. Seus dedos formigavam com a necessidade de ajudar. Ela não podia ficar ociosa enquanto tantos homens sofriam.
Ela caminhou cuidadosamente através do campo de batalha pisoteado. Não se incomodou em levantar as saias, não haveria sentido. Ela logo ficaria enlameada da cabeça, aos pés.
Havia corpos em todos os lugares, embora não tantos como no início da manhã, quando mal se podia andar sem pisar em algum membro dos cadáveres. Os homens dirigiam-se de um lado para o outro, e os carrinhos moviam-se pelas laterais, cheios até a borda de homens sem vida. Resoluta, de cabeça erguida, Grace dirigiu-se para o meio do campo, onde a carnificina encontrava-se no auge.
Ela ajoelhou-se próximo a inúmeros corpos, baixando a cabeça para ver se uma respiração poderia sossobrar sobre sua orelha. Não havia nada além de uma implacável quietude. Grace encontrou-se olhando para o céu cinzento uma e outra vez, tentando reunir suas forças. Testemunhar isso não era nada comparado com o que esses pobres homens passaram. Se eles podiam sofrer através de um pesadelo, então, ela podia sofrer com as consequências.
Ajoelhou-se ao lado de um homem, este de um dos regimentos das Highlands, a julgar pelo uniforme que usava: boné humilde, kilt, cintos cruzados e meias. Não havia uma partícula de sangue visível nele. Se não fosse por toda a sujeira cobrindo seu uniforme e pele, ela teria pensado que ele deitara na grama em um repouso pacífico.
Inclinando-se, colocou a orelha em seus lábios. Nada. Ela ficou mais tempo do que o normal para ouvir qualquer som de respiração. Finalmente, levantou-se, olhando para o homem. Não, ele era um menino, muito mais jovem do que os seus vinte e três anos.
Talvez, estivesse ferido nas costas. Ela não conseguiu virá-lo para descobrir. Mas, não havia dúvida de que este pobre soldado morrera, juntamente, com tantos outros. Sua respiração ficou presa, curvou a cabeça e apertou os olhos fechando-os, lutando o mais forte que podia contra as lágrimas que empurravam atrás das pálpebras.
― Madame?
Ela saltou para trás, surpresa, com a cabeça erguida. Seu calcanhar virou sobre um terreno desigual, ou alguma coisa caída no chão, seus braços tremendo enquanto lutava para ficar em pé.
Não adiantou. Ela caiu, dura, de costas.
Em alguém. Um fato tornado imediatamente óbvio pelo vigor highlander da respiração liberada pelo pobre homem em que ela tropeçara.
Ela afastou-se de seu corpo, corando furiosamente, pois suas nádegas caíram diretamente sobre a pélvis, dele.― Oh, eu sinto muito, senhor… eu sou tão desajeitada… Perdoe-me por favor…




29 de maio de 2017

Um Coração Escocês

Série Cavaleiros das Highlands 
A última vez que Lady Claire Campbell vira seu marido disse-lhe que o odiava, e não gostaria de colocar os olhos nele, novamente. 

Mas agora, ele fora embora para lutar contra Napoleão e, portanto, pode ser tarde demais para lhe dizer que sente muito.
Major Sir Robert Campbell não esperava ver sua linda esposa inglesa, outra vez. 
Então, quando ela aparece no campo de batalha, após um conflito sangrento em Waterloo, ele está certo de ter avistado um anjo. Após a batalha, ordenam que Rob retorne a Londres a serviço da Coroa. Claire o segue, desesperada, para encontrar uma maneira de consertar seu casamento desfeito. Mas, algumas feridas são mais profundas do que as contusões que Rob sofreu no campo de batalha. E, algumas, feridas nunca podem ser curadas.

Capítulo Um

19 de junho de 1815, Campo de Batalha de Waterloo
A luz do sol atravessava as pálpebras de Robert Campbell. Ele abriu os olhos e lutou para focalizar através do cascalho. O ar espesso e enevoado cheirava a sangue e fumaça, pólvora e carne. De morte.
Reinava o silêncio, ao contrário do barulhento quartel ou da jovial atmosfera do baile da Duquesa de Richmond, algumas noites atrás. Os únicos sons eram suave farfalhar e arrastos de pés, como ratos em um porão.
Seu corpo doía, cada polegada gritava de dor com o menor movimento, suas pernas pareciam como se um cavalo as tivesse espezinhado, parecia ter amarrado um nó em suas entranhas, seu peito estava tão apertado que não conseguia respirar fundo, seus braços pareciam ter sido injetados com uma tonelada de chumbo e o conteúdo de sua cabeça parecia muito grande para seu crânio, a pressão quase insuportável.
Algo pesava em suas pernas. Ele se esforçou em seus cotovelos para ver o que era.
Um homem, um homem, morto, encontrava-se envolto em suas coxas. Um francês morto, a julgar pelo azul do casaco.
A respiração de Rob ficou presa em sua garganta enquanto encarava o corpo. Pairava de bruços, na terra, o peito sobre as coxas de Rob. Havia tanto sangue… e uma rigidez total, que fez o sangue de Rob correr frio.
Ele piscou, olhando em volta. Parecia ser, só de manhã, cedo. A névoa molhou seu rosto e misturou-se com a fumaça de pólvora e canhão criando um ar espesso que 0 pressionava por todos os lados. Ele só podia enxergar alguns metros ao redor.
Oh Deus…
Um mar de corpos, tanto de homens, como de cavalos, o rodeava até onde seus olhos podiam ver. Estavam tão imóveis… tão rígidos, envoltos uns sobre os outros em ondulantes casacos, vermelho brilhante, e casacos franceses, azuis… misturados a profunda cor vinho, de sangue seco, pincelados de lama marrom. Figuras erguidas salpicavam a cena, pessoas de roupas escuras escolhendo seu caminho através da destruição, com os ombros encurvados. Um cavalo levantava aturdido, não muito longe.
Ele ofegou, sentindo sua garganta se fechando. Levou vários minutos para recuperar o controle e, durante esse tempo, as memórias voltaram a inundar sua mente.
A Batalha… Espadas balançando, o barulho do canhão, a rajada de tiros, e o grito que rasgou de sua garganta:
— Noventa segundos, agora é seu tempo! Carregar!
Os gritos: — Escócia para sempre! — estourando ao redor dele. Andando para a frente a lama o cuspia como dardos e sugava os cascos de seu cavalo, como se estivesse cavalgando por um espesso xarope.
E a luta…



Série Cavaleiros das Highlands
0.5 - Um Coração Escocês
1 - Calor Escocês
2 - O Despertar do Highlander
2.5 - Seu Malvado Escocês
3 - Tentação das Terras Altas
Série Concluída