Atormentado pela inocência.
Como líder do clã, Rob, conhecido como o Brunson Negro, faz jus a cada letra de seu apelido.
Mas quando toma como refém a filha de seu inimigo, a culpa, mesclada à necessidade de protegê-la, dilacera sua consciência...
Rob luta contra uma tentação proibida!
No princípio, Stella Storwick se sentia desprezada por Rob.
Lentamente, começa a perceber em seu olhar a perfeita expressão de um sentimento impossível de ser descrito com palavras...
E apenas um beijo poderá aplacar seu desejo!
Capítulo Um
Centro da Fronteira — abril de 1529
Quando Rob Negro Brunson inspirou ao acordar naquela manhã, inalou pela primeira vez o ar livre do odor das cinzas desde que os Storwick atearam fogo à casa-torre, menos de dois meses antes.
Seu primeiro pensamento, porém, foi o mesmo que o da véspera e das manhãs anteriores. Eles lhe pagariam. Cada um deles.
Ah, Rob se apressara em revidar. Os tetos que abrigavam os Storwick sentiram o ardor das chamas. O líder daquele clã agora definhava, vigiado por um guardião escocês.
Mas aquilo não era o suficiente. Não diante de tudo o que haviam feito.
As cinzas desapareceram com a neve. O teto da cozinha ostentava um novo colmo, mas ao inspirar uma segunda vez, a verdade o atingiu. Seu nariz nunca se livraria daquele odor pungente.
Tampouco os narizes dos Storwick. Rob se certificaria de não permitir.
Pôs os pés para fora da lateral da cama e olhou por sobre o ombro, como que esperando que o fantasma do pai espreitasse atrás dele.
Mas não havia nada lá.
Estava sozinho no quarto do líder. Agora era o chefe do clã, como fora criado para ser durante os últimos 26 verões.
Rob se espreguiçou, coçou as costas e esticou as mãos para pegar as botas.
A neve e o frio persistiam, mas, naquela manhã, sentia uma suavidade na atmosfera. Primavera. A estação do nascimento dos cordeiros. Época de ser pastor, além de guerreiro, percorrendo o vale para se certificar de que o rebanho vinha sendo bem tratado.
No ano anterior, executara aquela tarefa ao lado do pai.
Após levantar e se vestir, Rob fez uma incursão à cozinha em busca de sobras de broas de aveia para enfiar na sacola. A irmã costumava fazer isso para ele, para todos. Cozinhava, limpava, lavava, mantinha tudo em ordem até poucos meses antes, quando os abandonara por aquele marido pouco confiável.
Em breve, todos o estariam pressionando para que arranjasse uma esposa. Alguma mulher que esbravejaria pelo fato de ele empreender aquelas rondas sozinho. O perigo não desaparecera com a neve, mas Rob retornaria antes do escurecer, e ninguém ousaria arriscar um ataque em um dia ensolarado de primavera.
Além disso, Rob preferia a solidão. A sós, desfrutaria ao menos de alguns momentos sem que ninguém estivesse olhando para ele, esperando que desse a palavra final.
Cruzou o portão e observou os cavalos pastando do lado de fora dos muros, feliz por deixar a torre para trás. Assoviou, e Felloun trotou em sua direção, pronto para a cavalgada. Na verdade, Rob se sentia mais à vontade sobre uma sela do que em qualquer outro lugar. O chão sob os cascos do cavalo — a terra em si — era como seu lar. Rob era parte integrante daquilo. Das montanhas, do limo, das pedras e do solo. Parente da terra pensava algumas vezes, e não dos homens.
Mas aquela era a natureza de todos os Brunson, desde o Primeiro. Um Brunson pertencia a terra. Àquela terra.
A outra metade de Rob, a que alguns homens encontravam nas companheiras, pertencia às montanhas. Ninguém poderia forçá-lo a se separar delas.
Rob alcançou o membro do clã mais próximo antes de o sol chegar a pino. Ovelhas baliam e vagavam ao redor enquanto um cão bem treinado colocava ordem nas margens do rebanho, respondendo ao assovio do dono.
Rob cumprimentou o homem com um aceno de cabeça.
— Está tudo bem? — Não quis sugerir que Joe, o Sem Dedo, precisava de ajuda, mas apenas deixá-lo ciente de que estava ali, caso precisasse.
— Sim.
Um novo cordeiro, ainda sem firmeza nas pernas, se mantinha próximo à mãe.
Rob engoliu em seco.
— O pequeno…
Série Clã Brunson
1 - Fronteira do Desejo
2 - O Limite da Paixão
3 - Prisioneira de um Rebelde
Série Concluída
Centro da Fronteira — abril de 1529
Quando Rob Negro Brunson inspirou ao acordar naquela manhã, inalou pela primeira vez o ar livre do odor das cinzas desde que os Storwick atearam fogo à casa-torre, menos de dois meses antes.
Seu primeiro pensamento, porém, foi o mesmo que o da véspera e das manhãs anteriores. Eles lhe pagariam. Cada um deles.
Ah, Rob se apressara em revidar. Os tetos que abrigavam os Storwick sentiram o ardor das chamas. O líder daquele clã agora definhava, vigiado por um guardião escocês.
Mas aquilo não era o suficiente. Não diante de tudo o que haviam feito.
As cinzas desapareceram com a neve. O teto da cozinha ostentava um novo colmo, mas ao inspirar uma segunda vez, a verdade o atingiu. Seu nariz nunca se livraria daquele odor pungente.
Tampouco os narizes dos Storwick. Rob se certificaria de não permitir.
Pôs os pés para fora da lateral da cama e olhou por sobre o ombro, como que esperando que o fantasma do pai espreitasse atrás dele.
Mas não havia nada lá.
Estava sozinho no quarto do líder. Agora era o chefe do clã, como fora criado para ser durante os últimos 26 verões.
Rob se espreguiçou, coçou as costas e esticou as mãos para pegar as botas.
A neve e o frio persistiam, mas, naquela manhã, sentia uma suavidade na atmosfera. Primavera. A estação do nascimento dos cordeiros. Época de ser pastor, além de guerreiro, percorrendo o vale para se certificar de que o rebanho vinha sendo bem tratado.
No ano anterior, executara aquela tarefa ao lado do pai.
Após levantar e se vestir, Rob fez uma incursão à cozinha em busca de sobras de broas de aveia para enfiar na sacola. A irmã costumava fazer isso para ele, para todos. Cozinhava, limpava, lavava, mantinha tudo em ordem até poucos meses antes, quando os abandonara por aquele marido pouco confiável.
Em breve, todos o estariam pressionando para que arranjasse uma esposa. Alguma mulher que esbravejaria pelo fato de ele empreender aquelas rondas sozinho. O perigo não desaparecera com a neve, mas Rob retornaria antes do escurecer, e ninguém ousaria arriscar um ataque em um dia ensolarado de primavera.
Além disso, Rob preferia a solidão. A sós, desfrutaria ao menos de alguns momentos sem que ninguém estivesse olhando para ele, esperando que desse a palavra final.
Cruzou o portão e observou os cavalos pastando do lado de fora dos muros, feliz por deixar a torre para trás. Assoviou, e Felloun trotou em sua direção, pronto para a cavalgada. Na verdade, Rob se sentia mais à vontade sobre uma sela do que em qualquer outro lugar. O chão sob os cascos do cavalo — a terra em si — era como seu lar. Rob era parte integrante daquilo. Das montanhas, do limo, das pedras e do solo. Parente da terra pensava algumas vezes, e não dos homens.
Mas aquela era a natureza de todos os Brunson, desde o Primeiro. Um Brunson pertencia a terra. Àquela terra.
A outra metade de Rob, a que alguns homens encontravam nas companheiras, pertencia às montanhas. Ninguém poderia forçá-lo a se separar delas.
Rob alcançou o membro do clã mais próximo antes de o sol chegar a pino. Ovelhas baliam e vagavam ao redor enquanto um cão bem treinado colocava ordem nas margens do rebanho, respondendo ao assovio do dono.
Rob cumprimentou o homem com um aceno de cabeça.
— Está tudo bem? — Não quis sugerir que Joe, o Sem Dedo, precisava de ajuda, mas apenas deixá-lo ciente de que estava ali, caso precisasse.
— Sim.
Um novo cordeiro, ainda sem firmeza nas pernas, se mantinha próximo à mãe.
Rob engoliu em seco.
— O pequeno…
Série Clã Brunson
1 - Fronteira do Desejo
2 - O Limite da Paixão
3 - Prisioneira de um Rebelde
Série Concluída