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11 de abril de 2012

A Lenda De Kinglassie

Série Faulkner
Sir Gavin Faulkener sentiu incendiar seu sangue ao ver o cruel castigo que o rei Eduardo impunha a sua prisioneira,Lady Christian MacGillean, uma dama escocesa que se negava a revelar o esconderijo do antigo tesouro de Kinglassie. 

A Pomba ferida
Lady Christian estava presa em uma jaula de ferro por ter se negado a revelar onde estava o lendário tesouro de Kinglassie, enterrado pelo próprio Merlín. 
Tinha desafiado aos invasores ingleses incendiando sua própria residência antes de entregar-se. Entretanto, incapaz de escapar, não demorou a compreender que o preço de seu silêncio tinha que ser… a vida. 
O Anjo do amor De volta de seu exílio na França, Sir Gavin Faulkener recebeu do rei Eduardo o castelo incendiado e a ordem de casar-se com a prisioneira moribunda a fim de arrancar seu segredo. E quando Sir Gavin resgatou Christian de sua jaula, ela acreditou que era o próprio arcanjo Miguel que tinha vindo para levá-la ao céu. Divididos entre o crescente amor que nasce em seus corações e a lealdade que cada um jurou a seu respectivo rei, os apaixonados se vêem presos em uma rede de intrigas e perigos dos quais parece impossível escapar. 

Capítulo Um 

Setembro de 1306. As Highlands 
A capela de pedra banhada pelo sol de outono e construída, protegida por um pequeno vale, estava invadida pelos gritos, e seu pórtico de pedra manchado de sangue. 
Christian permanecia escondida atrás de um grupo de árvores próximo, tremendo e chorando, impotente para ajudar. 
Sentia-se como se flutuasse em meio a um pesadelo. Enquanto observava das árvores, a esposa de Robert, Elizabeth, e a pequena filha de ambos, Marjorie, junto com as irmãs de Bruce e uma jovem condessa escocesa, foram obrigadas brutalmente pelos soldados ingleses a sair da capela. E os cavalheiros escoceses que tentavam protegê-las foram assassinados ou capturados. 
Ao longo das intermináveis semanas durante as quais Christian permaneceu com a rainha em Kildrummy, conheceu todos esses homens e mulheres. 
Escaparam do norte fugindo para as ilhas Orcadas quando pararam para rezar nesta capela. 
Os soldados armaram uma emboscada aos escoceses que montavam guarda fora da igreja. Embora, estes últimos lutassem valentemente, foram superados em número. 
Agora com a respiração agitada e ofegante, deitada de barriga para baixo entre a brilhante vegetação outonal, Christian observava e rezava escondida, sem armas e indefesa. 
Ela era também uma das mulheres que estes sasunnach procuravam com tanta ferocidade. Christian rezou na capela um pouco antes, mas saiu para dar um curto passeio, intumescida depois de muitas horas sem descer do cavalo. 
Ao retornar, ouviu os gritos, e se jogou no chão horrorizada. 
Mas agora a capela estava em silêncio, rodeada pelos dourados bosques das colinas circundantes. Em meio daquela paz, jaziam os corpos silenciosos e imóveis dos cavalheiros escoceses cujo sangue se misturava com as folhas caídas. 
Ficou de pé tremendo. Decidida a contar aos escoceses leais que viviam perto dali que a rainha foi capturada, começou a correr através do bosque de bétulas. 
Seu passo era forte e rápido, e suas pernas ágeis saltavam sobre os ramos caídos e passavam roçando as folhas. 
Sua respiração e seus pés criavam um ritmo que foi o único som que ouviu até que foi muito tarde. Quatro cavalos se aproximaram por trás, com o ruído dos cascos amortecido pela densa vegetação. Soldados ingleses gritaram que parasse, mas ela continuou correndo. 
Um grosso braço coberto por uma cota de malha se lançou para ela, mas conseguiu esquivá-lo saltando para o lado. 
O homem praguejou, esporeou seu cavalo e a apanhou entre seus arreios e outro atacante. Alguém agarrou seu tartán e puxou para cima, afogando-a com o tecido retorcido. 
Tropeçou e caiu, mas conseguiu escapar e ficar outra vez de pé. 
Um dos homens desmontou e se lançou sobre ela, fazendo-a cair pesadamente no chão. 
O enorme peso de seu corpo, vestido com um colete acolchoado e protegido por uma armadura de cota de malha, ameaçou esmagá-la. 
Não podia mover-se e quase não podia respirar, embora lutasse e gritasse desesperadamente debaixo do homem. 
- Deixa que fique de pé. A voz que ouviu por cima de sua cabeça era cortante como o aço. 
O soldado se separou dela grunhindo, e a obrigou a ficar de pé de um puxão. 
O cabelo despenteado e alvoroçado caiu para frente em mechas soltas escondendo seu rosto. Jogou a cabeça para trás e olhou desafiante ao alto cavalheiro vestido com cota de malha e uma túnica curta vermelha. 
Oh, pensou; Por Deus, este homem não!

Série Faulkner
1 - A Lenda de Kinglassie
2 - Milagres
Série Concluída

26 de fevereiro de 2012

Milagres

Série Faulkner

Uma moça angelical... 

A jovem tinha uma luz dourada nos cabelos, e calor e magia nas mãos; mas seu dom milagroso despertava o temor dos supersticiosos aldeões de sua terra. 

Ninguém conhecia a secreta dor do passado de Michaelmas Faulkener.
Entretanto, para um homem em especial, Michaelmas era a última esperança... 
Uma mulher inesquecível... 
Foi em um campo de batalha que Diarmid Campbell viu pela primeira vez à moça que curava os doentes com o simples contato, e quando se desvaneceu entre a névoa soube que nunca poderia esquecê-la. 
O poderoso senhor estava disposto a enfrentar o próprio rei para ter ao seu lado a radiante beleza capaz de curar sua alma ferida... e abrir seu coração para o amor. 

Capítulo Um

Escócia, ao oeste das Highlands, primavera de 1322 

O grito ouviu-se outra vez, profundo e fantasmal através da escuridão.  Diarmid se ergueu em sua sela e olhou ao redor. 
Ouviu de novo o alarido e pensou que devia tratar-se de alguma pequena criatura que provavelmente estava perdida ou ferida. 
Mas aquele grito tinha um timbre estranhamente melancólico que o recordou às lendas dos daoíne síth , as fadas e os duendes que diziam habitar em muitas colinas das Highlands da Escócia. Sorrindo ironicamente, afastou de sua mente aquelas fantasias com um gesto da mão e continuou cavalgando. 
Instantes mais tarde ouviu outra vez o grito, que desta vez soou como um gemido. 
Diarmid parou o cavalo para esquadrinhar as colinas que o rodeavam, com suas ladeiras iluminadas pela claridade da lua. 
Estava seguro de que não havia ninguém mais naquele lugar, naquela fria noite da primavera ventosa e cheia de nuvens que ameaçavam chuva. 
Convencido de que o que ouvia não era mais que o gemido do vento, esporeou seu robusto cavalo negro para que prosseguisse com o passar do atalho coberto de erva e iluminado pela lua, que começava a entrar em território desconhecido.
Fazia anos que não passava por este caminho, mas estava seguro de que perto dali se encontrava o pequeno castelo de Sim MacLachlan. 
Embora MacLachlan e sua gente não esperassem a chegada do senhor de Dunsheen, Diarmid estava desejando que o convidassem para comer um pouco de sopa, um assento junto ao fogo e um bom gole de vinho. 
A hospitalidade das Highlands prevaleceria igual à de Dunsheen, que se encontrava a um dia de marcha. 
Diarmid se ocuparia dos assuntos que o haviam trazido até aqui, e depois de passar a noite junto ao fogo dos MacLachlan, empreenderia a volta na manhã seguinte. 
Passou as rédeas à mão esquerda, mas o ar frio agravou a debilidade dessa mão. 
Ao apertar as correias de couro sentiu uma dor surda. 
Chegou até ele de novo o suave gemido, agora com maior intensidade, um som trêmulo que percorreu sua coluna vertebral como se fosse água gelada. 
O cavalo relinchou nervoso, e diminuiu a marcha. 
Alerta frente ao perigo, Diarmid levou a mão à adaga que levava no cinturão e sentiu o peso da larga espada que levava presa à suas costas. 
Um só movimento rápido bastaria para ter a espada em sua mão direita. 
Estava seguro de que o grito tinha surgido de uma colina próxima. 
Desmontou cuidadosamente sob a claridade leitosa da lua e começou a subir pela ladeira com passos largos e ágeis. 
Ao chegar ao topo arredondado, viu um vulto de farrapos que ondeavam ao vento e algo que se movia entre eles, ao mesmo tempo em que o gemido ouvia-se de novo. 
Diarmid se dirigiu para ali, agachado. Então parou e ficou olhando fixamente. 
Havia um menino pequeno sentado no topo da colina, um vulto miúdo e magro, tremendo debaixo das dobras de um tartán. 
O vento revolvia o cabelo loiro ao redor da cabeça. 
Depois de um momento, a pequena se virou e o olhou. 
Diarmid deu um passo para frente, e imediatamente ouviu um chiado alto e parou precipitadamente, utilizando seus dois braços para trás, mas não correu. 
A criatura, que pareceu uma menina, voltou e o olhou fixamente, com a respiração agitada. 
Ele contemplou seus olhos claros e sua face pálida e travessa, e se perguntou se seria de verdade uma menina dos daoine sith. 
Mas o tremor de seu lábio inferior era claramente humano; era uma menina, perdida e assustada, que prendeu um tartán a seu redor enquanto o vento enrolava o cabelo formando um halo de cachos dourados ao redor de seu rosto. 
A pequena deixou escapar um soluço de medo. Esse leve som fez cambalear os alicerces da alma de Diarmid, e agachou-se a seu lado. 
—Se perdeu pequena? —perguntou-lhe brandamente. Esta o olhou fixamente e negou com a cabeça. 
—Não se perdeu? —Diarmid franziu o cenho, desconcertado. 

Série Faulkner
1 - A Lenda de Kinglassie
2 - Milagres
Série Concluída