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13 de junho de 2012

Milagres

Série Westmoreland
Em Londres na época da regência, o cansado do mundo lord Nicki du Ville recebe uma ultrajante proposta de Julianna Skeffington que é a protegida de Sheridan Bromleigh em Até Você Chegar.

Capítulo Um

Os sons das vozes e da música começavam a chegar a Julianna Skeffington à medida que ela descia a escada do terraço da iluminada casa de campo, onde 600 convidados da mais alta nobreza assistiam a um baile de máscaras. Diante dela, os jardins estavam iluminados pela chama das tochas e cheios de convidados mascarados, e também de vários serventes uniformizados. Mas além dos jardins, um grande labirinto de plantas surgia entre as sombras oferecendo os melhores lugares para se esconder e foi para lá que Julianna se dirigiu.
Pressionando os aros de sua fantasia de Maria Antonieta contra seu corpo, ela passou entre os convidados dirigindo seus passos o mais rápido que podia através de cavaleiros com armaduras, bobos da corte, bandidos e uma grande variedade de reis e rainhas de Shakespeare, assim com uma profusão de animais selvagens e domésticos.
Viu um caminho aberto entre as pessoas e se encaminhou para lá, teve que desviar para um lado para não se chocar com uma frondosa árvore com maças de seda roxa em seus galhos. A árvore se inclinou educadamente para Julianna passar e, ao mesmo tempo em que passava a seu lado, um dos ramos se curvou ao redor de uma senhorita fantasiada de leiteira que levava um balde.
Não teve que se esconder de novo até que se aproximou do centro do jardim, onde um grupo de músicos situados entre um par de colunas romanas tocavam uma música para os casais que estavam dançando. Desculpando-se desviou de um homem fantasiado de um gato negro que estava sussurrando algo na rosada orelha de um pequeno rato cinza. O homem deixou de sussurrar para dar uma olhada apreciativa no decote do vestido branco de Julianna, depois a olhou descaradamente nos olhos e lhe fez um gesto antes de voltar novamente sua atenção para o adorável ratinho de bigodes absurdamente compridos.
Chocada com a pouca educação de que estava sendo testemunha esta noite, especialmente ali fora, nos jardins, Julianna deu uma olhada por cima de seus ombros e viu que sua mãe havia saído do salão de baile. Foi detida nas escadarias do terraço por um desconhecido e depois começou a observar pelos jardins. Estava procurando sua filha com o instinto de um sábio. A mãe de Julianna se virou e dirigiu seu olhar diretamente para direção onde ela se encontrava. Esse olhar tão familiar foi o suficiente para Julianna começar a correr até que se deparou com o último obstáculo que havia entre seu caminho e o labirinto: um grande grupo particularmente divertido de homens que estavam situados abaixo de um toldo de árvores rindo de um bobo da corte que tentava sem sucesso fazer malabarismo com umas maças. Em vez de se adiantar e desse modo ficar a vista de sua mãe, decidiu que era mais inteligente desviar e passar por trás do grupo.
-Me desculpem cavaleiros -disse tratando de passar furtivamente entre as árvores e as costas de um homem. -Tenho que passar.

Série Westmoreland
1 - Um Reino de Sonhos
2 - Whitney, Meu Amor
3 - Até Você Chegar
4 - Milagres
Série Concluída

26 de fevereiro de 2012

Milagres

Série Faulkner

Uma moça angelical... 

A jovem tinha uma luz dourada nos cabelos, e calor e magia nas mãos; mas seu dom milagroso despertava o temor dos supersticiosos aldeões de sua terra. 

Ninguém conhecia a secreta dor do passado de Michaelmas Faulkener.
Entretanto, para um homem em especial, Michaelmas era a última esperança... 
Uma mulher inesquecível... 
Foi em um campo de batalha que Diarmid Campbell viu pela primeira vez à moça que curava os doentes com o simples contato, e quando se desvaneceu entre a névoa soube que nunca poderia esquecê-la. 
O poderoso senhor estava disposto a enfrentar o próprio rei para ter ao seu lado a radiante beleza capaz de curar sua alma ferida... e abrir seu coração para o amor. 

Capítulo Um

Escócia, ao oeste das Highlands, primavera de 1322 

O grito ouviu-se outra vez, profundo e fantasmal através da escuridão.  Diarmid se ergueu em sua sela e olhou ao redor. 
Ouviu de novo o alarido e pensou que devia tratar-se de alguma pequena criatura que provavelmente estava perdida ou ferida. 
Mas aquele grito tinha um timbre estranhamente melancólico que o recordou às lendas dos daoíne síth , as fadas e os duendes que diziam habitar em muitas colinas das Highlands da Escócia. Sorrindo ironicamente, afastou de sua mente aquelas fantasias com um gesto da mão e continuou cavalgando. 
Instantes mais tarde ouviu outra vez o grito, que desta vez soou como um gemido. 
Diarmid parou o cavalo para esquadrinhar as colinas que o rodeavam, com suas ladeiras iluminadas pela claridade da lua. 
Estava seguro de que não havia ninguém mais naquele lugar, naquela fria noite da primavera ventosa e cheia de nuvens que ameaçavam chuva. 
Convencido de que o que ouvia não era mais que o gemido do vento, esporeou seu robusto cavalo negro para que prosseguisse com o passar do atalho coberto de erva e iluminado pela lua, que começava a entrar em território desconhecido.
Fazia anos que não passava por este caminho, mas estava seguro de que perto dali se encontrava o pequeno castelo de Sim MacLachlan. 
Embora MacLachlan e sua gente não esperassem a chegada do senhor de Dunsheen, Diarmid estava desejando que o convidassem para comer um pouco de sopa, um assento junto ao fogo e um bom gole de vinho. 
A hospitalidade das Highlands prevaleceria igual à de Dunsheen, que se encontrava a um dia de marcha. 
Diarmid se ocuparia dos assuntos que o haviam trazido até aqui, e depois de passar a noite junto ao fogo dos MacLachlan, empreenderia a volta na manhã seguinte. 
Passou as rédeas à mão esquerda, mas o ar frio agravou a debilidade dessa mão. 
Ao apertar as correias de couro sentiu uma dor surda. 
Chegou até ele de novo o suave gemido, agora com maior intensidade, um som trêmulo que percorreu sua coluna vertebral como se fosse água gelada. 
O cavalo relinchou nervoso, e diminuiu a marcha. 
Alerta frente ao perigo, Diarmid levou a mão à adaga que levava no cinturão e sentiu o peso da larga espada que levava presa à suas costas. 
Um só movimento rápido bastaria para ter a espada em sua mão direita. 
Estava seguro de que o grito tinha surgido de uma colina próxima. 
Desmontou cuidadosamente sob a claridade leitosa da lua e começou a subir pela ladeira com passos largos e ágeis. 
Ao chegar ao topo arredondado, viu um vulto de farrapos que ondeavam ao vento e algo que se movia entre eles, ao mesmo tempo em que o gemido ouvia-se de novo. 
Diarmid se dirigiu para ali, agachado. Então parou e ficou olhando fixamente. 
Havia um menino pequeno sentado no topo da colina, um vulto miúdo e magro, tremendo debaixo das dobras de um tartán. 
O vento revolvia o cabelo loiro ao redor da cabeça. 
Depois de um momento, a pequena se virou e o olhou. 
Diarmid deu um passo para frente, e imediatamente ouviu um chiado alto e parou precipitadamente, utilizando seus dois braços para trás, mas não correu. 
A criatura, que pareceu uma menina, voltou e o olhou fixamente, com a respiração agitada. 
Ele contemplou seus olhos claros e sua face pálida e travessa, e se perguntou se seria de verdade uma menina dos daoine sith. 
Mas o tremor de seu lábio inferior era claramente humano; era uma menina, perdida e assustada, que prendeu um tartán a seu redor enquanto o vento enrolava o cabelo formando um halo de cachos dourados ao redor de seu rosto. 
A pequena deixou escapar um soluço de medo. Esse leve som fez cambalear os alicerces da alma de Diarmid, e agachou-se a seu lado. 
—Se perdeu pequena? —perguntou-lhe brandamente. Esta o olhou fixamente e negou com a cabeça. 
—Não se perdeu? —Diarmid franziu o cenho, desconcertado. 

Série Faulkner
1 - A Lenda de Kinglassie
2 - Milagres
Série Concluída