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8 de março de 2011

Série Grantham

1 - O Pecado de Lily

Paris e Londres, 1815

Ao descobrir que a jovem que o atacou para roubá-lo está gravemente ferida, Alexander decide lhe oferecer proteção. 
Intrigado com o fato de tão fina e educada dama ter se tornado uma ladra, ele se propõe a desvendar os segredos da encantadora Lily...
Os cinco anos que transcorreram depois que Lily saiu do convento foram um pesadelo. 
Ela guarda segredos perigosos, e embora o atraente visconde que a socorreu também seja, de certa forma, perigoso, permanecer ao lado dele pode significar a diferença entre viver e morrer. 
A cada dia Alexander transforma sua convalescença numa aventura sensual, colocando Lily diante de um grande desafio... pois ela não pode imaginar nada menos que um futuro nos braços daquele homem!

Capítulo Um

Londres, Abril de 1815 

Os janotas que perambulavam pelo Covent Garden, após a sessão de teatro, mostravam-se tão entretidos com suas acompanhantes que, na maioria das vezes, nem notavam os salteadores que esbarravam neles. Em noites como aquelas, era simples demais esvaziar-lhes as algibeiras.
Eles não encontravam dificuldade naquele tipo de trabalho.
Um pequeno movimento de pulso e dois cortes com uma lâmina afiada. Somente isso. As mais finas bolsas podiam ser cortadas com facilidade. Às vezes, o tinir das moedas denun­ciava o delito. Mas os larápios tinham asas nos pés. Corriam e escondiam-se por entre as saias volumosas ou até por baixo delas.
O cavalheiro inclinou a cabeça para conversar com a dama que levava pelo braço. As palavras não puderam ser entendi­das, mas, de longe, podia se perceber a atração entre eles. A moça arqueou as sobrancelhas e, petulante, franziu os lábios vermelhos.
Aproximou-se aos poucos, observando os outros três que vinham de diferentes direções. Sem pressa, nem ameaçadores. Cautelosos na maneira como preparavam a abordagem. Se não estivesse atenta, nem os teria percebido. Tudo fazia parte do plano deles. Um artifício empregado várias vezes com sucesso. Um deles empurrava a vítima. Outro se desculpava. O terceiro pisava sem querer na saia da acompanhante. Moviam-se rapi­damente, sem correr. Eram gatunos muito jovens, mas expe­rientes. Não atraíam mais atenção de que o necessário. Somente corriam em casos extremos, quando, por exemplo, a vítima percebia que a bolsa fora furtada. Para agarrá-los era preciso mais sorte de que determinação. Os pés eram tão leves quanto as mãos. Escapavam como mercúrio entre os dedos.
Atenta ao momento do ataque, surpreendeu-se ao notar que algo não estava certo. Uma armadilha era preparada. Conhecia muito bem os participantes. Havia um personagem a mais na história, o que a deixou inquieta. Era como se lago, o vilão de Otelo, o hipócrita perigoso, tão bem descrito por Shakespeare, aparecesse, de repente, na comédia Sonhos de Uma Noite de Verão.
Viera até ali com um único propósito. Impedir que os três pequenos rufiões levassem a bolsa de algum cavalheiro. Na­quele instante viu o brilho da adaga do atacante desconhecido. A idéia imediata foi impedir que a garganta da vítima fosse cortada.
Lançou-se para a frente e voou para cima da vítima em po­tencial, jogando-a no chão de pedras.
Lady Geórgia Pendelton, condessa de Rivendale, pressionou as mãos no coração em um gesto dramático com que brindava os amigos mais queridos.
— Sherry, meu querido menino, por favor, não me diga que está ferido. Eu não suportaria saber disso. — Ela continuou a analisar com atenção o afilhado. Não soubera de nada, antes de ele entrar na sala de visrtas.
Alexander Henry Grantham, visconde Sheridan, de vinte e oito anos, continuava sendo o querido menino da madrinha. E aquela inspeção não era novidade. Aos cinco anos se dera conta da maneira de ser de Geórgia. Naquela ocasião, lady Rivendale entrara no quarto das crianças e, diante da mãe de Alexander, sua grande amiga, fizera um estardalhaço. Comentara sobre os cabelos escurecidos do querido menino e aquele topete que mais parecia agulha de bússola, apontando sempre para o norte. Lamentara os olhos castanhos que haviam perdido o tom es­verdeado. Preocupara-se com a palidez do querido menino.
Tecera comentários sobre o nariz que lhe parecia adunco, mas aquilino para a mãe amorosa.
— Igualzinho ao do pai — a mãe insistiu.
— Mas poderá mudar — Geórgia consolou-se.
Nada dissera sobre os lábios trêmulos nem sobre os olhos grandes demais para o rosto miúdo. Parecera admirar a postura orgulhosa do garoto.
— Vamos, dê-nos um abraço — Geórgia levantou-o no colo. Durante muito tempo, Sherry pensara no busto imenso que abraçava como o "nos" a quem a madrinha se referia.
— Pode chamar-me de tia Geórgia.
Como recusar alguma coisa a uma mulher com seios tão imponentes?
Lady Geórgia podia sumir durante meses ou anos. Chegava de repente, sem avisar, e era sempre bem recebida. Presentes chegavam a qualquer hora, para demonstrar que pensava nele, nunca em ocasiões obrigatórias como aniversário ou Natal. Tempos depois, quando sua irmã mais nova completara seis
anos e trocara o quarto das crianças pela escola, lady Rivendale tomou-se de amores também pela menina.
Geórgia era generosa com as afeições. Quanto mais as en­tregava, mais elas pareciam florescer. E logo após o falecimen­to dos pais de Sherry, ela visrtara as crianças em Eton.
Um tio-avô por parte da mãe fora nomeado guardião dos sobrinhos-netos. E se queixara da irresponsabilidade de Sheri-dan e da sobrinha por morrerem e deixarem crianças pequenas nas mãos de outrem. O menino não lhe causava preocupações, segundo ele. Mas a menina não parava de chorar.
Quando lady Rivendale chegara a Eton, encarregara-se ime­diatamente da menina. Fora uma das poucas vezes em que ela não o examinara com atenção, antes de cingi-lo com os braços roliços de encontro aos seios fartos. E, pela primeira vez, o chamara de Sherry.
Visconde Sheridan. O título de seu pai então lhe pertencia. Mas ninguém chamara seu pai de Sherry. Aquele nome era só seu. Durante a visrta, ela anunciara que, dali para a frente, os três formariam uma família. Nem mesmo a irmã mais nova questionou a afirmativa que, felizmente, mostrou-se verdadeira.
— Ainda estou inteiro — Sherry afirmou, voltando ao pre­sente, enquanto a madrinha lhe apalpava a testa. — Os estragos resumiram-se à sobrecasaca que se rasgou na costura do ombro e à parte traseira da calça que ficou esburacada. Kearns disse que o capote será consertado. A calça já foi para o trapeiro.
—  Não duvido das afirmações de seu criado pessoal que sempre se esmera com as roupas. E quanto ao seu traseiro?


2 - Uma Noite Proibida


O pecado de uma mulher

No auge de um baile de máscaras, Cybelline Caldwell se entrega aos braços de um amante desconhecido. 

Na manhã seguinte, a paixão e o desejo dão lugar ao bom senso e à determinação de deixar Londres para trás, bem como as lembranças daquela noite. 
Mas a tentação a persegue... pois Christopher Hollings, um homem notoriamente conquistador e a quem Cybelline tão ousadamente desafiou, está decidido a mostrar a ela que uma noite não foi suficiente...Após uma árdua investigação, Christopher descobre a identidade da mulher misteriosa, e fica surpreso e intrigado ao se ver frente a frente com Cybelline, e ao descobrir também que ela corre perigo e que é o alvo de um inimigo implacável. Incapaz de afastar as lembranças da noite de amor que viveu com ela, Christopher decide desvendar os segredos que assombram os dias de Cybelline, pois somente assim poderá tê-la em seus braços todas as noites de sua vida!

Capítulo Um


Londres, novembro de 1817

Caso fosse possível morrer de tédio, o conde de Ferrin era da opinião que já não pertencia a esse mundo. Horas antes ficara muito aborrecido com a mãe e a irmã.
O baile de máscaras fora idéia de Wynetta, e todos, me­nos ele, a haviam considerado brilhante. Se tivessem pedi­do sua opinião, teria dito que era uma sugestão ridícula.
Mas a família conhecia suas idéias a esse respeito e, por isso mesmo, ninguém o consultara. Nenhum de seus paren­tes duvidava que, sempre que podia, ele ridicularizava suas idéias. Como resultado, criara a reputação de impaciente.
— Ferrin, vai jogar ou ficar sorrindo para as cartas? — perguntou Porter Wellsley.
O conde arqueou as sobrancelhas e redarguiu:
— Por quê? Eu não posso fazer as duas coisas ao mesmo tempo?
Assim dizendo, atirou um quatro de espadas sobre as demais cartas no centro da mesa.
Em frente a Ferrin, Wellsley voltou a analisar seu pró­prio jogo.
— Não sei como consegue fazer isso — resmungou, vol­tando a arrumar as cartas. — Sempre faz a jogada certa.
— Então se dê por satisfeito por ser meu parceiro de jogo.
— Oh! Não estava me queixando.
À esquerda de Ferrin, William Allworthy percorreu as car­tas que tinha nas mãos com um olhar sério, e escolheu uma.
— Chega de falar, Wellsley... Esta não é a mesa de jogo das senhoras.
Wellsley ia responder, mas percebeu a carranca de Ferrin e decidiu permanecer em silêncio. Descartou uma carta e se recostou na cadeira, esperando a movimentação do jogador seguinte.
Bennet Allworthy embaralhou as próprias cartas, bateu com os dedos sobre a mesa em um gesto de impaciência, des­cartou uma, e pediu outra, sem olhar para o primo William.
Ferrin cutucou o pulso de Bennet.
— Espadas não, Allworthy. Não quando ainda tem copas na mão.
Bennet franziu a testa. Ficou quieto, sem erguer os olhos das cartas.
— O que está dizendo? Por acaso milorde está me cha­mando de trapaceiro?
— Não. Apenas tomo providências para que não se torne um. Sabemos que é decente.
— Decente? — Bennet repetiu. — É o máximo que pode dizer a meu respeito? Eu seria mais generoso ao elogiá-lo, sabe disso.
Ferrin lançou um olhar significativo a Wellsley, seu par­ceiro de jogo.
— Isso porque sou mais do que apenas um homem decente,
— Está querendo dizer que é superior?
— Quem sabe. — Ele fez um gesto displicente na direção de Bennet Allworthy. — Jogue copas e vamos acabar com isso.
Por um segundo, só se ouviu o som da orquestra no salão de baile, o rumor de muitas vozes conversando, os risos de damas que começavam novos flertes, enquanto antigos na­moros terminavam.
A partida logo terminou. Os primos Allworthy pediram licença, e se dirigiram à mesa com refrescos e bebidas, no salão de baile, tentando limpar a garganta seca após tanto tempo de concentração.
— Estavam loucos para ir embora — comentou Wellsley, arrumando as cartas com um gesto distraído. — Foi muito duro com Bennet, não acha? Ele pode ter cometido algum erro durante a partida, mas por distração.
Ferrin deu de ombros.
— Se pensava assim, devia tê-lo defendido.
— E perder uma boa discussão?
Wellsley desabotoou o paletó da fantasia que usava e acariciou o revólver.
— Está armado?


3 - O Primeiro Beijo

E, no final a paixão...

Quando Emma Hathaway concorda em encontrar-se com o amante secreto da prima para terminar o relacionamento de ambos, é envolvida num jogo perigoso. 
Agora está convencida de que o envolvimento no escândalo colocou sua vida em risco. 
O problema é que ninguém em quem Emma confia, acredita que lhe estejam tentando causar mal. 
E quando os comentários de uma possível loucura começam a aparecer, Emma se volta para a única pessoa que pode ajudá-la.
Restell Gardner tem a reputação de ajudar as pessoas a sair de situações comprometedoras. Incapaz de dar as costas a uma dama necessitada, ele concorda em ajudar a solucionar a intriga. E, sentindo que há mais do que parece naquela linda jovem, Restell se vê caindo de amores por ela. No entanto, resiste a sucumbir a tal paixão... pelo menos até descobrir a verdade sobre o perigo que a ameaça. Pois, se ceder à tentação cedo demais, poderá perder Emma para sempre...


Capítulo Um


— O senhor tem visita.
Restell Gardner continuou imóvel, escarrapachado na cama, fingindo-se num sono profundo.
— Não adianta, senhor. — Hobbes foi colocar água na bacia de porcelana sobre a cômoda. — Esqueceu que me avisou sobre esse truque, pedindo que eu não me deixasse enganar? Sei que está acordado, portanto não se dê o trabalho de roncar. Nem de se virar para a parede, pois isso, como bem sabe, só iria fazer com eu desse a volta na cama para ir lhe falar. Agora, caso continue a me ignorar, terei de tomar medidas que porventura irão custar meu emprego. E o senhor deve concordar que tal desfecho não se coadunaria com sua promessa de me tratar de maneira justa e generosa.
Restell suspirou e, ainda sem abrir os olhos, indagou: — Vai falar disso por horas a fio, Hobbes?
— Sim, senhor, caso seja necessário.
— Eu não ronco.
— Não sei dizer se ronca ou não, senhor. Posso apenas afirmar que finge fazê-lo.
Ainda de olhos fechados, Restell perguntou:
— Onde foi mesmo que o encontrei, sargento Hobbes?
— Na sarjeta, sr. Gardner. Bebendo gim barato e me lamentando pela perda de minha perna.
— Ah... Bem, presumo que não sinta falta daquela sarjeta, não?
— Não, senhor. Nem do gim. Sinto falta de minha perna, mas esta, de madeira, tem dado para o gasto.
Deitando-se de costas, Restell esfregou os olhos e só então olhou para Hobbes. Quando conseguiu encontrar o foco da visão, viu que o ex-militar se achava em pé ao lado da cama, já pronto para derramar em cima dele o conteúdo da bacia que tinha entre as mãos. Com um gesto, pediu-lhe que se afastasse.
— Estou plenamente desperto, obrigado.
— Por nada, senhor.
— Eu estava sendo irônico.
— Eu também.
Com uma risadinha, Restell sentou-se e enfiou um travesseiro entre suas costas e a cabeceira da cama. Depois, correndo os dedos por entre os desgrenhados cabelos loiros, perguntou:
— Que horas eram quando cheguei?
— Passava das três. O senhor deve ter tido uma noite bem longa, se me permite dizer.
Seria bem melhor se Hobbes não o tivesse lembrado daquele detalhe. Preferia esquecer para sempre que, após tanto tempo, passara horas num antro de jogatina.
— E que horas são? — quis saber.
— Quase oito.
— E já tenho visitas?! — Restell teve de se conter para não deitar novamente e puxar as cobertas sobre a cabeça. — Não é minha mãe, é?
— Não, senhor. Nem qualquer outro parente seu, — Hobbes foi recolocar a bacia sobre a cômoda. Mancava bem pouco naquela manhã. — É uma dama.
— Isso não dá a ela o direito de vir bater tão cedo à minha porta. De quem se trata?
— A moça não quis se identificar, senhor. O sr. Nelson lhe pediu um cartão de visitas, mas ela se negou a entregá-lo.
— Curioso...
O criado assentiu, acrescentando:
— Também achei. — Depois de colocar toalhas junto à lareira, para que ficassem aquecidas, Hobbes foi fazer espuma numa vasilha para o barbear do patrão. — O senhor vai se banhar?
— Sem sombra de dúvida! Ainda sinto o cheiro daquele antro de jogatina em mim.
Hobbes evitou comentar a observação para afirmar:
— Cuidarei do banho, então. — Cruzando o quarto, foi tocar a sineta. — Vai fazer o desjejum aqui mesmo ou no salão?

Série Grantham
1 - O Pecado de Lily
2 - Uma Noite Proibida
3 - O Primeiro Beijo
Série Concluída