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5 de novembro de 2019

Caminho Íntimo de Magia

Série Rohard
Quando se entra, já não se pode voltar atrás...

Mary Luton, irmã do conde de Rohard, deveria ser uma das mulheres com mais pretendentes em toda a Inglaterra: é bonita, inteligente e nada a detém, nem mesmo sua incapacidade para andar. Quando seu irmão parte em viagem de núpcias, solicita a Diego Lezcano, seu sócio e amigo, que vigie a audaz Mary para que não se meta em problemas.
Diego não tem intenções de cuidar da temerária mulher, mas termina aceitando contrariado. Não quer estar perto de Mary, ou melhor, quer muito estar perto dela. No entanto, ele é um homem que não pode falar do seu passado, e sabe que não é o adequado para Mary, por isso prefere manter uma tensa distância.
As coisas se complicam quando Lorde Davenport, conde de Hampshire, decide cortejar lady Luton, por acreditar que um casamento com ela poderá sanear suas enfraquecidas finanças. 

A mãe de Mary o incentiva a que avance no cortejo, convencida de que um casamento nobre será o melhor para sua filha, ajudando-o, inclusive a levá-la para forçar um casamento. Mas lady Luton se empenha em rejeitá- lo, porque não pode deixar de pensar em Lezcano. Diego deverá então decidir se vai procurá-la, se decide entrar em um caminho junto com Mary do qual ambos não desejarão sair.

Capítulo Um

— Isto não estaria acontecendo se o imbecil do meu tio não tivesse casado.
— Pode ser que fosse assim, — respondeu lorde Reeds, alegre diante do visível abatimento de seu interlocutor — mas com a herança do viscondado só teria conseguido retardar o inevitável. Terrell, sua situação financeira é desastrosa; se não fosse por seus contatos, estaria praticamente na miséria.
Terrell Davenport olhou com aborrecimento para seu anfitrião, William Reeds, marques de Hartington, e não porque não estivesse certo, pois devia reconhecer que, desde que herdara o condado de Hampshire, não fizera outra coisa além de dormir todo o dia, jogar cartas, deitar com todas as mulheres que desejava e se embebedar até perder o conhecimento a cada noite.
Há cinco anos, assistia as quantas festas se celebrasse em Londres; e não só aos bailes formais, os que, por certo, odiava, mas também a outras reuniões muito mais depravadas, as quais ele e seu grupo de amigos aristocratas eram assíduos. Pensando bem, deveria reconhecer que a origem de todos seus problemas residia principalmente em que nunca se interessava em como fazer dinheiro, muito pelo contrário: sempre preferia gastá-lo.
Como possuidor de um dos títulos mais antigos da Inglaterra, e da confiança em sua palavra, que se esperava pela nobreza de sua procedência, lorde Davenport havia conseguido até o momento escapar dos credores. Mas agora, suas posses estavam a ponto de serem embargadas.
Assim, a cada noite devia ir para a casa de algum companheiro de farras, para evitar a todos aqueles sanguessugas que o perseguiam constantemente. Além de permitir que os mesmos amigos o mantivessem ou pagassem seus pequenos caprichos, como eles denominavam, em troca de guardar silencio sobre certos detalhes escabrosos de suas vidas. Era uma das vantagens de ser o macho alfa daquela manada de nobres e luxuriosos lobos.
Depois de todos aqueles anos como conde de Hampshire, agradecia mil vezes sua mania de recolher todo tipo de provas acerca das tramas turvas, nas quais a maioria dos jovens herdeiros ingleses participavam. Aquilo servia para salvar sua pele e se manter à tona em muitas ocasiões.
No momento, seu aborrecimento se devia a que seu plano para sair de sua miserável situação econômica fracassara. Davenport depositara suas últimas esperanças no dinheiro da herança de seu tio: o visconde de Mersey que, apesar de ter mais de sessenta anos, se casara fazia menos de um ano. Sua jovem esposa já tinha dado à luz a um saudável e robusto menino, que fazia em cacos, as aspirações do conde à herança de Mersey.
— Quem sabe, —respondeu Davenport com desdém enquanto abria uma caixinha de rapé — talvez possa dizer que aprendi a lição de minha experiência anterior, e desta vez deveria tirar mais partido da fortuna de meu tio, menos desperdício. Sabe: alguns investimentos certeiros e iria viver, meu amigo!
Uma gargalhada rouca escapou da garganta de lorde Reeds.
— Investimentos? Vamos, Terrell, se nem mesmo sabe o que é uma ação. Se seu tio não tivesse se casado e gerado um herdeiro, as propriedades do viscondado seriam pasto dos coletores.
— Você me cansou! 








Série Rohard
01- Doce Caminho Espinhoso
02- Caminho Íntimo de Magia
Série concluída


23 de outubro de 2019

Doce Caminho Espinhoso

Série Rohard
Sara Brown é enganada pela sua mãe, que lhe disse que a saúde de sua prima Mary, irmã do Conde de Rohard, havia piorado e que seria conveniente que fosse cuidá-la.

A Senhora Brown crê que, se sua filha for levada para a residência do Conde e assistir a seus esperados bailes, encontrará um bom partido para se casar; e sabe que a enfermidade de sua prima é o único motivo que pode convencê-la. Sara resiste: não quer abandonar a vida simples que leva na sua casa, não lhe interessam as festas, e, aos vinte e seis anos, já não sonha com um marido.
De qualquer modo, decide ver Mary por si mesma, mesmo que não tenha nenhum interesse em voltar a encontrar com o presunçoso Conde.
Robert de Rohard, o solteiro mais cobiçado da costa leste da Inglaterra, não acredita que Sara seja uma boa influência para sua irmã: o tresloucado temperamento da Senhorita Brown não faz mais que, ao juízo do conde, por em risco a delicada saúde de Mary. No entanto, consente que Sara se instale em sua residência, porque sua irmã adora àquela garota rebelde.
Apesar das reservas que tem em relação à Sara, o Conde não pode deixar de escutar suas opiniões teimosas durante as longas conversas após o jantar na mansão, nem pode discordar muito dela.
Não sabe o que tem a garota que, quando conversam e a confronta, faz com que sinta uma inexplicavel atração. Sara tampouco permanece indiferente a ele: põe-se nervosa quando a olha, porém deseja fervorosamente sentir-se observada pelo conde.
A medida que Robert e Sara passam mais tempo juntos, a suspeita paira sobre a jovem: a mãe do Conde supõe que a garota é uma caça-fortunas e decide afastá-la de seu filho. Sara decide fugir para salvar sua honra, porém uma razão mais poderosa irá lhe impedir.

Capítulo Um

Sweet Brier Path, Condado de Rohard.
Mary Elizabeth luton tiou os olhos de seus trabalhos de costura e a carranca da Condessa.
— É importante, mãe?
Surpreendida pela pergunta, Helen Luton dobrou imediatamente a carta que acabara de ler.
— Não é nada, filha.
— Quem escreveu? Me pareceu que vi o selo de Ravenville. Alguma notícia da prima Sara?
Robert Luton, Conde de Rohard, baixou o jornal que estava lendo e olhou para sua mãe e para sua irmã. Todas as noites depois do jantar se reunia com elas numa das salas onde, sentado junto ao brilho da lareira, compartilhava os poucos momentos familiares que sua atarefada agenda lhe permitia.
Depois da morte de seu severo pai, Robert havia estabelecido pequenas rotinas com sua família que o reconfortavam enormemente. Com certeza, se isso ao que chamavam de felicidade existia, devia se parecer àquela sensação tranquila que o envolvia quando via sua irmã bordar alguma paisagem campestre ou enquanto observava a sua mãe ler e repassar sua correspondência.
— Efetivamente, é uma carta de Lydia Brown — admitiu a Condessa incapaz de enganar a sua filha.
— Oh, e como estão? Falou algo da prima Sara? Faz mais de um mês que não recebo correspondência dela.
— Pois pelo que me conta sua mãe parece que não tem estado muito bem ultimamente.
Robert se concentrou no diálogo sem poder evitar que um ligeiro desassossego o assaltasse, como sempre que Sara Brown aparecia em alguma conversação.
— O que está acontecendo? — perguntou, fingindo indiferença.
A Condessa ajustou os óculos sobre seu pequeno nariz e leu a carta em voz alta para seus filhos.
"... um bom pretendente sob a tua proteção e de teu filho, Lord Luton". Robert pôs seus olhos em branco. Como se fosse tão fácil. Nenhum homem em seu juízo perfeito tomaria por esposa Sara Brown, nem sequer por um suculento dote, que não era o caso.
Fazia quase três anos que não a via, porém se recordava dela como a mulher mais irritante que conhecia. Todos os momentos que havia compartilhado com ela durante as noites familiares havia escutado seus diálogos com atenção, o que lhe permitiu formar uma opinião bastante acertada da senhorita Brown: era barulhenta, falava todo o tempo gesticulando com as mãos e tinha a imperiosa necessidade de expressar uma opinião sobre tudo, que costumava coincidir com a primeira coisa que passava pela sua cabeça expressada sem a menor reflexão. O que para sua irmã Mary significava pura honestidade e sinceridade, para ele representava um grande defeito de caráter em qualquer dama.
Não, obviamente Sara Brown não era a mulher ideal para nenhum homem a quem Robert chamasse de amigo.
Porém, apesar disto, havia uma diferença entre ela e as demais: ela era a única que parecia comprender e fazer feliz a sua irmã.
—Oh, pobre Sara. Por certo que tem que vir. Mamãe, podemos preparar-lhe um quarto ao lado do meu e... 








Série Rohard
01- Doce Caminho Espinhoso
02- Caminho íntimo de Magia
Série concluída