Mostrando postagens com marcador Série Wyoming. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Série Wyoming. Mostrar todas as postagens

15 de abril de 2012

Angel

Série Wyoming
Com a esperança de terminar com as antigas inimizades entre duas famílias vizinhas, Cassie Stuart só consegue arrojar lenha ao fogo. 
Ambos os lados lhe advertiram que saia do Texas logo... ou queimarão o rancho de seu pai. 
O que Cassie precisa é alguém que traga paz, mas aparece a seu lado um homem que só traz morte. Chamam-lhe Angel, uma rude e boa moço pistoleiro e mercenário, com olhos tão negros como o pecado.
Não é desejado nem bem-vindo por sua ingrata patroa. Preferiria que Cassie se arrumasse por si mesma. 
Entretanto, um obstinado sentido do dever -e um desejo de provar a doçura de seus lábios- faz Angel decidir a procurar a desejada meta: que Cassie o deseje, que clame por ele e se entregue ao inferno, ou ao paraíso.

Capítulo Um

Texas, 1881

Pleno meio-dia... Hora que é sinônimo de morte em muitas cidades do Oeste. Essa população não era diferente. Bastava a hora para que quem não estava informado adivinhasse o que ia ocorrer ao ver que outros corriam para limpar a rua. Só uma coisa podia provocar semelhante êxodo a essa hora do dia.
Pleno meio-dia... uma hora sem vantagens, sem sombras que distraíam, sem um sol baixo que cegasse e prognosticasse qual seria o vencedor. Seria uma briga justa segundo os costumes da época. Ninguém se perguntaria se o desafiado queria participar ou não; ninguém veria nada injusto no fato de que fosse obrigado. O homem que ganhava a vida graças ao seu revólver não tinha muitas opções.
A rua já estava quase deserta, nas janelas se concentravam os vizinhos que esperavam ver alguém morrer. Até o vento de outono se deteve um momento, deixando que o pó pousasse sob os raios intensos do sol de novembro.
Do extremo norte da rua vinha Tom Prynne, o desafiante, embora agora se fizesse chamar Pecos Tom. Levava esperando uma hora desde que lançou seu desafio: tempo suficiente para perguntar-se se esta vez não havia se precipitado um pouco. Não: eram os nervos tolos, que o incomodavam antes de cada briga. Perguntou-se quantos duelos a pistola necessitaria para sentir-se tão sereno como se mostrava o outro.
Ao Tom não incomodava matar. Adorava o triunfo e o poder que sentia depois, a sensação de ser invencível. E o medo. Por Deus, como gostava que tivessem medo dele! O que importava, pois, se devia suportar ele mesmo um pouco de medo antes de cada briga? Depois valia a pena.
Esteve esperando uma oportunidade como essa, a possibilidade de enfrentar-se com alguém conhecido. Não o satisfazia a rapidez com que circulava seu próprio nome (ou o que adotara). Ali, tão ao sul, ninguém tinha ouvido falar de Pecos Tom. Se o esqueciam inclusive onde tinha estado era porque todos seus duelos eram sempre com "joão ninguém" como ele.
Mas seu adversário desse dia, Angel... Seu nome lhe assentava muito bem. Alguns o chamavam O Angel da Morte, e com motivos.
Ninguém sabia quantos homens matou. Alguns diziam que o mesmo Angel não podia contá-los. Tinha fama, não só de ser veloz, mas também de ter uma pontaria infalível.
Tom não tinha tanta pontaria, mas era mais veloz sem dúvida. E sabia com exatidão quantos homens matou: um trapaceiro, dois granjeiros e um subcomissário que o açoitou no ano anterior pensando que merecia a forca por disparar contra um homem desarmado. Do subcomissário ninguém sabia nada, por sorte. Ele queria que seu nome fosse famoso, mas não por aparecer nos letreiros de "Procurado".
Esse não seria o primeiro duelo de sua breve carreira. Em geral tinha sorte, pois uma de cada duas vezes lhe bastava sacar; seu adversário ficava tão espantado por sua rapidez que deixava cair a arma e se dava por vencido. Tom contava com que esse dia ocorresse o mesmo; não imaginava que Angel fosse a soltar a arma, mas confiava surpreendê-lo ao ponto de ter tempo para afinar a pontaria; desse modo seria ele quem ficaria de pé quando a fumaça se disseminasse.
Por sua parte, fazia apenas dois dias que estava nessa cidade. Planejara partir essa manhã, mas na noite anterior lhe chegaram rumores de que chegara Angel. Estava completamente seguro de que ninguém, em troca, fazia circular a notícia de sua própria chegada. A partir de agora sua presença se comentaria.
Mas Angel não era exatamente como ele o imaginara. Por alguma razão, ao detê-lo na saída do hotel, essa manhã, esperava que fosse mais alto, mais velho e não tão imperturbável ante um desafio: reagia como se bater-se ou não bater-se desse igual. Mas Tom não deixou que isso o preocupasse, lhe bloqueando o passo, pronunciou em voz bem alta, para que todos os presentes pudessem ouvir:
- Angel? Dizem que é rápido, mas vim te dizer que eu sou mais.
- Como quiser homem. Não vou discutir.
- Mas quero demonstrá-lo. Justo a meio-dia. Não falte.
Tom já se afastava quando percebeu que os olhos de Angel eram frios e sem emoção; olhos negros como o pecado; os olhos de um assassino implacável.

Série Wyoming
1 - Valente Vento Selvagem
2 - Tempestade Selvagem
3 - Angel
Série Concluída

14 de abril de 2012

Tempestade Selvagem

Série Wyoming
Jocelyn Fleming era uma ruiva cheia de vida, que tinha enviuvado depois de um matrimônio muito breve com um ancião nobre britânico.
Embora rica e aristocrata, ardia com a dor do desejo não explorado. 
Seu inquieto coração a conduziu da corte da sociedade londrina até a perigosa beleza do indômito Oeste norte-americano. 
Colt Thunder era um rebelde, um solitário, incrivelmente atrativo, brutalmente imprevisível. 
Em uma terra audaz e sem misericórdia chocaram esses dois mundos, tão diferentes: o potro selvagem do deserto e a intacta rosa da Inglaterra, acendendo um devastador incêndio de paixões fronteiriças, que ameaçava consumir a ambos.

Capítulo Um

Território de Wyoming, 1878

Aquele dia do verão, no Rancho Calam reinava o silêncio, exceto pelo detestável estalar de um chicote. Seis ou sete homens se reuniram em frente ao pátio da casa, cobertos com pastagens, mas ninguém emitia um só som, no entanto Ramsay Pratt brandia o chicote com a destreza que o tinha feito famoso. Pratt tinha sido arriero e adorava exibir sua habilidade. Era capaz de desarmar a um pistoleiro com um leve movimento do punho e de matar a uma mosca pousada na garupa de um cavalo sem tocar na pele. Assim como outros levavam o revólver ao quadril, Pratt levava um chicote de três metros e meio, enrolado. Mas sua demonstração desse dia era algo diferente de seus truques habituais. Nessa oportunidade estava arrancando a carne das costas de um homem.
Ramsay fazia por ordem do Walter Calam, mas obedecer lhe produzia bastante prazer; não era a primeira vez que matava a um homem desse modo nem que tirava o chapéu desfrutando-o, embora ninguém em Wyoming soubesse. Para ele as coisas não eram tão fáceis como para os pistoleiros. Se estes queriam matar a um homem, organizavam uma rixa que acabava em questão de segundos; quando a fumaça se limpava, aduzia-se defesa própria. Com a arma escolhida pelo Ramsay, era preciso começar por desarmar ao adversário, para logo proceder a lhe tirar a vida a açoites. Não eram muitos os que aceitavam a defesa própria, nesse caso. Mas nesta oportunidade seguia as ordens do amo e, de qualquer modo, a vítima era um mestiço sem importância, de modo que a ninguém incomodaria.
Não estava empregando seu chicote para cavalos, capaz de arrancar um centímetro de carne a cada golpe. Desse modo o entretenimento teria terminado logo. Calam lhe tinha sugerido uma vara mais curta e mais fina, capaz de cortar uma volta carne humana, mas em um tempo muito longo. Ramsay estava de acordo. Poderia prolongar aquilo por horas antes que lhe cansasse o braço.
Se Calam não houvesse, estado tão furioso, provavelmente teria se limitado a fazer matar de um disparo ao índio. Mas queria lhe fazer sofrer, que gritasse um pouco antes da morte, e Ramsay estava disposto a lhe dar gosto. No momento se limitava a jogar com a vítima, utilizando a mesma técnica que aplicava com o chicote para bois: cortar dois ou três centímetros aqui, dois ou três lá, sem fazer muito dano, mas fazendo sentir cada corte.
O índio ainda não tinha deixado ouvir sua voz, nem sequer por uma brusca aspiração. Já o faria, quando Ramsay começasse a aplicar força aos golpes. Mas não havia pressa... a menos que Calam se aborrecesse e desse ordens de acabar. Isso não era muito provável, estando o patrão tão furioso. Ramsay lhe compreendia: o mesmo teria sentido ele se tivesse descoberto que o pretendente de sua única filha era um condenado mestiço. Tinha sido enganado durante vários meses, e também Jenny Calam, a julgar por sua expressão, quando o pai a enfrentou com a verdade. havia-se posto pálida, como se estivesse chateada; agora estava de pé no alpendre, junto a seu pai, tão furiosa como ele.
Era uma verdadeira vergonha, porque a moça era muito bonita. Mas quem a quereria agora, depois de saber com quem tinha andado, deixando-se tocar e quem sabe que mais? Tinha sido tão enganada como seu pai.
Quem teria podido suspeitar que o íntimo amigo dos Summers fosse meio índio? Vestia e falava como os brancos, levava o cabelo mais curto que a maioria dos brancos e tinha um revólver ao quadril.

Série Wyoming
1 - Valente Vento Selvagem
2 - Tempestade Selvagem
3 - Angel
Série Concluída

13 de abril de 2012

Valente Vento Selvagem

Série Wyoming

Quando Chase se negou a casar-se com ela, Jessie jurou fazê-lo sofrer de todos os jeitos a seu alcance. 
Mas ele não era um homem disposto a ser o brinquedo de alguém. 
A formosa Jessie era capaz de dirigir qualquer homem que lhe aproximasse, assim como era capaz de administrar as terras herdadas de seu pai assassinado. 
Mas Chase conseguiu encaminhá-la para a frustração e a ira. Quando os azares da fortuna o levaram a percorrer meio mundo, compreendeu quão vazio era tudo sem ela. 
E aquela moça que em seus braços soube ser mulher e conheceu por fim qual era o caminho que seu coração lhe mostrava.

Capítulo Um

Wyoming, 1863
Thomas Blair se deteve em uma colina que dominava o vale aonde se cravava seu rancho, entre zimbros e pinheiros; os olhos brilhavam de orgulho. A casa de troncos tinha só três quartos, mas podia resistir ao rigor dos ventos do inverno. Rachel dizia que não lhe incomodava que a houvesse a trazido para um lar tão precário. Depois de tudo, tinham começado o rancho há somente dois anos. Haveria tempo para que construísse para Rachel uma casa grande, um lugar do qual poderia sentir-se orgulhosa.
Que paciente era sua jovem e formosa mulher. E como a adorava. Nela se combinavam a bondade, a beleza e a virtude de uma maneira deliciosa. Porque com Rachel e o rancho, que agora sabia que prosperaria, Thomas tinha tudo o que queria da vida. Tudo.
Bom... quase tudo. Ainda ficava o desejo de um filho que uma filha e dois abortos não tinham destruído por completo. Não culpava a Rachel; ela tinha tentado. Era Jéssica a quem culpava por não ter o filho que tanto tinha desejado, e mais porque a tinha tomado por um varão durante a primeira semana de vida. E até a tinha batizado de Kenneth. Kenneth Jesse Blair. A viúva de Johnson, que tinha assistido o nascimento porque não puderam encontrar o médico, tinha tido muito medo de lhe dizer a verdade, uma vez que Thomas acreditou que era um menino. E Rachel, a beira da morte e tão fraca que mal podia alimentar ao bebê, também acreditava que lhe tinha dado um filho.
Foi um golpe terrível para os dois quando a viúva Johnson, quem já não podia suportar a situação, confessou-lhes a verdade. Com um profundo ressentimento, Thomas decidiu não voltar a olhar ao bebê. Jamais quis lhe fazer uma carícia, jamais quis lhe perdoar que fosse uma mulher.
Aquilo tinha ocorrido há oito anos em Saint Louis. Thomas tinha casado com Rachel no ano anterior e ela o tinha convencido de que se estabelecessem ali. Por ela, Thomas tinha deixado as montanhas e os planos do oeste, onde tinha passado quase toda a vida caçando, pescando e levando mantimentos aos fortes descampados. Saint Louis era muito civilizado, muito limitado para um homem acostumado à suntuosidade das Montanhas Rochosas e ao silêncio imponente dos planaltos. Mas o suportou durante seis anos, atendendo ao armazém do povo que lhe tinham deixado os pais de Rachel. Durante seis anos abasteceu os colonos que se dirigiam ao oeste, ao “seu” oeste, à imensidão das “suas” planícies. Quando tirou o chapéu ouro nas terras de Avermelhado e Oregón teve a idéia de abastecer de carne a todos os acampamentos mineiros e povos que proliferavam no território que conhecia tão bem. Teria abandonado a idéia se não tivesse sido pelo estímulo do Rachel. Ela não conhecia o rigor da natureza, jamais tinha dormido na planície, mas o amava e sabia que era muito infeliz vivendo na cidade. Até contra sua vontade, aceitou vender a loja e esperou pacientemente durante um ano, para que Thomas pudesse começar o rancho, juntar alguns bois selvagens do Texas, comprar gado do este para formar os cruzamentos e construir uma casinha. Por fim a levou ali e deixou que Rachel batizasse o rancho com o nome do Rocky Valley.
O único pedido do Rachel antes de empreender uma vida completamente nova foi que sua filha tivesse a mesma educação que teria recebido se tivessem ficado em Saint Louis. Queria que Jéssica permanecesse na mesma escola privada para Senhoritas na qual tinha estudado desde que tinha cinco anos. Thomas aceitou sem vacilar, sem sequer importar-se se voltaria a ver sua filha alguma vez. A filha dizia chamar-se K. Jéssica Blair. Rachel a tinha apelidado Jéssica, e a menina deixava que qualquer um que visse seu nome escrito acreditasse que o K era a inicial do Kay.
Chamar-se Kenneth era uma terrível mortificação para a preciosa criatura em que se converteu. Com o cabelo negro como as asas das águias e os olhos cor turquesa era a imagem perfeita de Thomas e, portanto, reavivava constantemente seu desejo de um filho.
Mas tudo aquilo estava a ponto de mudar. Rachel estava grávida de novo e como as primeiras dificuldades da nova vida tinham passado, Thomas tinha mais tempo para dedicar a sua mulher. O gado tinha sobrevivido dois invernos e se multiplicou, e Thomas tinha vendido em Virginia City cada cabeça de gado pelo dobro do que teria obtido em Saint Louis. Agora tinha voltado para casa, muito antes do que havia dito a Rachel e estava ansioso para contar os estupendos resultados da venda. Tão ansioso por certo, que se tinha adiantado aos seus três homens que tinham ficado em Fort Laramie.
Queria surpreender a Rachel, regalar-se do seu triunfo, fazer amor durante o resto do dia sem que os interrompessem. Tinha estado longe quase um mês. Como tinha sentido saudades! Thomas começou a baixar a colina enquanto imaginava a cara de surpresa e felicidade de Rachel quando o visse. Não havia ninguém fora. Will Pheng e seu velho amigo Jeb Hart, a quem tinha deixado encarregado do rancho, estariam fora do território Shoshone com o gado a esta hora do dia e a moça Shoshone a quem chamava Kate estaria trabalhando na cozinha.

Série Wyoming
1 - Valente Vento Selvagem 
2 - Tempestade Selvagem
3 - Angel
Série Concluída