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30 de abril de 2012

Escrito Nas Estrelas

Um homem muito especial. Tendo perdido a mãe quando menina, Heather McLaren foi criada pelo pai, um coronel do Exército que a levava consigo em todas as missões. 


Foi assim que ela se viu morando temporariamente em uma fortaleza, enquanto o pai se encarregava de negociações de guerra, assessorado por seus comandados. Heather não imaginava que ali conheceria um homem por quem se apaixonaria perdidamente e que mudaria sua vida para sempre... 
Jacob sabia que o pai de Heather jamais consentiria no casamento da filha com um rapaz que não pertencesse à sua classe social. 
Mas os olhares tímidos e ao mesmo tempo sensuais de Heather não deixavam dúvida quanto à natureza do sentimento que ela lhe dedicava. 
O relacionamento entre ambos teria de ser mantido em segredo, até que Jacob conseguisse provar ao coronel que era um homem de valor. 
Contudo, Jacob e Heather não contavam com a presença de um inimigo invejoso e ciumento, que estava disposto a separá-los e pôr à prova o amor de ambos... 


Capítulo Um 


Fort Bernard, Louisiana 1880. 
Há sapos em nossa água potável. Heathcr McLaren não levantou os olhos para responder à reclamação. Respirou fundo em um esforço para não perder a paciência, porém manteve o maxilar contraído. 
Focou a atenção na pilha de papéis, desarrumada, sobre a escrivaninha do pai, separando-os por assunto. 
Ouviu um barulho atrás da poltrona em que estava sentada. Ele estava perto demais. Ele, o gigante guerreiro Apache, encrenqueiro e soturno. 
Nenhum sonho bonito podia ser associado àquela figura. Na verdade, a vida ali no forte tornara-se um pesadelo desde a chegada daquele homem. 
Por essa razão em especial decidira não olhar para trás, pois bem sabia o quanto ele a desconsertava. 
— Sapos? — indagou com voz firme e casual, procurando dar a impressão de que aquele era um assunto fora de seu controle. 
— Não só isso, mas estão deixando o lugar cheio de sapos-conchos. 
O pai de Heather havia pedido... Implorado para que ela viesse para a Louisiana, ajudá-lo a aproximar os Apaches da cultura americana moderna. 
Em um primeiro momento a ideia lhe pareceu esplêndida, além de representar uma aventura que valeria muito a pena. 
No entanto, a realidade se apresentara bem diferente. Com um gesto demorado, ela colocou um cacho de cabelo para trás da orelha e respirou fundo mais uma vez, antes de virar o corpo para trás. 
— Você quer dizer girinos? Jerônimo, Hércules, Moisés não seriam comparações à altura do homem que se postava ali de braços cruzados. Talvez se assemelhasse mais a Átila, o huno. 
Os olhos dele eram acinzentados e os cabelos lisos, mais escuros do que a noite. 
As linhas do rosto pareciam ter sido desenhadas uma a uma em proporções perfeitas e precisas; talvez obra de um deus místico do amor. 
O corpo másculo e a pele more¬na compunham um conjunto magnífico. 
Afora isso, ele sabia de cor todas as leis dos Estados Unidos. Aparentemente o termo "girino" o confundiu, pois retrucou: 
— Sapo-cocho.
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