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8 de março de 2018

Um Futuro Brilhante

Conheça agora a heroína mais irresistível e independente de todas. 

Uma mulher chamada Low Down, que nunca teve nada de bom até o dia em que ela pediu a única coisa que só um homem poderia lhe dar. . .
Tão desalinhada e desarraigada quanto os outros garimpeiros à procura de ouro nas Montanhas Rochosas, Low Down não queria nada em troca de cuidar de um bando de grosseirões com varíola. Mas quando pressionada para revelar o desejo de seu coração, ela admite: — Eu quero um bebê. Não um marido, não um casamento forçado com o homem orgulhoso que escolheu uma bolinha de gude marcada e acabou casando com ela por uma dívida de honra. Com certeza Max McCord era agradável aos olhos, mas amava outra mulher e sonhava com uma vida diferente. No entanto, eles concordaram com um casamento temporário que só poderia terminar em desastre. Mas poderia esta estranha volta do destino levar ao futuro brilhante que ambos estavam procurando?

Capítulo Um

— Hip, hip, hurra! Hip, hip, hurra!
Corando furiosamente, Low Down franziu o cenho para os homens saudando-a e acenando com as canecas de cerveja que Olaf preparara para a ocasião. Como ela nunca tinha sido uma convidada de honra ou recebido aplausos, não sabia como responder ou para onde olhar ou se também deveria levantar sua caneca de cerveja.
Sentindo-se aturdida, virou o olhar para o lado da montanha, em direção à névoa de fumaça que pairava sobre as cinzas da escola. Queimar a escola tinha sido a primeira ordem do dia; então todos tinham subido até a cabana de Olaf para um jantar de celebração com trutas fritas e bifes de alce, seguido de conversa animada sobre a reconstrução.
Foi um dia lindo para pensar em novos começos. Gencianas azuis e densos arbustos de ásteres roxas derramavam-se montanha abaixo como joias espalhadas entre os pedregulhos. Margaridas dançavam ao longo do vale, seguindo o riacho, e a rabbitbrush desabrochava em espetos dourados. 
Acima, uma águia circulava contra um céu sem fim, tão graciosa, selvagem e livre, que o peito de Down doía só de olhar. Nesse momento, ela desejava poder voar também para escapar do discurso que Billy Brown, o autodenominado prefeito de Piney Creek, parecia estar se preparando para recitar.
Pisando no alpendre de Olaf, Billy endireitou seus ombros, estufou a barrigae conduziu a saudação entusiástica em honra de Low Down. 
Se ela soubesse que seria aplaudida, se suspeitasse que esse se tornaria o dia mais orgulhoso de sua vida, ela teria se banhado no riacho nessa manhã,lavado o cabelo e vestido alguns trapos limpos para a ocasião. Em vez disso, a convidada de honra usava uma grande camisa masculinae calças jeans,nenhuma das quais muito limpase galochas de borracha. Enquanto conscientemente enfiava um pedaço de cabelo sob seu chapéu velho, notou que todos os outros haviam se trocado.
Billy Brown usava uma camisa de flanela vermelha quase nova sob as alças do macacãoe havia penteado o cabelo e cortado a barba. Na verdade, todos os seus antigos pacientes estavam quase tão arrumados como antes das mulheres terem deixado o acampamento no início da epidemia. Ela ficou tocada que os homens haviam lavado a roupa e penteado os cabelos em sua honra.
— Primeiro precisamos agradecer a Olaf Gurner pelo bom jantar de hoje e por assumir o fogão e alimentar nossos doentes depois que Jacob Jansen se afogou — disse Billy Brown, começando sua fala.
Um coro de insultos cordiais irrompeu, dirigido ao caldo de peixe de Olaf, seguido por uma rodada de aplausos calorosos.
— Há sessenta e quatro de nós aqui hoje — continuou Billy Brown, sua expressão se tornando sóbria.— Seis semanas atrás, Piney Creek tinha uma população aproximada de quatrocentas almas. Os homens estavam encontrando pepitas; este lugar estava prosperando. Então o flagelo começou.
Junto com os outros, Low Down se moveu para olhar para o acampamento. 
As vitrines vazias a faziam pensar em uma cidade fantasma. Nenhuma música tilintava das portas do saloon. Até mesmo o escritório de análises fora atingido. Uma leve brisa perseguia um pedaço de papel em uma seção pisoteada de grama amarelada onde antes as fogueiras de fileiras de tendas haviam queimado. Rosas selvagens já floresciam onde as tendas haviam estado. Low Down voltou-se para Billy Brown com a triste convicção de que Piney Creek nunca se recuperaria completamente da epidemia.
Billy franziu o cenho para o fundo de sua caneca de lata.
— Acho que vocês e os homens lá no cemitério enfrentaram a varíola e ficaram pelo mesmo motivo que eu. Para proteger seu veio.
Erguendo a cabeça, olhou firmemente para Low Down.
— Mas uma pessoa ficou sem precisar.
— Bem, eu tinha um veio, também — Low Down murmurou. Parecia que uma convidada de honra deveria ser um pouco modesta.
— Você não encontrou ouro em pó suficiente nem para sustentar um esquilo — disse Jake Martin, inclinando-se para cuspir um fluxo de tabaco mastigado em um formigueiro. — Você poderia ter deixado seu veio sem olhar para trás.
— Deus ouviu nossas orações e nos deu um anjo de misericórdia que não nos abandonou na nossa hora mais escura.
A brisa que soprava dos altos picos parecia fria contra o calor do constrangimento que se elevou em suas bochechas.
Desejava que Billy Brown terminasse seu discurso ali mesmo. Ao mesmo tempo, ela secretamente esperava que ele dissesse mais coisas boas. Elogios foram tão raros como encontrar uma pepita em sua bateia. Ela lembrava-se de cada um deles.
— Esta pessoa se levantou para suprir nossa necessidade desesperada, colocando sua própria saúde e vida em grande risco.
— Bem…