Série Tutores
Connor, denominado Muhamed pelos árabes, está a ponto de dar uma mudança decisiva em sua vida, mas antes quer saber se é capaz de agradar uma mulher, por isso contrata uma prostituta na estalagem em que se hospeda. Meg é a viúva de um vigário que retorna ao lar que herdou de seus pais para enfrentar uma vida de solidão e pobreza, mas antes quer sentir outra vez o calor do corpo de um homem, por isso intercepta a prostituta que o árabe contratou e troca de lugar com ela.
Assim se cruzam duas vidas, dois destinos cheios de carências, anseios... e desejos.
Capítulo Um
Desejava um homem – mesmo que fosse somente por uma noite.
O homem, de pé diante dela, estava disposto a pagar por uma mulher só por uma noite. Ele bloqueava a porta, 1,82 de altura contra seus 1,64. Seu rosto era rudemente bonito; parecia que seus traços foram esculpidos pela areia e o sol. Rugas emolduravam sua boca e saíam ao lado de seus olhos – olhos tão escuros que pareciam negros. Muhamed, tinha chamado o hospedeiro. Sr. Muhamed. Ele era um árabe. Ela uma inglesa. Estava vestido com uma túnica branca e turbante; ela estava vestida com um vestido negro e véu. Não tinham absolutamente nada em comum exceto seus desejos físicos, mas aqui estavam ambos no Land’s End, Cornwall.
Megan sabia o que tinha que fazer; era a coisa mais difícil que já tinha feito. Lentamente, deliberadamente, levantou o véu e o amarrou no centro do chapéu Windsor. Endireitando a coluna, mentalmente se preparou para saber que seria: recusa ou aceitação.
O árabe lhe tinha pedido ao hospedeiro que lhe conseguisse uma puta; em troca, uma viúva de quarenta e oito anos tinha chamado a sua porta.
E ele a tinha deixado entrar. Como se ela fosse de fato, a prostituta que pretendia ser. E provavelmente o fosse. Nenhuma mulher respeitável teria tomado parte na farsa que agora ela representava.
Seu seio subiu e baixou, seus pulmões enchendo-se, esvaziando-se – não podia obter suficiente ar em seu corpo carente de oxigênio. A áspera lã de seu vestido irritava seus mamilos. Não tinha que olhar para baixo para saber que lhe marcavam através do sutiã.
Seu negro olhar deslizou por seu rosto, seus seios – que se inflamaram sob seu exame, mais cheios que os de uma garota jovem, mais pesados – e desceu por seu corpo para estudar seu estômago e seus quadris que como o resto de seu corpo se arredondaram com o passo dos anos. Lentamente seu olhar se levantou de volta para seu rosto e as rugas que havia ali não tinham nada haver com areia ou sol, mas tudo com a idade de uma mulher. Colocou a mão de um lado da saia e sentiu no bolso, a chave de seu quarto que era justamente no final do corredor. Agora ele a aceitaria, ou agora ele a recusaria...
- É muito velha para ser uma puta, disse seco.
Mas não muito velha para desejar um homem.
Por dentro, estremeceu. Por fora, manteve seu olhar; seus olhos verdes, que ao menos, não tinham trocado com o tempo. - Alguns diriam, senhor, que você é muito velho para necessitar dos serviços de uma.
Uma tênue cor obscureceu suas bochechas – ou provavelmente foi seu próprio descaramento o que coloriu sua visão. - Está nua sob o vestido.
A quente cor que tinha as maçãs do rosto dele se transformou em um ardente calor nos mais arredondados dela.
Desafiante, levantou o queixo. - Sim.
Megan não usava anáguas, espartilho, blusa, calcinhas ou meias. Nenhum dos atrativos que as mulheres respeitáveis usavam.
Série Tutores
1 - O Tutor
2 - Um Homem e Uma Mulher
Série Concluída