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8 de março de 2014

Uma Proposta Escandalosa



Lady Margaret Landor conheceu Sebastian Townshend quando, sendo criança, ele a surpreendeu espiando o baile de compromisso de sua irmã mais velha. 

Alto, bonito e sedutor, Sebastian era um dos solteiros mais cobiçados de Kent, e ela jamais conseguiria esquecê-lo. 
Não poderia imaginar que um dia acabaria vivendo na magnífica propriedade de sua família, com o pai de Sebastian, o oitavo conde de Edgewood, convertido em seu tutor. 
Quando o conde sofre uma série de suspeitos acidentes, Margaret decide recorrer a Sebastian, que se exilou em consequência do trágico final de um duelo, e descobre que assumiu uma nova identidade. 
Conhecido como o Corvo, um mercenário temido e famoso por aceitar qualquer missão, Sebastian jurou não voltar jamais à Inglaterra. 
Não é até que Margaret aceita sua exorbitante exigência econômica que resolve voltar para casa fazendo-se passar, a contra gosto, por seu esposo a fim de entrar de novo na sociedade. 
Mas quando fica sabendo que Margaret não pode cumprir com seu com¬promisso econômico, lhe faz uma proposta escandalosa... 

 Capítulo Um 

Como em muitos povoados e cidades austríacas, Felburg reunia uma boa mostra de arquitetura barroca em suas igre­jas, na praça do povoado, nas fontes e nos encantadores edifícios. 

Se Viena resultava deslumbrante, Felburg oferecia calma e tranquilidade, por isso Sebastian Townshend decidiu passar a noite ali durante sua viajem pelos Alpes.
O negócio que acabava de fechar foi certamente frustrante e o obrigou a viajar da França para Itália, outra vez a França, logo a Hungria e finalmente a Viena. Sua missão consistia em recuperar alguns valiosos livros rouba­dos com os quais havia fugido uma esposa. 
O homem que contratou seus serviços não desejava recuperar a sua mulher, tão somente os livros, que se encontravam já nas mãos de Sebastian. 
A mulher, no entanto, não quis colaborar e então, não teve outra opção, a não ser roubá-los.
Foi uma tarefa desagradável, ainda que nem tanto como alguns dos trabalhos que realizou desde que saiu de casa.
Durante uma boa temporada não tinha distinguido entre o desagradável e o agradável: nada lhe importava. Repudiado por seu pai, cortados todos os laços com sua família e amargurado por um rancor que se negava a reconhecer, Sebastian era um homem com o qual era melhor não se meter. 
Para apreciar a própria vida tinha que ter algum motivo para viver. Ele não apreciava particularmente a sua.
Antes era distinto; tinha riquezas, títulos, bons amigos e uma família. Sua vida parecia abençoada. Era um homem alto e musculoso, com uma saúde esplêndida e um aspecto excepcional. Tinha tudo. 
Mas isso foi antes de matar seu melhor amigo em um duelo e de que seu pai houvesse lhe ordenado que não voltasse a colocar os pés em Inglaterra.
Não tinha regressado e havia prometido não fazê-lo jamais. Inglaterra, que um dia foi sua pátria, guardava tão somente lembranças dolorosas. Levava à borda onze dos trinta e três anos de sua vida, e não parecia que a coisa fosse terminar logo.
Se tivesse que escolher, poderia dizer que Europa era sua pátria, mas não preferia nenhum lugar antes que outro. Esteve em todos os países do continente e alguns fora, falava várias línguas e algumas menos conhecidas, três delas aprendidas por necessidade, seis no total. 
Dava-se ao luxo de possuir uma bonita residência onde instalar se. Saiu de casa sem dinheiro, mas aceitou ao longo do tempo trabalhos lucrativos e, ao não gastar o dinheiro, terminou por adquirir uma notável fortuna. 
Mas a idéia de «casa» lhe recordava muito sua verdadeira casa, de modo que evitava estabele­cer um novo lar. Por isso não passava muito tempo em nenhum lugar, se hospedava em pousadas e hotéis e, com freqüência quando tinha algum trabalho, dormia em um catre no chão.
Comprou uma propriedade ao norte da França, mesmo assim porque neste momento lhe pareceu conveniente: os restos arruinados de uma antiga fortaleza dificilmente poderiam ser conside­rados um lar. 
O único que seguia intacto eram os calabouços que, entretanto, consistiam apenas em uma série de celas sem portas que não havia se preocupado em restaurar. 
Comprou as ruínas mais que quem desejasse contratá-lo pudesse lhe encontrar rapidamente, e porque se adequava a seu desejo de possuir essas ruínas, tão parecidas a sua própria vida.