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10 de janeiro de 2021

Um vela solitária

Buscando abrigo contra uma tempestade de inverno, um homem é forçado a enfrentar um evento trágico em seu passado.

O capitão Aldous Northcott acredita-se amaldiçoado por um voto tolo feito na infância. A tragédia que se seguiu o mudou para sempre, e ele carrega um fardo secreto de vergonha e arrependimento desde então. Isto é, até a noite em que se encontra preso nas charnecas de Yorkshire, no meio de uma violenta tempestade de neve. À beira do colapso, ele é forçado a buscar abrigo em Highfield Hall - o mesmo lugar onde a tragédia aconteceu tantos anos antes. Ele se prepara para enfrentar o passado, apenas para se deparar com uma revelação
chocante, que lhe permite reavaliar sua vida. Ele até ousa esperar a felicidade que nunca pensou ter. Mas primeiro, ele deve encontrar a coragem de desafogar sua alma para a pessoa que ele nunca esqueceu. A única pessoa que pode lhe dar a felicidade que ele busca.

Capítulo Um

Northcott Manor, Yorkshire
Quarta-feira, 12 de setembro de 1798 d.C.

— Tome cuidado, jovem mestre. — O Sr. Hattersley olhou para o céu e depois olhou para Aldous por baixo de um boné pontudo. — Podemos ter tido alguns bons dias, mas há partes de uma charneca que nunca secam, por isso não deixe de seguir os caminhos certos. — Ele deu um tapinha no pescoço do pônei. — Você não gostaria que esse camarada ficasse preso em um pântano. E não se esqueça de voltar antes do anoitecer.
Aldous pegou as rédeas de Cometa e acenou com a cabeça para o capitão do estábulo. Hattersley.
Ele cutucou a barriga de Cometa com os calcanhares e trotou para fora do pátio de paralelepípedos até uma alameda esburacada cercada por sebes altas. Excitação vibrava em seu estômago, contrariada por uma sensação mais suave de arrependimento. Suas três semanas de estadia nessas terras selvagens do Norte quase chegara ao fim. Daqui a dois dias, na sexta-feira de manhã, ele voltaria para a casa de seu pai em Londres e dali para um internato em Essex.
— Mais dois dias — ele resmungou quando Cometa trotou pela beira da grama que corria pelo centro da pista. Ele olhou para o céu. — Por favor, não chova até depois que eu for embora.
Pouco tempo depois, ele chegou à abertura familiar na cerca e conduziu Cometa pelo caminho estreito de terra mais além. Enquanto a terra se erguia do vale, Aldous se inclinou para a frente e manteve o pônei em ritmo constante. No topo da colina, ele se aproximou e observou os arredores, seu jovem coração disparado como uma criatura cativa a solta.
A charneca varrida pelo vento estava diante dele em ondas de urze púrpura e grama fina, ondulando e rolando como um vasto oceano estacionário. A desolação o emocionou. Não havia multidões, meios de transporte, calçamento de lama ou calhas fedorentas. E nenhuma das propriedades rurais de seu pai jamais despertara seu espírito da mesma maneira.
Segundo sua mãe, Aldous já havia visitado a propriedade de Yorkshire do tio Percival uma vez. Não tendo exatamente um ano de idade na época, ele não se lembrava disso. Mas ele jurou que não esqueceria essa visita. Nunca. Se tivesse escolha, ficaria aqui para sempre e anunciara isso na noite anterior na sala azul.