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12 de novembro de 2024

A Joia do Rei

Trilogia Medieval Plantageneta

Ela era sua loucura e sua paixão. 

Com seus olhos cor de safira e cabelos escuros e sedosos, a Princesa Eleanor era uma beleza encantadora feita para o prazer de um homem. Mas quando uma noiva criança ficou viúva em tenra idade, ela jurou nunca mais se casar e fez um voto de castidade eterna... até que Simon de Montfort marchou para a Inglaterra e fixou seu olhar sombrio e ardente sobre ela, a irmã mais nova do rei Henrique, a joia mais preciosa da família real. Ousado, arrogante e invencível, o imponente cavaleiro normando inspirava admiração nos homens mais corajosos... e um desejo imprudente no coração Ela era seu prêmio e seu amor. Eles o chamavam de Dragão, mas o senhor da guerra mais temido e perigoso de todo o país tinha uma fraqueza fatal. Inflamado pela beleza incandescente e pela inocência inebriante de Eleanor, ele a perseguiria com uma paixão que exigia rendição incondicional... paixão que irromperia em escândalo e abalaria o reino em guerra, manchando as páginas da história com sangue e traição...

Capítulo Um

A princesa Eleonor Catarina Plantageneta abriu os olhos ao ouvir o chilrear dos passarinhos que saudavam o amanhecer. Seu coração explodiu de felicidade ao lembrar que o dia finalmente havia chegado. Ela tirou os cobertores com impaciência e correu descalça até o espelho prateado polido. 
Não foi diferente do dia anterior. Seus cabelos pretos eram uma massa bagunçada, a clareza natural de sua pele havia sido escurecida pelo excesso de sol e sua boca ainda tinha o traço teimoso que revelava claramente que ela sempre impôs sua vontade à vida. 
Ela sempre iria se impor a ela, ela pensou. Impor a própria vontade era o que tornava a vida doce. Algumas coisas não aconteciam tão facilmente quanto outras, a menos que houvesse uma determinação inabalável, e mesmo que ela precisasse tornar a vida de outra pessoa um inferno, ela sempre conseguia o que queria. Ela dominava os irmãos desde os cinco anos e era o terror da creche.
 Eles eram todos mais velhos que ela, um era o rei da Inglaterra, segundo todos os relatos, mas ela sabia como impor sua vontade a todos, alguns jogando limpo, outros jogando não tão limpo. Os cantos de sua boca se contraíram ao se lembrar do dia em que selou seu destino. Seus irmãos Henrique e Ricardo, então com quatorze e doze anos respectivamente, colocaram um furão num saco e foram caçar coelhos.
—Espere por mim! — Ela gritou com uma voz imperiosa, lutando para calçar os sapatos que ainda estavam úmidos por ter chapinhado no lago.
 —Você não vem, Verme! —, gritou o rei Henrique. 
—Não me chame assim, seu bastardo! — Ela gritou furiosamente. 
—Vou falar para a criada que você xingou —, disse Isabel, que tinha seis anos. Eleonor olhou para a irmã com desdém. 
—Você sabe que eu xingo... e você ainda se mija. Joana disse com a nobre sabedoria dos seus dez anos: —Você não precisa sair do jardim. Se você for embora com os meninos de novo, eu contarei. Eleonor pegou no saco que continha o furão, atirou-o a Joana e, franzindo a testa até se transformar numa horrenda gárgula, disse com voz ameaçadora: —Se você contar, encontrará um furão em sua cama em uma noite escura. Joana gritou e agarrou a mão da pequena Isabel. 
—Está ruim, vamos embora. Ricardo, duque da Cornualha, agarrou Eleanor pela orelha e tirou o saco. —Vá brincar com as meninas, Verme, porque você não vem conosco. Eleonor colocou os punhos nas ancas com decisão, projetando o queixo de forma beligerante. 
—Se você não me deixar ir com você, eu direi que você persegue as empregadas e faz cócegas nelas com seus projetos de bigode. 
— Bandeira com cara de verme—, disse o jovem Henrique. Ricardo, embora mais jovem que o rei, era mais forte e dominante. Ele jogou a cabeça para trás e riu. —Ela é menos corpulenta que uma formiga e já manda na casa de uma forma ou de outra. Vamos, Worm3, aposto que você não tem estômago para esse esporte. 
A verdade é que ela não tinha mesmo. Ela observou, horrorizada, enquanto seus irmãos colocavam a esquiva criatura em uma toca e esperavam com um saco na outra extremidade até que o coelho assustado saísse. Ela simpatizava totalmente com os coelhos e seu coração se partia, ao pensar naquelas criaturas morrendo de medo. Seus irmãos riram de suas lágrimas e ela as enxugou com os dedos sujos, deixando rastros de terra no rosto.
Ela começou a correr em direção ao palácio para que não vissem que ela estava triste e chorando. Mas eles a seguiram rindo, zombando dela porque ela havia permitido que eles vissem sua fraqueza. Henrique tinha cabelos dourados, como o de seu avô, o grande rei Henrique II, e a cabeça de Ricardo era avermelhada como a do tio que lhe deu o nome, Ricardo Coração de Leão. Eleonor, a mais nova da família, foi a única que herdou os cabelos escuros dos pais, os odiados reis João e Isabel de Angoulême. Seus irmãos zombavam impiedosamente daquela cor de cabelo.
—Você notou o quanto a menina parece uma barata? —, disse Ricardo. —A última da ninhada é sempre uma fraca, mas ela é tão pequena que suspeito que seja uma nanica—, disse Henrique, rindo. Eleonor nunca se sentiu tão infeliz. Ela estava enojada, suada e cansada, e uma dor tomou conta de seu calcanhar. Ela parou de correr, tirou o sapato e viu uma bolha incandescente. 
— Droga! — Ela murmurou, jogando o sapato em alguns arbustos. Seus irmãos a alcançaram quando o palácio apareceu. 
—Alguém acabou de chegar—, disse Ricardo. —É o marechal!








Trilogia Medieval Plantageneta
1- O Falcão e a flor
2- A Joia do Rei

15 de outubro de 2024

O Falcão e a flor

Trilogia Medieval Plantageneta

A beleza irresistível de Jasmine era capaz de deixar um homem calado de desejo. 
Mas a jovem jurou que ninguém jamais governaria seu coração... até que ela viu o rosto do próprio diabo em sua bola de cristal: um cavaleiro moreno e sinistramente bonito estava disposto a matar para torná-la sua.Este homem, chamado Falcon de Burgh, possuído por uma paixão cega e temerária, decidiu conquistar o coração ardente da jovem, arriscando a sua vida.

Capítulo Um

A jovem virgem ergueu os braços enquanto a velha cobria a sua figura nua com um manto prateado, tecido tão fino quanto uma teia de aranha. O tecido transparente caía suavemente até os tornozelos, preso por delicadas correntes de ouro incrustadas com âmbar, escolhido por suas propriedades místicas. Os cabelos encaracolados da donzela, claros como o luar e esplêndidos, caíam em cascata até a cintura.
A velha desapareceu nas sombras do cenáculo da torre enquanto a jovem avançava com passos graciosos até entrar no círculo formado por treze velas verdes. Ela caminhava com uma graça de movimento tão fluida que as chamas mal oscilavam antes de subir novamente, primeiro amarelas, depois estreitando-se e alongando-se até ficarem azuis.
A jovem iniciava o ritual amassando ervas e temperos em uma tigela de alabastro e depois queimando-os lentamente com a ajuda de um graveto comprido. O cheiro de alecrim, cravo e mirra subia em espirais de fumaça aromática que dominavam os sentidos. Assim como lhe foi ensinado, ela ergueu o cálice incrustado de joias, bebeu um gole de vinho tinto e, com uma voz clara e bela, recitou seu desejo mágico:
—Invoco a todos os poderes do universo para ordenar ao rei e à rainha da Inglaterra que convoquem sua corte real. Bendito seja.
Então olhou atentamente para uma esfera de cristal, que parecia se encher de fumaça cinza que primeiro girou antes de se dissipar lentamente. Seus olhos eram de uma cor lavanda incomum que escureceram para púrpura enquanto olhava para o interior da esfera. Começou a «ver» um casal real, coroado e sentado em seus tronos. A bola de cristal encheu-se de fumaça cinzenta e depois clareou novamente para mostrar o rei e a rainha navegando em um navio cruzando o mar que separava o continente da Inglaterra.
A anciã observava a neta com um orgulho possessivo, com olhos astutos e velados que outrora foram tão belos como os da donzela. «Bastarda de um bastardo», Estelle sussurrou enquanto observava a jovem, em seguida levantou a mão para remover as palavras feias do ar antes que elas tivessem a chance de vagar pelo tempo e espaço. Sempre houve pelo menos duas maneiras de ver as coisas. Jasmine era uma filha natural, fruto do amor, e desde criança lhe dizia incessantemente que era uma princesa de sangue real!
William Longsword, filho ilegítimo do falecido grande rei Henrique II, tomou a bela filha de Estelle como amante. Receber sua semente significou sua morte. Ela era muito delicada e pequena para dar à luz. A bebê deles era fraca e doente, mas sobreviveu graças aos esforços e cuidados determinados de Estelle. Agora ela ruminava que Jasmine, tão frágil e delicada quanto a flor que lhe deu seu nome, logo completaria dezoito anos. Por um momento desejou poder mantê-la sempre como uma menina, mas imediatamente esboçou um sinal cabalístico para apagar esse desejo egoísta.
De repente, Jasmine riu e saiu correndo do círculo de velas.
—Estelle, estou congelando, pegue minha camisola de lã.
A avó correu para protegê-la e depois se abaixou para apagar as velas.
—Foi perfeito, Jasmine. Faremos exatamente o mesmo quando recebermos aqui as mulheres da aldeia amanhã à noite.
—Desta vez consegui até ver o rei e a rainha. Será que a magia teria sido ainda mais poderosa, talvez, se tivesse invocado seus nomes, Richard e Barengaria?
—Não—, respondeu Estelle, balançando a cabeça com firmeza. Lembre-se sempre que você não deve especificar mais do que o necessário, pois isso diminui as chances de ver seu desejo realizado. O que você quer é que uma corte real seja estabelecida na Inglaterra para que você possa ser uma dama de companhia da rainha, seja ela quem for.
Jasmine riu e assentiu.
—Mesmo que seja a Rainha Leonor.
—Cuidado com o seu ciúme! 



Trilogia Medieval Plantageneta
1- O Falcão e a flor

13 de janeiro de 2020

Desejo


A mistura da cultura europeia e da árabe fez de Christian Hawksblood de Beauchamps um homem muito especial.

Seu enorme charme é potencializado pelo poder mental que exerce sobre as pessoas e os animais. Entretanto, ele mesmo, experimenta intensas visões que não pode controlar. Nelas aparece uma mulher de extraordinária beleza, cujos sedosos cabelos o envolvem em uma nuvem dourada. Ao chegar à corte de Eduardo III, instalada na Inglaterra, o cavalheiro encontra a paixão. Brianna de Belford, dama de companhia da princesa Isabel, entregou seu amor a Robert de Beauchamps apesar de ter seus sonhos invadidos pela imagem de um homem moreno que a seduz. A jovem tem descartado tais imagens como irreais. Somente quando conhece Christian compreende que talvez seja ele o seu destino. Entretanto, deverá escolher entre o desejo ou a honra enquanto uma cruel guerra assola a Europa. No violento século XV.

Capítulo Um

A primeira vez que a viu ela estava nua. Talvez por isso sentisse aquela ávida luxúria, mesmo que não fosse verdade, pois havia visto muitas mulheres desnudas ao longo de seus vinte e tantos anos. Mas esta era a mais bela donzela que já vira. Sua pele era branca, seus cílios descansavam sobre sua face como meias luas, e na lateral da maçã do rosto havia uma marca de nascimento.
O cabelo dourado, brilhante como uma moeda recém-cunhada, caía até debaixo dos joelhos, envolvendo-a em uma auréola de ouro avermelhado. Ele não fazia ideia de quem era aquela beleza, não sabia absolutamente nada sobre ela, exceto uma coisa: ele a desejava. O problema consistia em que as visões de sua dama surgiam nos momentos menos oportunos como este. Christian Hawksblood limpou sua mente com esforço e depois se concentrou por inteiro em sua lança. Bastou um instante para que o ritmo de seu pulso se adaptasse ao de seu cavalo de guerra, para que seu poderoso braço se convertesse em uma extensão de sua arma e seu olhar ardente se fixasse em seu oponente.
Com um só movimento, colocou a lança em posição horizontal, baixou sua viseira, apertou seu cavalo com os joelhos e posicionou seu escudo de modo a proteger seu corpo. O bastão de comando desceu, elevaram-se nuvens de poeira e Hawksblood imaginou como a ponta de sua lança golpearia no escudo de seu rival com tanta força que ele cairia de sua montaria. Uma fracção de segundo depois aconteceu tal como imaginara. Seu rival não jazia na poeira: estava de pé, brandindo a espada, façanha considerável levando em conta o peso de sua armadura.
Aquele era o motivo pelo qual Hawksblood havia desafiado o francês: cobiçava sua armadura negra e seu cavalo de guerra com manchas cinza. Em um abrir e fechar de olhos, Hawksblood desceu de seu cavalo. Mesmo que as regras lhe permitissem continuar em sua montaria, seu orgulho era demasiado grande para isso; o que estava em jogo era a honra da cavalaria. Sacou sua espada e atacou com tão mortífera precisão que seu rival caiu com seus 1,80cm de altura no chão, e ali ficou imóvel. Uma mulher gritou.
— Morte! — Uivaram os espectadores. Então os escudeiros do competidor francês correram ao campo e o tiraram do combate, agradecendo que o Cavalheiro Árabe só o tivesse atordoado.
O povo do campo de luta havia começado a se afastar quando Hawksblood já se encontrava em sua tenda, submergido em um banho que lhe aliviaria as tensões do corpo.

29 de julho de 2017

Amor e Ambição

Com sua beleza, inteligência e desenvoltura não é de se estranhar que a sociedade irlandesa acredite que Elizabeth Gunning uma humilde aspirante a atriz seja de origem nobre. 

Sua mãe espera de Elizabeth, que cative a todos em Londres e celebre um espetacular casamento, embora ela já tenha encontrado o amor de sua vida, John Campbell, o duque de Argyll.
John ama a garota de cabelos de ouro, mas sabe que não pode convertê-la em sua esposa porque ela não pertence à nobreza. A implacável ambição de sua mãe obriga Elizabeth a se casar com o duque de Hamilton, que só revela sua crueldade depois do casamento. 
Elizabeth consegue superar a possessividade e os maus tratos de Hamilton graças a sua fortaleza interior e ao amor incondicional que sente por Campbell. A paixão que cresce entre ambos começará a consumi-los… Se Hamilton chegar a descobri-la, suas vidas correm perigo.

Capítulo Um

Condado de Roscommon, Irlanda, 1751
Um esplendoroso raio de sol momentaneamente refletido na água o cegou; em seguida, em um abrir e fechar de olhos, uma radiante aparição surgiu ante ele. ― É real ou um espírito do bosque? Perguntou-se.
A moça era esbelta e delicada, havia nela algo etéreo. Enquanto olhava o sol formou uma auréola gloriosa em torno da sua cabeça, e sua reluzente cabeleira, que caia em uma cascata de cachos além da cintura, adquiriu a cor de ouro puro. 
Em meio da erva crescida na ribeira, libélulas e outros insetos diminutos de asas transparentes agitavam-se ao seu redor, como partículas de pó elevando-se das plantas silvestres. Teve a nítida impressão de que se fizesse algum movimento, ou falasse, romperia o feitiço e ela se esfumaçaria, como que por mágica.
John Campbell, incapaz de outra coisa, não pode deixar de citar uma frase de Um Sonho de Uma Noite de Verão.
― Nós veremos a luz da lua. Gloriosa Titânia! A Rainha das fadas virou a cabeça para lhe olhar.
― O quê, ciumento Oberon? Elevou uma mão displicente até as libélulas. ― Fadas, escapem daqui. Em seguida levantou o queixo e olhou para longe dos olhos dele, desdenhosa, ― Jurei abandonar o teu leito e a tua companhia. O homem alto e magro deu um passo até ela e declamou a frase de Oberon:
― Espera, temerária imprudente! Não sou eu acaso o teu senhor? Titânia sorriu e lhe fez uma reverência.
― Então, eu hei de ser a sua senhora.
Ele percorreu a distância que os separava com duas passadas, e rindo, tomou suas mãos entre as suas.
― Que demônios faz um formosa senhorita inglesa sozinha no meio da campina irlandesa?
Ele era moreno e perigoso, mas nesse momento o olhar dela se pousou sobre a vara de pescar e a cesta que, de maneira descuidada, pendurava de seus ombros.
― Vivo aqui ― disse ― Vim ao Suck pescar salmões, igual a vós, senhor. Acompanhe-me, e os ensinarei um bom lugar. Segui-a fascinado até um lugar em que os salgueiros se inclinavam tanto sobre a beira do rio que submergiam seus ramos chorosos na água. Ali se sentou a seu lado e lançou a vara. A encantadora criatura era um mistério que não conseguia entender. Apesar de ir descalça e levar um vestido gasto e folgado que de maneira vergonhosa deixava ver seus tornozelos, se expressava em inglês culto sem dúvida.
― Não tens sotaque irlandês.
Fingindo uma confiança que estava longe de sentir, a jovem cruzou as pernas, inclinou a cabeça e começou uma cantiga: Na bonita cidade de Dublin, onde as garotas são tão bonitas, comecei a pôr os olhos na doce Molly Mallone, que pelas ruas largas e estreitas empurrava seu carrinho de mão ao mesmo tempo exclamava em voz alta:
“Berbigões e mexilhões vivinhos e balançando!”
Seu sotaque irlandês era rico e genuíno; seu canto, doce e melodioso. Trocou do sotaque irlandês ao escocês em um instante, quando lhe disse:
― Noto uma leve diferença em seu falar, rapaz. Parece-me que você passou algum tempo na Escócia.
Não sabia ela até que ponto era certa essa sua observação. Havia passado tanto tempo na Escócia!
Quando havia estalado a rebelião dos jacobinos para remover o rei, seu pai detinha o comando de todas as guarnições do oeste da Escócia. E ele havia lutado junto ao seu pai e o filho do rei, o duque de Cumberland, em Invernary, depois em Peth, e por último na terrível batalha de Culliden, onde a rebelião foi definitivamente vencida.
John afastou os seus pensamentos da guerra e lhe sorriu.
― Minha mãe é escocesa.
Então ela se, pois a contar uma piada sobre escoceses e o que levavam debaixo do kilt. O tema foi subindo de tom, e John sentiu um repentino desejo de tomar em seus braços aquela boca deliciosa pra fincar-lhe o dente. Ela sorriu. Seus cílios dourados baixaram até roçar-lhe as bochechas e logo se levantaram para descobrir o impacto de seus olhos violetas.
― Estudei para subir aos palcos. (Quando se colocava em um papel e atuava era capaz de ocultar sua profunda timidez). ― Vou ser atriz! ― Exclamou, dando-se importância.
John Campbell suspirou de alivio. Bendito fosse São Patrício, não se encontrava diante de uma dama, se não de uma atriz, o que a convertia em presa de caça e sedução.
― Quantos anos têm?
― Dezesseis quase dezessete… ― Já sou mocinha. Assegurou-lhe. ― Quantos anos vos têm senhor?
Ante aquela inapropriada pergunta, formulada com toda naturalidade, o homem, divertido, levantou as comissuras dos lábios.
― Tenho vinte e oito anos e todos os meus dentes.
― Tens nome, senhor? A fina senhorita inglesa havia voltado.
― Me chamo John ― não lhe disse o sobrenome ― e como já haveis adivinhado, estou na Irlanda para pescar… e caçar.
 










Veja vídeo do lançamento

30 de janeiro de 2012

Uma Loba na Corte

Trilogia De Warenne
A filha de Jory de Beauchamp e amiga da rainha Isabel, a bela e corajosa Brianna de Beauchamp está comprometida com Lincoln Robert de Warenne, mas anseia uma paixão mais profunda. 
Quando conhece o sombrio e temível Wolf Mortimer 
— um homem que possui o dom da clarividência— sente o irresistível impulso de entregar seu corpo ao desejo.
Quando Roger Mortimer, pai de Wolf e amante da rainha, é encarcerado na Torre de Londres, Brianna se lança em uma série de aventuras que não só revolucionam seu coração mas põem em perigo a vida do homem que poderia ser seu destino. 

Comentário revisora Sandrinha: Gosta de história? Aventura? Drama? Mistério, traições e muito romance? Esse livro tem tudo o que um bom livro de romance histórico deve ter. Amei. Nosso herói “meu lobinho duro como mármore”... entenderam né? “ Meu! ” nem vou comentar... a mocinha é fofa e esperta demais. Recomendo! As românticas vão suspirar! Boa leitura. 


Capítulo Um 

—Não posso acreditar que já seja uma mulher, Brianna de Beauchamp. —Quando vi você pela última vez em Warwick, há quatro anos, era ainda uma menina — Roger Mortimer tomou as mãos da jovem e a beijou na testa. 
Logo se separou um pouco para observá-la com atenção. —Estava presente quando nasceu e nunca imaginei que aquela criaturinha frágil e pequena pudesse se transformar nesta deliciosa beleza que tenho ante a meus olhos. 
Brianna levantou os longos cílios e sorriu para o bonito Mortimer. 
Era, sem dúvida alguma, o homem mais formoso que tinha visto em sua vida. 
O coração começou a pulsar rapidamente. 
Seu irmão mais velho Rickard, estava casado com a irmã de Roger, Catherine e era um dos capitães do exército de Mortimer. 
—Seus olhos podem derreter corações de pedra e dobrar ao homem mais rude — disse Mortimer com absoluta sinceridade. Brianna tinha olhos de cervo, marrons, expressivos e emoldurados por grossos cílios com pontas douradas. 
—Minha mãe não percebe que já sou uma mulher e meu pai tampouco. Pensam que, aos dezesseis anos, ainda sou uma menina. 
—Que bobagem! Eu casei aos quatorze e fui pai aos quinze. Sua mãe assistiu meu casamento.
—Você teve o menino Edmund aos quinze anos? —perguntou Brianna assombrada. Roger jogou a cabeça para trás e sorriu. 
—Edmund não gostaria de saber que o chama "menino". Hoje é um homem de vinte e um anos e seu irmão, Wolf tem vinte. Protegem Gales quando eu estou na Irlanda. 
Os olhos de Brianna se acenderam com curiosidade. 
—Wolf? —Faz alguns anos que encontrou um filhote de lobo perdido e o criou. Após o apelidamos Wolf — Mortimer sorriu e sacudiu a cabeça. 
—Não posso acreditar que tenha passado dezesseis anos desde aquela noite em Windrush. "Nasci em Windrush? por que diabos não nasci no castelo de Warwick?", perguntou-se Brianna. Seus pensamentos se interromperam pela chegada de sua mãe. 
A elegante condessa de Warwick entrou exultante de energia no salão. 
Encontrou-se com um servente que levava dois jarros de cerveja para o convidado. 
—Bem vindo, Roger! Estou encantada de vê-lo novamente; — a condessa ofereceu um dos jarros de cerveja a Mortimer e levantou o outro para levá-lo diretamente a seus lábios. 
— Lady Mortimer não está com você? —Não, ficou na Irlanda. Lá tem vastas posses e leva uma vida muito agradável. Acredito que prefere a Irlanda a Gales.
—Suas vitórias na Irlanda já são legendárias. Rickard nos escreve com regularidade e nos mantém informados. É incrível. Ao vê-lo, nota-se imediatamente que é um herói. 
 Um ano depois da vitória de Robert Bruce sobre o jovem rei Eduardo e o exército inglês em Bannockburn, o rei da Escócia enviou seu irmão Eduardo a Irlanda para libertá-la do jugo inglês.
O rei da Inglaterra, por sua vez, escolheu Roger Mortimer, o mais feroz de seus lordes de Gales, para sufocar a rebelião do povo irlandês. Mortimer era um exímio líder militar e em quatro meses conseguiu recuperar Dundelk e logo conquistou Ulster. 
Nos últimos quatro anos permaneceu ali desempenhando o cargo de juiz supremo da Irlanda. Roger sorriu, enquanto seus viris olhos cinzentos estudavam cada detalhe da bela condessa. 
—Tem uma grande habilidade para adular um homem Jory, a ponto de fazê-lo sentir-se um grande conquistador — beijou a mão da condessa. 
—Seu marido tem uma sorte diabólica. Jory de Beauchamp revirou os olhos. —Chegou o diabo. 

Trilogia De Warenne
1 - Um Ano e Um Dia
2 - Infame
3 - Uma Loba na Corte
Trilogia Concluída

16 de janeiro de 2012

Infame

Trilogia De Warenne
Cabelos dourados e marcantes olhos verdes dão a Marjory de Warenne a aparência de um anjo. 
O melhor disfarce para esconder seu espírito voluntarioso. 
Apesar dos avisos, esta teimosa dama deu seu coração ao notório Guy de Beauchamp, conde de Warwick, um homem temido no campo de batalha  
e experiente na arte da sedução .... 
Mas logo os guardiões de Jory, que escolhem um marido mais adequado para ela, a fazem acreditar que Guy a traiu. 
No entanto, quando os barões da Inglaterra cavalgam para acabar com a rebelião em Gales, os pensamentos de Jory estão com o galante cavaleiro que nunca conseguiu esquecer - e a paixão que um dia será ressurgirá entre eles .... 

Comentário revisora Sandrinha Duarte:Bom para ser sincera, o livro começa super bem é a história da Jory (irmã do Lince mamador), com romances e dramas vividos por uma mulher dessa época. Mas o final com sempre ficou faltando alguma coisa, essa autora parece que tem pressa de terminar.A história é bem sensual e nosso Herói é TDB, difícil de não se apaixonar, tipo homem mais velho, protetor, possessivo e experiente no assunto... Bom façam suas escolhas: Homem Detector de lacre, Homem chafariz ou Homem Kafa bebê? hehehe.Boa leitura. 

Capítulo Um 

Marjory de Warenne estava sentada no banco da frente da magnífica Catedral de Chester assistindo seu irmão Lynx de Warenne, casar-se com a mulher que ele mais amava na vida. 
Jane Leslie a ruiva gentil e amável filha do administrador do Castelo de Dumfries. 
Ela havia se unido a seu irmão por um ano e um dia através de um casamento de prova, quando ele foi encarregado da guarnição do castelo escocês em nome do rei Edward Plantageneta. 
Embora Jane tivesse dado um filho a Lynx, que era o maior desejo de seu coração, ela só concordou casar com ele, depois que ele se feriu gravemente na batalha de Irvine. 
Jory sorriu carinhosamente, lembrando como ela havia feito e prometido os votos pelo seu irmão, pois ele estava muito fraco e debilitado até mesmo para falar. Então Jane tinha trabalhado com seu amor e a magia da cura trazendo Lynx de volta à vida. 
Agora que havia recuperado sua saúde e estava em pleno vigor de suas forças de combate, ele estava se casando com Jane novamente aqui na Inglaterra, assim ele poderia fazer e prometer seus eternos votos para a mulher que adorava. 
Um súbito pânico ameaçou sufocar Jory. Enquanto ela olhava as chamas longas das velas enfileiradas que queimavam no altar, ficou tonta. 
Lembrou-se de outras velas que haviam sido queimadas um ano antes desse casamento. 
Parecia extraordinariamente estranho, que o destino de seu irmão, finalmente houvesse prosperado com o passar desses últimos anos, trazendo felicidade e satisfação inesperada, enquanto que sua própria vida estava em frangalhos. 
No entanto, ninguém ainda sabia do desastre que ela havia feito em sua vida. 
Até agora, conseguiu-se esconder atrás de uma fachada de serena confiança, suas emoções enterradas profundamente dentro de si, a luz implacável do dia em que iria expô-la a um brutal escândalo criado por ela mesma. Jory olhou para a chama hipnotizada. 
Ela não tinha ideia do que fazer ou para onde ir. 
Ela estava muito abalada emocionalmente até mesmo para pedir o auxílio que precisaria para sobreviver. 
Ela tentou clarear seus pensamentos, sua mente vagando ao longo dos anos, a um tempo em que outro casamento e um dia fatídico haviam mudado sua vida completamente. 
Se apenas, de alguma forma, eu tivesse feito as coisas de um jeito diferente... 
- Você realmente fez isso? 

Trilogia De Warenne
1 - Um Ano e Um Dia
2 - Infame
3 - Uma Loba na Corte
Trilogia Concluída

15 de janeiro de 2012

Um Ano e Um Dia

Trilogia De Warrene
O exército de Eduardo Plantagenet invade a Escócia. 

Lynx de Warenne recebe do rei a ordem de manter a segurança do castelo de Dumfries, situado em fronteiras de fundamental importancia. Lynx é um viúvo de trinta e um anos e o que mais deseja é um filho que alegre sua vida, prolongue seu sobrenome e conserve as terras que são propriedade da família. 

Entretanto, é um homem que teme o amor e vive acossado pela suspeita de ser estéril.
Quando Jock, administrador do castelo, descobre que Lynx deseja ser pai, sugere um casamento a prova, um costume escocês que permite a um homem e uma mulher viverem juntos durante um ano e um dia e, ao término desse período, decidir se casam ou se separam.
Se dessa união resultar um filho, este é considerado legítimo mesmo que o casamento legal não ocorra.
Jock oferece a Lynx sua filha mais nova, Jane, e o nobre aceita o compromisso sem importar-se que seja uma plebéia que sente pavor dele e que empreende inúmeros esforços para ocultar seus encantos.  

Comentário revisora Ana Paula: Eu adorei este livrinho...Tanto pelos fatos históricos que narra, quanto pela história em si. Achei linda a descoberta do amor deles, tudo o que passaram até que ele admite que é louco pela heroína...

E a personagem Jory, irmã do Lince é um caso a parte: rouba os trechos em que aparece em seu love com Robert Bruce. Tem o livro dela, Notorius, vou atrás pra revisarmos a trilogia, já que o terceiro desta serie já está em revisão.
História linda,perfeita para as mais românticas! 

Capítulo Um 


A moça de cabelos vermelhos, mergulhada até os seios no lago do bosque, estremeceu com deleite ao sentir a água gelada na pele. 

Tinha aguardado todo o inverno para dar este primeiro mergulho da primavera. 
Jane Leslie tinha uma personalidade selvagem e indomável, como os seres vivos com os quais ela costumava comunicar-se. 
Tinha um dom especial que fazia com que os animais confiassem nela e se aproximassem sem temor. 
Jane estivera brincando com uma lontra que nadava junto a ela, amolando-a com suas cambalhotas e acrobacias. 
Tinha ordenado que parasse com suas travessuras; agora, o animal estava estendido na margem, dormitando sob o sol primaveril. 
De repente, ela elevou a cabeça sentindo um arrepio, do mesmo modo que ocorre aos animais quando percebem o perigo. 
Movendo apenas os olhos, esquadrinhou atrás de um ramo com folhas tentando identificar o que tinha perturbado a absoluta tranqüilidade desse paraíso natural. 
Jane não viu nada; entretanto, teve a aguda percepção de uma presença; algo espreitava atrás do verde rendado dos ramos. 
Aguçou o ouvido para captar até o mínimo movimento das folhas ou o sussurro de uma respiração, mas não ouviu nada; soube que, fosse quem fosse, era um mestre na arte de passar desapercebido. 
Inspirou profundamente e sentiu o aroma da água, o perfume dos primeiros lírios silvestres, a fragrância do bosque e o pulsar do mar a distancia. 
Quando captou um estranho aroma, suas narinas se dilataram.
Não, não tinha se equivocado: estava contemplando-a enquanto ela se banhava! 
Os olhos verdes a espiavam através das folhas, observando-a em silêncio. 
Sim tinha chegado de longe e, fatigado e sedento, aproximou-se do lago para beber 
E agora a observava sem pestanejar,enfeitiçado. 
Passou a língua pelos lábios, aguçando seu apetite pela terna carne feminina que poderia saciar sua fome repentina. 
Sem afastar os olhos da moça, deslocou seu peso para distribuí-lo de maneira mais cômoda e se escondeu, esperando que ela saísse da água. 
Os cílios da donzela desceram sobre suas bochechas para ocultar a excitação que sentia. 
Fingiu não ter notado a presença dele e, depois de ter mergulhado as mãos no lago, levantou bem altos seus braços deixando que a água lhe jorrasse pelo pescoço e os ombros. 
Seria capaz de induzi-lo a sair de seu esconderijo? Ela tinha poderes que outras pessoas não possuíam. 
Começou a cantarolar com suavidade uma encantadora melodia e se moveu imperceptivelmente para a borda do lago. 
Manteve, por fora, um aspecto calmo embora por dentro sentisse um torvelinho de curiosidade, excitação e expectativa que se tornava cada vez maior. 
Ele avançou silenciosamente, atraído de maneira irresistível por seu canto de sereia. 
Com o olhar fixo, observou com avidez cada um dos movimentos do pequeno corpo feminino. Decidiu que ela seria sua presa, seguro de que não poderia escapar. 
Já era dele. Ele elevou sua cabeça orgulhosa e reprimiu sua impaciência, aguardando o momento de fazer seu próximo movimento. 
Quando ele apareceu, Jane elevou as pálpebras, completamente sobressaltada, e se encontrou com um par de olhos verdes, os mais ferozes que já vira. 
Tinha imaginado que o intruso poderia ser uma raposa ou talvez um veado, mas jamais pensou que seria um lince!

Trilogia De Warenne
1 - Um Ano e Um Dia
2 - Infame
3 - Uma Loba na Corte
Trilogia Concluída

3 de agosto de 2011

Um Amor Para Sempre







Amor além do tempo!

Filha de um clérigo, Victoria Carswell é uma moça determinada e corajosa, que se recusa a sujeitar-se às normas da sociedade.
Ela chega a se arriscar, nadando sem roupa no rio, todas as manhãs, bem cedinho, diante de um castelo abandonado, nas cercanias da casa paroquial, onde ela mora.
O lúgubre castelo é um cenário que a deixa fascinada, e Victoria não pode deixar de imaginar como teria sido a vida ali, nos áureos tempos do rei George, cerca de um século antes.
Pelo menos, Victoria acredita que se trate de um castelo abandonado, até o dia em que um misterioso morador, atraente e sedutor, aparece inesperadamente, convidando-a a viver uma aventura que desafia todas as regras.

Capítulo Um

Inglaterra, 1837
Um convite para o jantar do sobrinho de Jack Louco? — perguntou Victoria, com afetado desdém.
— O nome do cavalheiro é capitão John Fuller — lady Carswell retrucou, com ar de repreensão
— De onde foi que tirou esse apelido vulgar? Certamente não de um dos livros de história nos quais você constantemente enfia seu nariz? Fuller foi capitão na Infantaria Sussex Light e um respeitado membro do Parlamento durante quatro anos.
— Sim, mamãe — Victoria fechou seu livro, relutante.
“Qualquer um que dissipava uma fortuna construindo loucuras e era enterrado sentado usando um chapéu merecia o apelido de Jack Louco!”
— Sua fortuna veio da manufatura de canhões para a Marinha Real.
O sobrinho dele, Sir Peregrine Palmer Fuller, herdou tudo.
— Peregrine? Que nome ridículo — Victoria declarou.
— Já chega. Jovens deveriam ser vistas e nunca ouvidas. Seus modos são pavorosos. Um comportamento mais gentil é esperado da filha de um clérigo. Como nosso período de luto formal já passou, eu aceitarei o convite. É óbvio que o cavalheiro deseja uma ligação conosco devido à nossa reputação de respeitabilidade.
Por qual outra razão as convidaria para jantar?
Obviamente, desejava distância da excentricidade de Jack Louco cultivando uma moral rígida, estreitando os laços com lady Edwina, viúva do reverendo Thomas Carswell, e sua filha solteira.
— Prefiro declinar, mamãe — Victoria arriscou.
— O jantar acontecerá no Castelo Bodiam.
— Bodiam? — Victoria voltou toda a sua atenção à mãe.
O castelo medieval era uma de suas paixões.

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