30 de abril de 2012

A Herdeira

Série Família Sherbrook

Sinjun tem dezenove anos, é abençoada com os olhos azuis dos Sherbrooke, uma personalidade cativante e um senso de humor maravilhoso. 

E está terrivelmente entediada com a temporada de bailes em Londres... até que avista Colin Kinross, o conde escocês de Ashburham, do outro lado do salão. 

Ao ouvi-lo comentar com um amigo que precisa encontrar com urgência uma moça rica para se casar a fim de salvar suas finanças, Sinjun prontamente se apresenta como resposta às preces do rapaz... 
Sinjun, então, faz a última coisa que imaginara que um dia tivesse coragem de fazer: contrariando todas as expectativas de sua família, ela vai para a Escócia, para começar uma nova vida num castelo antigo e misterioso, que contém mais revelações e surpresas do que ela esperava encontrar 

Capítulo Um 


Londres, 1807 

Sinjun o viu pela primeira vez no meio do mês de maio em uma reunião oferecida pelo duque e duquesa de Portmaine. 
Ele devia estar a alguns metros dela. Não conseguiu desviar o olhar. 
Dobrou o pescoço para continuar com uma boa visão quando ele parou diante de um grupo de damas, inclinando-se com respeito diante de uma delas. 
Era alto, Sinjun deduziu, já que a jovem dama chegava apenas ao ombro do rapaz. 
Continuou com o olhar fixo nele, sem saber por que e sem se importar tampouco com esse comportamento estranho até que sentiu uma mão pousar em seu braço. 
Mas não queria perder o rapaz de vista. Caminhou à frente. 
Ouviu a voz de uma mulher atrás de si, mas não se voltou. 
Ele sorria para a jovem, e Sinjun foi tomada por uma estranha sensação. Aproximou-se mais, circulando a pista de dança. 
Ele agora estava muito próximo e era definitivamente alto como Douglas, o irmão dela, e igualmente forte, os cabelos mais escuros que os do irmão, e os olhos... Oh, bom Deus, um homem não devia ter olhos daquela cor! 
Eram de um azul-escuro, mais escuro que o colar de safira que Douglas havia dado a Alex em seu aniversário. 
Se apenas estivesse próxima o suficiente para poder tocá-lo, colocar os dedos naqueles fios negros de cabelos... Soube naquele momento que seria feliz olhando para ele pelo resto de sua vida. 
Decerto era um pensamento maluco, mas mesmo assim verdadeiro. 
Esse homem tinha atributos masculinos. Sim, tinha um corpo atlético, forte e rijo, e era talvez mais jovem que Ryder, que acabara de completar vinte e nove anos.
Uma voz insistente lhe alertou que abrisse os olhos e parasse com toda essa bobagem. 
Afinal, era apenas um homem e, sendo assim tão bonito, possuiria também o mesmo problema de caráter que sempre acompanhava a boa aparência. 
Isso, ou pior. Não teria inteligência alguma. Talvez até tivesse algum dente podre. 
Mas não, não era verdade, porque ele jogou a cabeça para trás e riu, e aquela risada dava sinais de grande inteligência. 
Ah, quem sabe ele fosse um bêbado ou um jogador, ou um patife ou coisa do tipo. 
Ela não se importava. Continuou com os olhos fixos nele.
Sensações estranhíssimas invadiam seu corpo, sensações que não entendia bem. 
Finalmente a conversa entre ele e a jovem dama findou, e ele se curvou e se afastou em direção a um grupo de cavalheiros. 
O grupo seguiu para a sala de jogos, para grande desapontamento de Sinjun. 
Alguém bateu em seu braço de novo. Era Alex, sua cunhada. 
— Você está bem? Está aí parada como uma estátua. Eu a chamei, mas nem pareceu me ouvir.
 — Oh, sim, estou muito bem. — Ouviu uma risada masculina e soube que era a dele, pura e ressonante. Encheu-se de excitação, e algo que não soube definir bem, mas que era poderoso.
— Sinjun, que diabos está acontecendo com você? Está doente ou algo assim? 
Naquele momento Sinjun decidiu manter a boca fechada, o que não era de seu costume. Além do mais, o irmão se reunira a ela e à esposa. 
O conde Douglas Sherbrooke observou a irmã. Sinjun parecia estranha. 
Distraída, o que era uma novidade. 
Ela era como um lago de águas límpidas, seus pensamentos e sentimentos sempre visíveis no rosto expressivo, mas agora ele não conseguia ter a menor idéia do que lhe passava pela mente. Isso o aborrecia. 
Era como se não conhecesse mais a própria irmã. Tentou então a neutralidade.


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