13 de agosto de 2010

Um Cavalheiro Perigoso

Série Libertinos da Regent Street

Depois de provocar a morte de seu primo em um duelo, Adrian Spence volta a mansão Keeling em busca de um pouco de paz. 

Em vez de encontrar conforto, o Jovem aristocrata é deserdado pelo pai, em favor de seu irmão caçula. 
Cheio de dor e raiva, o aristocrata descobre a intenção de seu irmão de se casar com Lady Lilliana Dashell. Adrian, para vingar-se, decide comparecer perante a família da menina com uma proposta de casamento impossível de se recusar. 
Com a vingança consumada, Lord Albright se sente vitorioso. Mas ele não poderia estar mais enganado... Liliana não é qualquer mulher. E pela primeira vez o orgulhoso cavalheiro saberá o que é sentir... o verdadeiro amor.

Capítulo Um

Dunwoody, sul da Inglaterra, 1834
Phillip Rothembow já não pertencia a este mundo.
Nenhum dos reunidos ao redor da tumba teria imaginado que sua morte fosse ocorrer dessa maneira, embora entre eles sim havia quem tivesse apostado que não chegaria aos trinta e três anos. Mas jamais sonharam que morreria pela mão de seu próprio primo. E todos estavam de acordo (e com bastante firmeza, diante do juiz de paz) que Adrian Spence, conde do Albright, não teve outra alternativa, ou matava ou morria.
Em todo caso, alguns dos participantes alegaram (no pub, antes do serviço fúnebre) que Albright poderia ter evitado o enfrentamento se não houvesse dito a Rothembow que deixasse de fazer trapaças no jogo. Claro que ninguém podia discutir que as trapaças de Rothembow eram algo normal, nem que Albright tinha tido paciência de santo ao longo dos anos. Mas poderia ter pensado duas vezes antes de acusar a seu primo em uma sala cheia de gente.
Esse parecer foi rebatido pelo outro insistentemente, de que Rothembow estava fazendo trapaças com tanto descaramento que era evidente que buscava chamar atenção. uns quantos alegaram que Rothembow estava muito bêbado para saber o que fazia, o que foi provado pelo fato de ter chamado Albright de covarde. De todos os homens, o conde do Albright era o último a quem podiam chamar de covarde, e além disso, o que poderia ter feito Albright? Dificilmente um homem deixa que se insulte sua pessoa sem vingar sua honra. Nenhum dos participantes podia culpar ao Albright por aceitar a provocação a duelo do bêbado Rothembow.
Tampouco nenhum podia acreditar que os dois homens tivessem seguido até o fim. Assim, a opinião coletiva era que, à margem dos motivos que levaram ao Rothembow e Albright a enfrentar-se no campo de trigo, este último não teve alternativa. E sim que fez o honroso disparando ao ar; Rothembow, que seguia bêbado perdido essa manhã, respondeu lhe disparando ao corpo (falta tão enorme que os homens se estremeciam cada vez que o recordavam) e errou o tiro. Entretanto, isso não foi nada comparado com o que fez depois, e os participantes tinham as mesmas opiniões a respeito da culpabilidade de lorde Fitzhugh.
Tendo comprado recentemente uma formosa pistola alemã de dois canhões com incrustações de madrepérola, lorde Fitzhugh sentiu a necessidade de levá-la em sua nova capa de pele durante todo o fim de semana, não tinha como saber que seu grupo seria atacado por ladrões ou outro tipo de foragidos. Tão crédulo se sentia com sua nova pistola que adquiriu o costume de levar a capa amassada de modo que a arma ficasse à vista. E assim era como a levava quando Rothembow a tirou da capa; agarrou a pistola, preparada para qualquer emergência, naturalmente, e disparou pela segunda vez em Albright, com a clara intenção de matá-lo. 
Albright teve que defender-se, e muitos estavam de acordo em que foi um condenado milagre que alcançasse a tirar sua pistola e disparar antes que seu primo o abatesse com um terceiro disparo. Fitzhugh foi o descuidado e Rothembow o covarde, embora um do grupo fez notar que a loucura refletida nos olhos do Rothembow sugeria que talvez fosse mais que covarde.
Isso deu pé a outras alegações por escrito a respeito das intenções de Rothembow o que teria levado que Albright o matasse. Não era nenhum segredo no grupo que Rothembow estava até o pescoço de dívidas, tendo dilapidado sua fortuna e sua vida entre o excesso de álcool e as mulheres de Lady Farantino. Dava a impressão de estar empenhado em sua própria destruição. em que pese a isso, para eles era inconcebível que um homem estivesse tão desesperado por acabar com sua vida que recorresse a medidas tão extremas. Inconcebível, mas pelo visto, possível.
Nesse momento, junto à tumba, todos os que tinham ido presenciar o incrível final de sua partida de caça no campo observavam dissimuladamente Albright e a seus amigos por debaixo das asas de seus chapéus, enquanto o padre recitava monotonamente: «Conhece nesta morte a luz de nosso Senhor...

Série Libertinos da Regent Street
1 - Um Cavalheiro Perigoso
2 - Cláudia, Destino Insólito

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