23 de dezembro de 2010

Entre o Amor e o Dever


O destino tece sua teia...

Edmund Fitzhugh resolveu se casar com Julianna com o único objetivo de protegê-la. Além do mais, ela era uma moça comprometida... e com o sobrinho de Edmund!
Assim, o casamento, realizado secretamente, foi apenas no papel.
Mas a companhia de uma jovem linda inflamou-lhe a paixão que ele imaginava enterrada havia muito tempo... Julianna Ramsay sentia-se confusa.
Quem diria que o tratamento carinhoso de Edmund poderia lhe despertar sentimentos mais ardentes do que aqueles dedicados ao noivo ausente? A cada dia que passava, tornava-se mais difícil ficar longe daquele homem. Mas seu noivo estava para chegar... Teria ela coragem de escolher entre o amor e o dever?

Capítulo Um

Londres, outubro de 1742
— Amados irmãos...
A voz trêmula e fanhosa do sa­cerdote ecoou pela nave imensa, mas vazia, da St. Mar­tins in the Fields, uma das igrejas mais prestigiadas de Londres.
— Estamos reunidos aqui, diante de Deus, para unir este homem e esta mulher pelos laços do matrimônio, um estado digno...
Estado digno?, Julianna Ramsey indagou-se. Servi­dão, certamente.
Ela gostaria de arrancar o livro de orações das mãos gorduchas do ministro e atirá-lo pela janela atrás do altar.
— Se alguém souber de algo que impeça esta união, manifeste-se agora ou cale-se para sempre.
Os dedos grossos de Jerome, o irmão por afinidade, apertaram seu pulso. Julianna olhou de soslaio para ele.
Com a barba por fazer e as roupas amarfanhadas, re­sultado da noite de orgia, ele a encarou com os olhos tão negros e impiedosos como a própria consciência.
Os lábios dele curvaram-se num ríctus ameaçador, lembrando-a do aviso feito: Caso se dê ao luxo de ter um acesso de fúria histérica, providenciarei para que seja posta a ferros, nas entranhas de Bedlam, antes que o sol se ponha.
Julianna lutou para conter a raiva impotente. Aper­tou os lábios a fim de barrar as palavras de protesto que não poderia pronunciar.
Contra a vontade, ela olhou para o noivo, sir Edmund Fitzhugh.
Ele não podia se parecer menos com Crispin Bayard, o homem com quem ela sonhara se casar.
A lembrança do namorado jovem e atraente au­mentou o peso em seu coração. As palavras que teria de pronunciar destruiriam para sempre qualquer chance de um futuro com Crispin.
Ah, meu amor, como você pôde me abandonar desta forma?, sua alma protestou apesar dos milhares de quilômetros que os separavam.
Enquanto a indagação angustiosa repercutia em sua mente, o bom senso ar­gumentou.
Como Crispin, ao partir para os mares do Sul, poderia adivinhar que seu pai faleceria falido, dei­xando-a à mercê do temido e desprezível irmão por afinidade?
Um vento cortante de outono assobiou pela nave, abafando a voz do ministro. Ele pigarreou e tentou um tom mais alto.
— Quem dá esta mulher, em casamento, a este homem?
— Eu — respondeu Jerome.
Aos ouvidos de Julianna, o monossílabo soava como um grito de triunfo. Jerome a dava, a um total estra­nho, por interesse monetário. Vendida, como todos os objetos do pai, para quem pagasse mais.
— Edmund, aceita esta mulher como sua legítima esposa...

3 comentários:

  1. Olá, tenho imensa convicção que manter os blogs é muito trabalhoso e pensei e procurei muito antes de vir escrever isto, não encontrei este livro. Existe um lá na biblioteca com este nome, mas definitivamente não é este.Só queria avisar.... grata

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    1. Obrigada por avisar, agora tem os dois um de cada autora com as iniciais no final. bjs

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  2. eu gostei, existe uma diferença de idade de 20 anos entre o casal, mas não impede a paixão deles. Muito bom.08/06/16

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!