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11 de outubro de 2021

Entre o Amor e o Dever

E se você tivesse que escolher entre amor e o dever de governar?

E se você não lembrasse quem você é? William foi resgatado aos dez anos após uma desgraça que até seus trinta anos ninguém lhe disse. No entanto, sua vida será destruída e afundada quando consegue tudo o que ele sempre quis. Ele tem que escolher entre o seu coração e o dever.




Capítulo Um

A manhã veio rapidamente. Um novo dia na aldeia significava uma manhã de trabalho no campo e uma tarde com cavalos, mas para William era o paraíso. Ele abriu os olhos azuis ainda cheios de inocência, e ficou olhando para fora da janela. O homem que o acolheu quando ele era apenas um menino de 10 anos, sorriu com a enxada na mão.
–Hoje você acordou mais tarde, você está bem? Algum pesadelo?
–Sinto muito. Não, eu me sinto bem pai, não tive nenhum pesadelo. Eu o acompanharei ao campo.
–Antes vá se vestir e tomar o desjejum, não é necessário tanta pressa. – O homem não era seu pai, mas desde aquela noite fria, tendo-o acolhido, havia se tornado. Ele nunca o incomodara caso acordasse tarde, deixava que seguisse o seu ritmo e estava ao seu lado quando pequenas memórias de uma vida anterior voltova à sua mente. Mas, infelizmente para William, eram memórias que não faziam sentido, e geralmente aconteciam em meio a pesadelos horríveis. Todas as suas memórias foram centradas naquela aldeia, com aquele homem ensinando-lhe o que sabia, e sua esposa limpando seu rosto sujo de poeira e lama para sentá-lo à mesa. Mas antes que algo acontecesse isso o entristecia por não saber o que. Onde estavam seus pais verdadeiros? Qual era o seu nome verdadeiro? De onde ele viera?
Até mesmo o filho do taberneiro tinha um passado, e ele estava sempre em frangalhos, varias canecas extras como naquela manhã. Ele poderia estar só com as calças e nu até o pescoço, barbudo, mas pelo menos estava sóbrio e não incomodava a criança...
–Pare! Deixe o menino! – Ele gritou saltando a janela para resgatar o pequeno que chorava enquanto Robert expulsava os outros. – Eu lhe disse para deixar a criança. – Um empurrão e o bêbado caiu. Ele era mais velho do que ele e muito mais forte, e costumava se comportar de uma forma bastante agressiva quando bebia demais, mas ainda assim, William não se assustava, e deixou claro quando o jogou na lama.
–E você pequeno, está bem? –Ele perguntou ao menino, que balançou a cabeça enquanto continuava a chorar. – Calma, ele não vai te machucar, eu vou te proteger. A criança parou de chorar quase imediatamente, William tomou-o nos braços e caminhou em direção a casa onde o menino morava com a mãe. Embora na aldeia houvesse uma ordem explícita de ninguém tocar na criança ou a sua mãe, ás vezes, a ordem era desobedecida, então ele aparecia para resgatar a ambos. Especialmente a criança, ainda muito pequena falando sobre determinadas questões. Chegando a casa ele percebeu que ainda não estava vestido, então ele deixou a criança na porta de sua casa e correu de volta para a sua, onde a mulher saiu com sua camisa na mão.
– Filho, tome. – Ela disse entregando-lhe a roupa. – E tenha cuidado, há poucos dias Robert quebrou a perna filho do carpinteiro por causa do que você fez.
–Eu sei mãe, mas um pouco mais e o machucariam, não entendo como ela não o socorre. – Ele respondeu vendo o filho do taberneiro levantando-se. – Se faz isso a uma criança, não imagina o que faz a mãe?



 

23 de dezembro de 2010

Entre o Amor e o Dever


O destino tece sua teia...

Edmund Fitzhugh resolveu se casar com Julianna com o único objetivo de protegê-la. Além do mais, ela era uma moça comprometida... e com o sobrinho de Edmund!
Assim, o casamento, realizado secretamente, foi apenas no papel.
Mas a companhia de uma jovem linda inflamou-lhe a paixão que ele imaginava enterrada havia muito tempo... Julianna Ramsay sentia-se confusa.
Quem diria que o tratamento carinhoso de Edmund poderia lhe despertar sentimentos mais ardentes do que aqueles dedicados ao noivo ausente? A cada dia que passava, tornava-se mais difícil ficar longe daquele homem. Mas seu noivo estava para chegar... Teria ela coragem de escolher entre o amor e o dever?

Capítulo Um

Londres, outubro de 1742
— Amados irmãos...
A voz trêmula e fanhosa do sa­cerdote ecoou pela nave imensa, mas vazia, da St. Mar­tins in the Fields, uma das igrejas mais prestigiadas de Londres.
— Estamos reunidos aqui, diante de Deus, para unir este homem e esta mulher pelos laços do matrimônio, um estado digno...
Estado digno?, Julianna Ramsey indagou-se. Servi­dão, certamente.
Ela gostaria de arrancar o livro de orações das mãos gorduchas do ministro e atirá-lo pela janela atrás do altar.
— Se alguém souber de algo que impeça esta união, manifeste-se agora ou cale-se para sempre.
Os dedos grossos de Jerome, o irmão por afinidade, apertaram seu pulso. Julianna olhou de soslaio para ele.
Com a barba por fazer e as roupas amarfanhadas, re­sultado da noite de orgia, ele a encarou com os olhos tão negros e impiedosos como a própria consciência.
Os lábios dele curvaram-se num ríctus ameaçador, lembrando-a do aviso feito: Caso se dê ao luxo de ter um acesso de fúria histérica, providenciarei para que seja posta a ferros, nas entranhas de Bedlam, antes que o sol se ponha.
Julianna lutou para conter a raiva impotente. Aper­tou os lábios a fim de barrar as palavras de protesto que não poderia pronunciar.
Contra a vontade, ela olhou para o noivo, sir Edmund Fitzhugh.
Ele não podia se parecer menos com Crispin Bayard, o homem com quem ela sonhara se casar.
A lembrança do namorado jovem e atraente au­mentou o peso em seu coração. As palavras que teria de pronunciar destruiriam para sempre qualquer chance de um futuro com Crispin.
Ah, meu amor, como você pôde me abandonar desta forma?, sua alma protestou apesar dos milhares de quilômetros que os separavam.
Enquanto a indagação angustiosa repercutia em sua mente, o bom senso ar­gumentou.
Como Crispin, ao partir para os mares do Sul, poderia adivinhar que seu pai faleceria falido, dei­xando-a à mercê do temido e desprezível irmão por afinidade?
Um vento cortante de outono assobiou pela nave, abafando a voz do ministro. Ele pigarreou e tentou um tom mais alto.
— Quem dá esta mulher, em casamento, a este homem?
— Eu — respondeu Jerome.
Aos ouvidos de Julianna, o monossílabo soava como um grito de triunfo. Jerome a dava, a um total estra­nho, por interesse monetário. Vendida, como todos os objetos do pai, para quem pagasse mais.
— Edmund, aceita esta mulher como sua legítima esposa...