5 de maio de 2011

Um Cavaleiro Virtuoso



Ele não conseguia resistir à maior tentação de sua vida: a inocência de uma dama!

Amargurado pelo peso da viuvez, Sir Alexander Brenton decide levar uma vida monástica, e parte em uma Cruzada para aliviar sua dor.
Mas quando volta da expedição sagrada, o destino se interpõe colocando a bela Lucy em seu caminho.
E ela precisava de proteção.
Ela precisava de Alexander!
Apenas um pensamento a torturava: fugir!
Lucy Kendal faria qualquer coisa para se livrar do convento à qual fora confinada desde criança.
Mas não podia imaginar que o mundo além das muralhas pudesse ser tão perigoso e excitante.
Ainda que tivesse sido salva inúmeras vezes por Alexander, ele provocava em Lucy um sentimento selvagem, algo que um cavaleiro honrado jamais poderia saciar!

Capítulo Um

Outubro de 1257.

Lucy Kendal viajava na parte de trás da carroça de provisões e espichou a cabeça, observando as nuvens aglomeradas no firmamento.
Tentou bloquear o som da voz de Lady Elsbeth, mas foi incapaz de eliminá-lo por completo.
Elsbeth sempre conseguia encontrar algo sobre o que reclamar, sem importar qual fosse a situação, e esta adorável manhã não seria exceção.
— Você jamais deveria ter insistido para que partíssemos sem o pajem, irmã Gunnora — queixou-se Elsbeth empertigada na sua triste montaria. Ela era a única do grupo que seguia a cavalo.
— É perigoso sair pela estrada sem comp...
— Estamos mais seguras sem aqueles palermas beberrões — replicou, sisuda, a mais idosa das freiras. — Uma dupla de pagãos tão imprestáveis que eu espero mesmo que... — resmungou, deixando as palavras soltas.
Enquanto Lucy se deleitava com aqueles poucos dias de alforria das regras severas da abadia de Craghaven, Elsbeth não se interessou pela viagem, pelo tempo ou pela comida.
A dama abominou a companhia, a estrada esburacada e o pobre cavalo no qual foi forçada a cavalgar na jornada até a nova abadia em Yorkshire.
Ela deplorou as estalagens miseráveis onde precisaram passar as noites, e desdenhou dos serviços precários que recebiam em tais hospedarias.
E Elsbeth aproveitava toda oportunidade possível, para amaldiçoar o marido vingativo e ingrato, que a confinara na abadia, exilando-a do mundo, como ela dizia, devido às inúmeras infidelidades que ela cometera.
— Apenas pense, Lady Elsbeth — sugeriu Lucy, escolhendo as palavras cuidadosamente. A abadessa a repreendia com muita freqüência pelo descuido com as palavras. — Hoje à noite não haverá serviçais impertinentes, tampouco vinho azedo. Cozinharemos nossas próprias refeições e dormiremos sob as estrelas.

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