2 de julho de 2011

Escócia, Terra Do Amor








O castelo erguia-se sobre os penhascos batidos pelas ondas do mar.

Na torre norte tremulava a bandeira que identificava o dono da fortaleza: o mais temido e poderoso senhor da Escócia!
Esperando a enorme porta de mogno se abrir, Pepita reunia coragem para enfrentar o orgulhoso e vingativo nobre.
Morte e perigo a esperavam entre as milenares paredes de pedra…
Talvez também encontrasse amor!

Capítulo Um

1884
Pepita Linford entrou na sala de visitas e olhou para os móveis encaixotados no centro do aposento, o tapete enrolado e os quadros que haviam sido retirados e encostados nas paredes.
Tentando desviar seus pensamentos daquela cena tão deprimente, caminhou até a janela e pôs-se a contemplar o jardim.
Embora já fosse início de setembro, ainda havia rosas, dálias e gladíolos, e, de onde estava, podia divisar as águas azuis do oceano Atlântico, de uma cor quase tão viva quanto as do Mediterrâneo.
Por um momento, a visão das ondas quebrando-se violentamente contra os penhascos trouxe-lhe à lembrança tudo o que o mar havia tirado dela, e Pepita teve que refrear as lágrimas, num enorme esforço de autocontrole.
Ouviu as batidas na porta da frente e atravessou o pequeno hall de entrada para abri-la.
Já esperava por aquele homem baixo, de cabelos grisalhos, vestido com apuro, que, ao vê-la, sorriu.
— Boa-tarde, srta. Linford.
—Boa-tarde, sr. Clarence. Por favor, entre. Queira acompanhar-me até a sala de jantar, onde estão as únicas cadeiras que nos restam.
O advogado a seguiu para o pequeno cômodo que dava para a frente fia casa, e que tinha sido utilizado como sala de jantar por lorde Alistair e sua esposa.
Como acontecera com a sala de visitas, toda a mobília havia sido retirada dali, sobrando apenas algumas cadeiras revestidas de couro.
Pepita sentou-se em uma delas e o sr. Clarence em outra.
Ela o fitou com seus grandes olhos apreensivos, como se já soubesse o que iria ouvir.
Puxando uma terceira cadeira para junto de si, onde colocou sua pasta de couro, ele disse:— Sinto muito, srta. Linford…

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