5 de fevereiro de 2012

A Princesa

Série Príncipes do Mar
A formosa e sensual princesa Serafina está apaixonada por Darius Santiago, seu protetor e homem de máxima confiança do rei, desde que era uma menina, mas Darius, que foi resgatado da orfandade pelo rei para se tornar um espião, não se acha merecedor do amor da jovem embora também a ame e, durante anos esconde seus sentimentos. 

Assim, quando o rei decide que Serafina deve casar-se com o príncipe russo Tyurinov para que seu país proteja à pequena ilha de Ascensão do ataque de Bonaparte, Darius se desespera e, para evitar o matrimônio, prepara um complô 

contra 
Napoleão que suporá um desafio a seu amor e uma ameaça para suas vidas e a sobrevivência do reino. 
O jovem demonstrou ser capaz de arriscar sua vida por amor, mas será capaz de desvelar seus mais profundos segredos e de abrir seu coração à pessoa que durante anos amou em silêncio? 

Capítulo Um 


Maio de 1805 

O som de seus rápidos e enérgicos passos invadiu o estreito espaço entre as paredes do labiríntico jardim. 
As sebes se inclinavam sobre ela, como se quisessem lhe fechar o passo, e o coração pulsava tão forte que pensou que agora sim a ouviriam. 
Percorreu lentamente a estreita vereda, seus pés nus deslizando silenciosamente pela fresca e verde grama, seu peito palpitando. 
Tremia-lhe todo o corpo e sangrava sua mão, talvez machucada depois do murro no rosto que havia dado em Philippe com o cortante fio de seu anel de diamante. 
Ao menos tinha conseguido desfazer-se dele e esconder-se no labirinto. 
Não se atrevia a pedir ajuda, pois sabia que só os três homens a ouviriam. 
Nessa noite, não havia ninguém mais fora. As gotas de chuva se espalhavam em um céu azul escuro coberto de nuvens. 
As cigarras cantavam em uníssono enquanto o vento, que soprava primeiro de um lado e depois do outro, trazia consigo fragmentos de um minueto interpretado nos jardins reais, o minueto de um baile: o de sua festa de compromisso. 
Seu noivo tinha sido incapaz de participar. Inclinou a cabeça para a esquerda ao ouvir movimentos do outro lado da frondosa sebe. 
 Ele estava ali. Um sabor ácido do vinho que tinha bebido lhe subiu pela garganta. 
Podia ver sua silhueta, alta e elegante. 
Podia ver a silhueta de uma pistola em sua mão. 
E soube que da mesma forma, ele poderia ver seu vestido de seda clara através dos ramos. Ficou de cócoras e se afastou com cautela.
—Não tenha medo, Alteza. —Ouviu a melíflua voz de Henri a vários passos de distância.— Não vamos machucá-la. Saia, não há nada que possa fazer. 
O francês se afastou de seu companheiro para cercá-la. 
Reprimiu um soluço, dominando sua fragilidade enquanto tratava de decidir o melhor caminho. Embora tivesse brincado de correr pelo labirinto desde que era menina, o medo a fazia agora duvidar de seu sentido de orientação. 
Escutou o pausado murmúrio que provinha da fonte do centro do labirinto e tratou de guiar-se por seu som. 
Encolheu-se contra o arbusto e dali inspecionou palmo a palmo o caminho, fechando com tanta força os punhos que as unhas se cravavam na palma da mão. 
Ao final, apertou as costas contra os espinhosos arbustos, muito assustada para superar a curva do caminho. 
Esperou, tremendo, em um esforço vão por conter os nervos e o nó que lhe oprimia o estômago. Ela não sabia o que queriam. 
Tinha recebido outras vezes propostas dos presunçosos e famintos cortesãos do palácio, mas nenhum deles nunca tinha tratado de retê-la pela força. 
E muito menos, tinham usado armas. 
"Deus, por favor." Queria gritar, mas tinha muito medo. 
O vento soprou de novo: trazia aroma de grama, jasmim, homens. "Já vêm."
—Alteza, não tem nada que temer. Somos seus amigos.

Série Príncipes do Mar
1 - O Príncipe Pirata
2 - A Princesa
3 - O Príncipe Azul
Série Concluída

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