Saga Montgomery
Encalhada em uma tempestade de intrigas perto de Florida Keys, ela é levada para a costa e para os braços de J.T. Montgomery, um oficial da Marinha Americana. Desdenhoso a princípio, Aria é secretamente atormentada pela independência impetuosa do tenente... e, por baixo de sua reserva orgulhosa, J.T. descobre uma mulher de fogo sensual. Para escapar de seus inimigos, eles retornam ao seu domínio real - com Aria posando como uma noiva americana. Mas se a ousada farsa for bem-sucedida, Aria deve escolher - entre o reino que ela nasceu para governar e o homem que ela estava destinada a amar!
Capítulo Um
Key West, Florida — 1942
J.T. Montgomery esticou suas longas pernas no barco, apoiando a panturrilha ferida sobre um dos caixotes que cobriam o fundo. Ele era o lindo produto de várias gerações muito semelhantes. Na Marinha, seu cabelo escuro fora cortado demais, mas isso não diminuía sua beleza: olhos azuis e brilhantes; lábios que podiam ser frios como o mármore ou suaves e doces como o ar balsâmico que o rodeava; uma pequena covinha no queixo e um nariz que em um homem menos corpulento teria sido muito grande. Sua mãe dizia que era o nariz dos Montgomery, colocado ali por Deus em uma tentativa de proteger o rosto de todos os punhos apontados por aqueles que não gostavam da teimosia da família.
— Ainda não faz sentido para mim — dizia Bill Frazier enquanto manobrava o leme do motor. Bill era totalmente oposto ao J.T. Ele era quinze centímetros mais baixo e seu cabelo já começava a rarear embora só tivesse vinte e três anos; além disso, parecia ser feito de blocos de cimento. Parecia uma sorte ser amigo de J.T. porque, onde quer que esse jovem estava, as mulheres bonitas estavam atrás dele. Seis meses antes, Bill tinha se casado com a melhor de todas. J.T. não se incomodou em lhe responder. Fechou os olhos por um momento e inspirou o ar salgado e limpo. Era maravilhoso poder se afastar do cheiro do óleo, do barulho das máquinas e da responsabilidade de mandar nos outros, responder às perguntas e...
— Se eu fosse solteiro como você — insistiu Bill, — estaria na rua Duval me divertindo como nunca. Não compreendo que alguém queira se isolar em uma ilha abandonada às mãos de Deus. J.T. abriu um olho para olhá-lo. Logo se virou para observar as diferentes ilhas de mangues que os rodeavam. Não podia explicar seus sentimentos para Bill, que crescera em uma grande cidade. Ele, no entanto, provinha do Maine, onde tinha crescido longe do ruído e da confusão de gente e máquinas. E sempre tinha estado perto do mar. Aos dezesseis anos, quando outros rapazes compravam o primeiro automóvel, ele ganhou um veleiro. Aos dezoito já era capaz de fazer viagens de três dias sozinho na embarcação. Até sonhava em dar a volta ao mundo desse modo. Mas então os japoneses bombardearam Pearl Harbor, assim começou a guerra e...
—Ei! — o chamou Bill. — Não desista deste mundo ainda. Tem certeza de que tem provisões suficientes? Me parece que não há muito para comer. Dolly diz que você está magro demais. J.T. sorriu com a menção da bonita esposa de seu amigo.
— Será suficiente — assegurou. E voltou a fechar os olhos. As pessoas da cidade não eram capazes de ver no mar uma grande mesa de banquetes. J.T. tinha consigo uma rede, uma vara para pescar, anzóis, um par de panelas, um caixote de verduras e suas ferramentas do exército. Pensava viver como um rei por alguns dias. Com o simples pensamento do silêncio, da solidão e da falta de responsabilidades, moveu-se de ansiedade no duro assento. Bill enrugou em uma gargalhada seu rosto tão comum. Esse homem poderia ter sido um excelente espião pela forma em que se perdia na multidão.
— De acordo. Aceito sua palavra. Mas mesmo assim me parece que está louco. Claro que é problema seu. O comandante quer que você se apresente na próxima segunda-feira, assim virei te buscar. E Dolly me encarregou de dizer que se você não aplicar essa pomada para queimaduras, virá amanhã mesmo para lhe aplicar isso pessoalmente. Bufou ao ver a expressão de horror de J.T.
— Vê? Se eu decidisse passar uns dias em uma ilha, seria assim — ele comentou, — deitado em uma rede, com duas... não, três belas damas que me alimentavam com mangas. — Mulheres não — protestou J.T., os olhos azuis escurecidos.
—Mulheres não, por favor. Bill voltou a rir.
— O que ocorreu com aquela moça do Corpo Auxiliar Feminino foi sua culpa. Qualquer pessoa percebia que não pensava em outra coisa a não ser em casar-se. E por que não se casou com ela? O casamento é um passo que posso recomendar calorosamente.
— Aquela é minha ilha — indicou J.T., sem prestar atenção aos comentários
Série Montgomery Saga
1- O Leão Negro
2- A Donzela
3- A Herdeira
4- O Corsário
5- A Duquesa e o Capitão
6- Eternidade
7- A Duquesa
8- A Sedutora - este e anteriores tradução independente
9- Desejos
10- O Despertar
11- O Convite
A Princesa