4 de março de 2012

O Marquês Apaixonado

Série Nobres Apaixonados
Inglaterra, 1815 

Como dizer "eu te amo?"... 


Ao fazer o pedido de casamento Charles Draysmith foi tão romântico quanto um juiz dando uma sentença. 

Tudo bem que Emma Peterson é apenas a filha do vigário, e ele o novo marquês de Knightsdale, e talvez prefira se casar com ela do que enfrentar a horda de moças solteiras e suas mães casamenteiras... 
Mas quando ele sugere que está tão somente interessado no ato de "encomendar" um herdeiro... 
Ah, isso já é demais para uma dama de verdade... 
Deve haver algo de estranho com uma mulher que atira um bibelô em um homem que demonstra seus interesses. 
Talvez o modo como Charles fez o pedido não tenha sido dos mais românticos, mas parecia a solução perfeita. 
Ele conseguiria uma esposa, Emma conquistaria uma posição na sociedade... 
Tudo muito simples e prático. 
Só que as coisas não tão simples como parecem... pois para convencer Emma a se casar, 
Charles terá de fazer algo muito difícil: confessar que está perdidamente apaixonado... 

Capítulo Um


Por que Paul tinha de morrer? O major Charles Draysmith estava parado diante da imponente construção de pedra, as gotas de chuva escorrendo por seu rosto enquanto ele fitava a imponente fachada de pedra. 

Não queria entrar. Tinha adiado sua vinda, permanecendo em Londres o máximo que pudera, encontrando-se com o advogado e com os banqueiros que cuidavam das finanças de Paul, providenciando todos os detalhes da sucessão... e odiando cada minuto. 
Cada "pois não, milorde" era como se outro pedaço de sua vida lhe fosse roubado. . Graças a um ladrão italiano anônimo, ele era agora o marquês de Knightsdale. 
Não podia continuar parado ali, indefinidamente. 
Logo tia Bea chegaria para preparar a festa, com suas carruagens cheias de criados e sua gata peluda e enjoada. No dia seguinte, uma horda de moças solteiras aristocráticas e suas mães invadiriam Knightsdale. 
O medo rasgou-lhe as entranhas, e suas mãos começaram a suar, como sempre acontecia antes de cada batalha que ele tivera de enfrentar na Espanha. 
Queria dar meia-volta e sair correndo. Mas bateu na porta. 
— Bom dia, milorde. — Será mesmo um bom dia, Lambert? Charles permitiu que o mordomo o ajudasse com o sobretudo encharcado. Já fazia dez anos que ele não via o homem.
Desde o casamento de Paul.
 Charles tinha acabado de sair da universidade na última vez que estivera em casa. Agora estava com trinta anos, porém envelhecido pela tragédia da guerra. 
— Poderia mandar alguém cuidar do meu cavalo, por favor? — Certamente, milorde. Lady Beatrice veio com o senhor? 
— Não, eu vim na frente. Eu... Que barulho foi esse?—Charles jurou ter ouvido o que parecia ser um estrondo distante de artilharia. 
— Creio que seja a Srta. Peterson milorde, com lady Isabelle e lady Claire. 
— O que elas estão fazendo? — Charles seguiu em direção à escadaria. 
O barulho vinha do andar superior. — Creio que estão jogando boliche, milorde. Na galeria principal. 
Ele arqueou as sobrancelhas ao ouvir outro estrondo, um grito agudo e um latido. 
Alguém estaria ferido? 
Charles disparou, subindo dois degraus de cada vez. A galeria principal, se ainda se lembrava bem, tinha vários bustos de mármore muito pesados dos antepassados dos Draysmith. 
Se algum tivesse caído sobre uma das meninas... 
E aquele latido? Havia um cachorro, também? 
O que a tal da Srta. Peterson estava pensando? Seria ela a governanta? Peterson era o sobrenome do reverendo, o que o levou a concluir que as sobrinhas estavam em boas mãos. Charles chegou ao corredor bem a tempo de ver um pequeno terrier malhado trombando com o pedestal do busto do tio-avô Randall. 
Emma Peterson deu um salto para amparar a estátua no exato momento em que um homem berrou da escadaria. 
A surpresa ao ouvir uma voz masculina foi tanta que ela quase caiu sobre a escultura. 
Seria possível que o Sr. Lambert tivesse permitido que um maluco entrasse na casa? 
— O que acha que está fazendo, permitindo que esse animal corra solto dessa maneira? Uma das meninas poderia ter sido esmagada pela estátua de mármore! 
Emma enrijeceu. 
Quem era aquele homem para entrar de repente, esbravejando e repreendendo? Ela ajeitou os óculos sobre o nariz. 
Seria alguém conhecido? A voz parecia levemente familiar. 
Se ao menos pudesse vê-lo mais de perto... 
Os ombros largos e a fisionomia autoritária indicaram que se tratava de alguém acostumado a dar ordens. E se ele se mostrasse ameaçador? S
e gritasse, será que alguém viria socorrê-la? — Prinny não pretendia machucar ninguém, senhor. — Atrás de Emma, a valente Isabelle encarou o intruso. 
— É claro que ele não tinha intenção de ferir ninguém.

Série Nobres Apaixonados
1 - O Duque Apaixonado
2 - O Barão Apaixonado
2.5 - O Lorde Apaixonado
3 - O Marquês Apaixonado
4 - O Conde Apaixonado
5 - O Visconde Apaixonado
6 - O Cavalheiro Exposto
6.5 - Príncipe Apaixonado
7 - O Rei Apaixonado
Série Concluída

Um comentário:

  1. Muito fofa a história.É leve,mas com partes picantes,e partes muito engraçadas.

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!