15 de julho de 2012

A Vingança do Conde

No Amor e na Guerra , vale tudo...

Deidre Fenton está determinada a ajudar seu incorrigível irmão a livrar-se de sua mais recente aventura, um romance com uma famosa atriz a qual, segundo os rumores, tem carta branca com o infame Conde de Rathbourne.
Apesar das lembranças da noite em que o Conde quase a fez perder a cabeça, de fúria e de paixão, Deidre pretende regularizar a situação do irmão e depois encontrar um homem bom e íntegro para se casar.
Ela não quer amor, e muito menos a dor de um coração partido.
Mestre da estratégia no campo de batalha e fora dele, Rathbourne descobre que tentar derrubar as defesas de uma mulher, que se recusa a acreditar em finais felizes é como tentar vencer uma batalha morro acima.
Depois de esperar cinco anos para por Deidre em seu devido lugar, sua casa, sua cama e seu coração, Rathbourne pretende usar seu poder de persuasão para vencer aquela batalha junto da mulher que ama.

Capítulo Um

Londres e Bruxelas,
O olhar indolente de Lorde Rathbourne passou pelos fre­qüentadores barulhentos do salão de jantar e então voltou a fixar-se em seu acompanhante.
— Desculpe-me, Wendon, não estava ouvindo.
O Visconde Wendon, que tinha a mesma idade de seu amigo, apesar de apresentar feições mais infantis, agora se recostava a sua cadeira, a qual balançava precariamente sobre as duas pernas de trás. Fez com que ela voltasse à posição normal, no chão acarpetado e apoiou os cotovelos sobre a toalha de linho cor de creme da mesa.
— Eu disse apenas, Gareth, que, a não ser no regimento, nós, veteranos, nos tornamos indistintos em nossas paten­tes e postos, para qualquer propósito e intenção. Venho ten­tando chamar a atenção de nosso estimado taverneiro, mas sem sucesso. Imagino que o pobre homem possa ter seus motivos para se sentir atarantado, com tantos homens que­rendo abrigo em sua casa, mas será que o infeliz não conse­gue enxergar a qualidade quando esta se apresenta a seus olhos? Aqui estamos nós, dois pares do reino, e totalmente negligenciados como se fôssemos dois simples camponeses!
A reclamação bem humorada trouxe uma sombra de sor­riso aos lábios do pensativo Conde.
— Fale por si mesmo — ele respondeu e, voltando-se, olhou diretamente para o taverneiro, e fez um movimento quase imperceptível com os dedos.
Em questão de segundos, o homem estava ao seu lado, murmurando desculpas, e ano­tando o pedido da refeição que ele e Wendon queriam, a me­lhor que a casa poderia oferecer.
— Ensopado de carne! — continuou reclamando o Visconde quando o homem se afastou — Comíamos melhor quando estávamos servindo com Wellington! — Ele se interrompeu ao ver a expressão espantada de Rathbourne e acrescentou depressa — Bem, em certas ocasiões, pelo menos.
— Sim, muito poucas e raras — Rathbourne reclinou-se na cadeira e serviu mais uma taça de Burgundi ao amigo.
Levando a taça até diante do nariz, Wendon aspirou o buquê do vinho, murmurando,
— Maravilhoso! Fico imaginando... Acha que se impor­tavam conosco enquanto estávamos passando os melhores anos de nossas vidas naquelas trilhas esquálidas pela pe­nínsula, perseguindo os distantes exércitos de Bonaparte?
— Nem sempre distantes — Rathbourne corrigiu, sem sorrir — Temos sorte. Voltamos inteiros. Milhares não con­seguiram tal proeza.
Wendon assentiu e, segundos depois, indagou,
— Sente falta daquilo tudo?
— Do quê? Da fome, da exaustão, das execuções, a selvageria desnecessária, a perda de amigos que conhecia desde os tempos de escola. O que acha?
— Bem, então por que não pediu baixa?
Rathbourne esperou que a tensão em seus ombros rela­xasse um pouco para responder,
— Quem sabe? Idealismo de juventude, talvez. Lealdade aos companheiros. Sentido de dever para com o Rei e o país. Já faz tanto tempo! Mal me lembro. Às vezes tenho de me lembrar que a guerra acabou que não sou um oficial autocrático, cujas ordens devem ser imediatamente obedecidas. Acho que ainda vai demorar para que eu consiga recupe­rar modos mais civilizados e voltar a ser como antes. Tenho bem pouca experiência como Cavalheiro galante.
O Visconde soltou uma risada e algumas cabeças se voltaram para olhá-lo com certa reprovação. Baixou a voz para comentar,
— Gareth, seu patife!

Um comentário:

  1. Muito bom! me apaixonei pelo Gareth, bem que poderia ter a história do irmão da Deidre.

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!