26 de agosto de 2012

O Orgulho De Reilly

Ele lhe deu seu sobrenome... 
Ela roubou-lhe o coração! 

Quando Quintin Reilly voltou para a ilha de Beannacht para assumir o comando do estaleiro da família, a última coisa que ele esperava era ver-se, de um momento para o outro, responsável por uma esposa e um enteado.
Siannon Rhodes era ainda uma menina quando ele partira para a vida no mar, e agora era uma mulher linda e tentadora, uma jovem viúva desesperada para escapar do jugo do pai, e que audaciosamente o pediu em casamento!
A princípio, Quin hesitou, mas logo compreendeu que aquela bela mulher lhe estava predestinada. 
No entanto, a ambição cega de fazer o estaleiro prosperar levou Quin a negligenciar seu dever como marido e padrasto...
Até ele se dar conta de que não havia no mundo sucesso ou dinheiro que fossem mais preciosos do que o doce amor de Siannon...

Capítulo Um

Limerick, Irlanda —1858
Diabos! Moderar sua linguagem terrestre para incluir apenas xingamentos leves foi mais uma concessão, como areia contra a alma de Quintin Reilly. 
Referir-se ao diabo não chegou nem perto de expressar seu verdadeiro sentimento de frustração. 
Seu suspiro mal ecoou pelo escritório coberto de papéis antes de a porta escancarar-se.
— Estão esperando pelo senhor, capitão Reilly. 
A expressão ávida no rosto do jovem escriturário inglês serviu apenas para aumentar a apreensão que o consumia sem cessar. Tudo acontecia depressa demais.
— Certo — ele respondeu, sem se importar em disfarçar o resmungo. 
A culpa quase transpareceu, refinando seu comportamento.
O escriturário arregalou os olhos. — Devo dizer a eles que está a caminho? 
— Sim. — A irritação explodiu novamente, mais incitada pela lembrança do que pelas circunstâncias, embora a entonação do companheiro inglês tivesse contribuído para que caísse nas graças de Quin.
Se Bryan estivesse lá, se certificaria de que tudo estivesse em ordem. Quin sabia que seu irmão concordaria com a lógica que resultara em sua escolha.
Mas Bryan havia pedido dispensa de seu trabalho e deixara a cidade, viajando para Caithream no início da semana sem informar a ninguém seu destino. 
Que tipo de problema faria com que ele saísse sem dizer uma palavra?
— Diabos! — Quin xingou novamente quando esta nova preocupação juntou-se às outras. 
Já tinha decepcionado Bryan uma vez e jurara que aquilo não se repetiria.
— Oh, Deus! — Os olhos do jovem escriturário se arregalaram ao ouvir a imprecação, antes de desaparecer por onde viera, chocalhando as vidraças na porta com seus esforços para deixar o recinto com rapidez.
Quin bufou. Uma alma tão humilde não sobreviveria uma noite no mar. 
Nem mesmo com um barril do chá especial de gengibre da avó para alentá-lo.
Uma curta gargalhada escapou-lhe quando se levantou, embora a dose de humor tivesse feito pouco para melhorar seu estado de espírito ou para espantar as preocupações que haviam se tornado parte permanente do seu ser durante os últimos meses.
Mesmo que ele reunisse todo o dinheiro necessário para concluir o último contrato de trabalho do Estaleiro Reilly, será que conseguiria encontrar os fornecedores para os materiais a tempo?
Eles não poderiam bancar as penalidades por não entregar a mercadoria dentro do prazo. 
Esses eternos empecilhos haviam prejudicado a saúde de seu pai.
Pensar nos pais e em suas possíveis reações ao atual caminho que seguia o perturbou.
Tocou na carta mais recente que recebera da mãe, que estava dentro de seu bolso.
Que teriam a dizer sobre os eventos que agora se desenrolavam dentro do prestigioso Palácio da Justiça de Limerick?
E o que o restante da ilha Beannacht teria a dizer?
Tarde demais. Ele deixou as dúvidas de lado com um impaciente sacudir de ombros, empurrando-os para baixo juntamente com o restante das questões que atormentavam impiedosamente seu pensamento.
Passara mais tempo distante do Estaleiro Reilly e da pressão de suas responsabilidades do que pretendia.
Não tinha mais tempo a perder. 
Agarrou a fria maçaneta de metal e virou-a com determinação.
O que não daria para sentir o convés de um navio Reilly sob os pés e o revigorante toque do vento em seu rosto ao mesmo tempo que levantava as velas sobre sua cabeça!
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