4 de julho de 2013

O Medalhão dos Lancaster

Série Lancaster
Um corcel negro galopa através do tempo para os sonhos de uma jovem nova-iorquina que anseia a época dos cavalheiros e dos torneios medievais. Um homem guia o cavalo e crava seu olhar na jovem.
A realidade parece sacudir Elizabeth Butler de seu mundo de sonhos. O despertador soa e lhe revela que chegará atrasada para a reunião com um nobre inglês que quer contratar seus serviços como historiadora. Na universidade, seus colegas estão encantados de poder enviar uma representante para que passe alguns meses em um castelo na Inglaterra e com a generosa retribuição que o nobre promete lhes dar. Tudo está preparado para que Ellie viaje de Nova Iorque a Londres: um avião privado, sua equipe de trabalho, seus aposentos no castelo. Só falta que ela firme o contrato. Com inocência e frescura, Ellie aceita a proposta, decidida a mudar de ares; em especial, quando conhece seu novo chefe, lorde Forterque-Hamilton, um homem que lembra o cavaleiro de seus sonhos.
William Forterque-Hamilton não se agrada com o século: nem a roupa, nem as sofisticadas máquinas, nem Internet. William gosta dos cavalos e da guerra. E das mulheres. Um feitiço de seu inimigo, Marian Lancaster, enviou-o ao futuro para tirá-lo do cenário político do século XVI.
Só com o medalhão de Marian ele poderá retornar, uma jóia que encerra o segredo da viagem no tempo. Ellie ignora que ela também é uma Lancaster, e que aquilo que em sua família sempre considerara uma bagatela é uma valiosa pedra. Será suficiente para William lhe roubar o medalhão dos Lancaster para retornar no tempo? E se algo falhasse depois de tudo? Talvez, então, deverá reconhecer que o amor que sente por Ellie é um feitiço muito mais poderoso.

Capítulo Um

—É muito bonita — disse Robert Wilson ao Forterque assim que ela adormeceu.
—É obvio — respondeu o elegante Lorde esticando as pernas em seu amplíssimo jato privado, — é descendente de lady Marian Lancaster. Não podia ser de outra maneira, Robert.
E Robert Wilson sorriu, faiscaram-lhe os olhos pensando que lady Marian Lancaster teria matado a sua própria mãe para ter a frescura e a doçura de Elizabeth Butler. Não, a jovem americana era de longe muito mais formosa que sua famosa parenta inglesa. Ellie era bela e inteligente, e olhava com uma inocência poucas vezes conhecida por Robert Wilson em seu mundo, um mundo em que as mulheres abandonavam a inocência muito cedo, empurradas a um destino implacável, esboçado, muitas vezes cruelmente, por sua própria família.
William Forterque observou então a garota. Ela dormia em uma das poltronas próxima a janela do avião. Tinha aparecido no aeroporto vestindo uns jeans justos e uma camisa rosada que marcava deliciosamente suas generosas formas. Tinha a pele impecável, a cútis de uma menina, o cabelo escuro marcava um rosto perfeito e doce, com esses enormes olhos negros que pareciam observar com uma curiosidade insaciável tudo o que lhe rodeava. Era preciosa e inteligente.
Eles haviam trocado apenas uma palavra, William não queria ter intimidades com ela: era uma Lancaster. Entretanto, não podia evitar olhá-la, agora ela dormia tranquilamente com os óculos em uma mão e seus apontamentos na outra. A suave curva do peito se elevava sutilmente com uma respiração compassada e relaxada que surpreendia a William: ele levava muito tempo sem poder dormir. Observou-a com certa inveja.
Ellie então se moveu um pouco e deixou cair os papéis no chão, a camisa se ajustou sobre seus peitos e William teve uma espetada de desejo imediato. A jovem Lancaster deixava ver através da abertura de sua camiseta um coquete sutiã branco, de renda, que William poderia ter arrancado um bocado com gosto, o peito parecia transbordar a peça de lingerie, e o Lorde teve que ficar de pé para não saltar sobre ela e possuí-la ali mesmo, diante de Robert e Mary Anne Harrington Clark, que não lhe tirava o olho de cima e que nesse momento brincava, coquete, com sua corrente de ouro, enquanto lhe lançava olhadas convidativas.
—Necessita algo, milorde? —perguntou a investigadora observando de rabo de olho para a jovem adormecida.
—Não, obrigado — respondeu bruscamente, nada salvo daquela maravilhosa mulher a que jamais na vida se atreveria a tocar, pensou. Elizabeth Butler estava proibida, ao menos por agora.
William sorriu à dama do museu e se foi a sua dependência privada seguido pelo Robert.
—Me deixe em paz, Robert — lhe disse ao fechar a porta do compartimento para evitar que ele a transpassasse, — eu odeio que me olhe assim.

Série Lancaster
1 - O Medalhão dos Lancaster

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