11 de setembro de 2014

Um Cavalheiro Sempre é Discreto

Trilogia Romances à Luz da Lua
Há seis anos, Elizabeth Harewood e Lorde Roland Penhallow eram o casal de ouro de Londres, jovens, bonitos e loucamente apaixonados. 
Forçados a se separarem por seus parentes ardilosos e a carreira dele, Lilibet e Roland enterraram sua paixão sob o dever e a abnegação, até que um encontro casual numa remota pousada na Toscana muda tudo o que eles sabiam sobre si mesmos... E sobre os dois.
Mas Elizabeth Harewood é agora a Condessa de Somerton, ex-esposa de um dos aristocratas mais poderosos e brutais da Inglaterra,e não pode ter o menor indício de escândalo associado ao seu nome. Quando Roland aparece misteriosamente no castelo onde está se escondendo, ela tenta agir como uma dama, mas a tentação está apenas a um beijo de...

Capítulo Um

A cerca de cinquenta quilômetros a sudeste de Florença – Março de 1890.
O menino não podia ter mais do que cinco anos. Estava plantado diante da porta da pousada e olhava para lorde Penhallow com uma peculiar e hostil intensidade, o cenho franzido sobre seus olhos azuis e o polegar entre os dentes.
— Garotinho, —disse Roland com um suave pigarrear e um pé no degrau. — Posso passar?
O menino retirou o dedo da boca.
— Meu pai poderia dar uma surra em você.
Roland sentia a chuva fria que caia da copa de seu chapéu. Dali descia ao longo de sua nuca até a gola de seu casaco, encharcando sua camisa até que se colava a sua pele.
— Certamente, garoto, — disse, juntando as pontas da gola com uma mão. — Mas, eu gostaria de me secar junto a esse fogo que está bem atrás de você. Se não for incômodo, claro.
— Meu pai, —continuou o menino levantando o dedo e apontando para o nariz de Roland. — Poderia quebrar a sua cara, os braços e as pernas e você choraria muito.
Pronunciou a última palavra com satisfação.
Roland piscou. Atrás da pequena figura do menino estava o salão de refeições da pousada, suas longas mesas cheias de gente, com pratos de comida fumegantes e garrafas de vinho da região. Umfogo enorme, incrivelmente tentador, espantava o frio e úmido ar de março com seu crepitar.
— Claro que choraria, — concordou Roland. — Na verdade, amargamente. Sem dúvida, sem dúvida nenhuma. Mas sobre esse fogo...
—Philip! Aqui está!
Uma exausta voz feminina surgiu por trás de Roland, de algum lugar em meio aquele mal cheiroso e lamacento pátio interior que acabava de cruzar. Uma voz exausta, sim; triste e seca, com indícios de uma incipiente rouquidão, mas também uma voz muito familiar.
A coluna de Roland ficou rígida por causa da surpresa. Ali não, era impossível. Devia estar equivocado. Não no pátio de umapousada italiana rústica escondida em uma remota colina, a quilômetros do conforto civilizado de Florença e a um mundo do Conservatório londrinense onde havia ouvido aquela voz doce pela última vez.
Não, devia estar imaginando coisas.
—Philip, não estará importunando este pobre cavalheiro, não é? — A mulher falava com um tom rouco enquanto se aproximava rapidamente pela direita de Roland.
Santo Deus! Não podia estar imaginando. Ou sim?
—Senhor, peço-lhe que me perdoe. O menino está muito cansado e...
Roland se virou.
—Oh.
A dama parou imediatamente a três passos dele. A aba de seu chapéu escondia seu rosto quase completamente, mas os lábios e o queixo se arqueavam exatamente como em seus sonhos. Um lenço simples envolvia aquele pescoço que ele sabia ser longo e sinuoso, que se fundia com a delicada carne de seu peito e ombros, nesse momento, cobertos de forma prudente por um casaco de lã.
—Roland —sussurrou.
É claro que estava sonhando. Ela não podia ser real. Apenas um mero produto de sua imaginação; o esgotamento da viagem, que cobrava seu preço a suas faculdades mentais.

Trilogia Romances à Luz da Lua
1 - Uma Dama Nunca Mente
2 - Um Cavalheiro Sempre é Discreto
3 - Um Duque Nunca se Rende
Trilogia Concluída


Um comentário:

Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!