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13 de outubro de 2014

Um Duque Nunca se Rende

Trilogia Romances à Luz da Lua
Impaciente com as críticas da sociedade britânica educada, Abigail Harewood decidiu viver a vida em seus próprios termos– e a primeira coisa que ela exige é um amante.
Quando o autoritário Duque de Wallingford chega à porta de seu castelo alugado, ela acha que encontrou o candidato perfeito: bonito, arrojado, e experiente na arte do amor. Mas tentar atrair Wallingford para a sua cama parece mais difícil do que ela imaginava. 
Inquieto e insatisfeito com sua vida devassa em Londres, o duque anteriormente libertino está determinado a passar um ano casto. Mas, como Abigail faz de tudo para seduzi-lo, Wallingford encontra sua determinação desmoronando diante de seu charme irresistível... E seus segredos fascinantes.

Capítulo Um

Sudeste de Florença, março de 1890.
Aos quinze anos, a senhorita Abigail Harewood havia enterrado sua querida mãe e se mudado para Londres para viver com sua irmã mais velha, a deslumbrante e jovem marquesa de Morley, e seu marido decrépito e agônico, o marquês.
Depois de uma semana, Abigail havia decidido que jamais se casaria.
— Jamais me casarei, — disse ao cavalariço enquanto o ajudava a secar os cavalos molhados com mantas. — Mas, gostaria de ter um amante. Afinal, acabo de completar vinte e três anos e já é hora, você não acha?
O cavalariço, que falava apenas um rude dialeto da Toscana, deu de ombros e sorriu.
— O problema é que não encontro um candidato adequado. Você não pode imaginar como é difícil para uma moça solteira da minha posição achar um amante. Claro, um amante com o qual deseje ir para a cama. Certamente que Harry Stubbs, o taberneiro, gostaria muito, mas ele não tem dentes. Dentes de verdade, quero dizer.
O cavalariço sorriu novamente. Seus dentes eram de uma brancura deslumbrante sob a luz do lampião.
Abigail inclinou a cabeça.
— Muito bonitos, — disse. — Mas não acredito que desse certo. Quero o tipo de amante que possa conservar ao menos por um ou dois meses, já que é uma grande dificuldade encontrar um, e minha irmã e eu abandonaremos esta encantadora pousada amanhã, assim que a chuva parar.
O cavalariço deu uma última palmadinha no cavalo e se preparou para colocar a manta para secar em uma viga. Poderia ter falado com ele em italiano, claro, embora seu dialeto não correspondesse totalmente à versão clássica que ela conhecia, mas era muito mais fácil conversar com as pessoas quando elas não podiam entender.
O cavalariço deixou a manta sobre a viga, flexionando os braços cobertos por sua camisa de lã. Na verdade, era um tipo bastante corpulento. Seu cabelo era de uma brilhante cor de azeviche, muito longo e levemente ondulado. Justamente o que esperava de um camponês italiano. Abigail interrompeu sua tarefa com a manta enquanto pensava.
— Desculpe-me, — disse. — Mas, posso lhe pedir um beijo? 
O homem baixou os braços e olhou para ela, piscando.
—Che cosa, signorina? — Veja bem,no dia em que completei vinte e três anos tomei a decisão de encontrar um amante antes que o ano terminasse, resolvi empreender uma busca o mais científica possível. Afinal, não se pode ser muito exigente com o primeiro amante, —Abigail ofereceu um sorriso afetuoso; um sorriso de entendimento mutuo. — Sondei as criadas e a governanta; apenas as mulheres, por motivos evidentes, e todas concordaram que o beijo é um fator determinante.
A testa do rapaz se encheu de linhas como um campo arado.
—Che cosa? — Perguntou novamente.
— O beijo, entende? Como método para comprovar a habilidade do candidato. Ternura, paciência, sutileza, sensibilidade com a parceira. Todas essas coisas, segundo minhas amigas, podem ser detectadas no primeiro beijo. Sabe o quê? — Inclinou-se para frente.
—Signorina? — Tinham razão!

Trilogia Romances à Luz da Lua
1 - Uma Dama Nunca Mente
2 - Um Cavalheiro Sempre é Discreto
3 - Um Duque Nunca se Rende
Trilogia Concluída


11 de setembro de 2014

Um Cavalheiro Sempre é Discreto

Trilogia Romances à Luz da Lua
Há seis anos, Elizabeth Harewood e Lorde Roland Penhallow eram o casal de ouro de Londres, jovens, bonitos e loucamente apaixonados. 
Forçados a se separarem por seus parentes ardilosos e a carreira dele, Lilibet e Roland enterraram sua paixão sob o dever e a abnegação, até que um encontro casual numa remota pousada na Toscana muda tudo o que eles sabiam sobre si mesmos... E sobre os dois.
Mas Elizabeth Harewood é agora a Condessa de Somerton, ex-esposa de um dos aristocratas mais poderosos e brutais da Inglaterra,e não pode ter o menor indício de escândalo associado ao seu nome. Quando Roland aparece misteriosamente no castelo onde está se escondendo, ela tenta agir como uma dama, mas a tentação está apenas a um beijo de...

Capítulo Um

A cerca de cinquenta quilômetros a sudeste de Florença – Março de 1890.
O menino não podia ter mais do que cinco anos. Estava plantado diante da porta da pousada e olhava para lorde Penhallow com uma peculiar e hostil intensidade, o cenho franzido sobre seus olhos azuis e o polegar entre os dentes.
— Garotinho, —disse Roland com um suave pigarrear e um pé no degrau. — Posso passar?
O menino retirou o dedo da boca.
— Meu pai poderia dar uma surra em você.
Roland sentia a chuva fria que caia da copa de seu chapéu. Dali descia ao longo de sua nuca até a gola de seu casaco, encharcando sua camisa até que se colava a sua pele.
— Certamente, garoto, — disse, juntando as pontas da gola com uma mão. — Mas, eu gostaria de me secar junto a esse fogo que está bem atrás de você. Se não for incômodo, claro.
— Meu pai, —continuou o menino levantando o dedo e apontando para o nariz de Roland. — Poderia quebrar a sua cara, os braços e as pernas e você choraria muito.
Pronunciou a última palavra com satisfação.
Roland piscou. Atrás da pequena figura do menino estava o salão de refeições da pousada, suas longas mesas cheias de gente, com pratos de comida fumegantes e garrafas de vinho da região. Umfogo enorme, incrivelmente tentador, espantava o frio e úmido ar de março com seu crepitar.
— Claro que choraria, — concordou Roland. — Na verdade, amargamente. Sem dúvida, sem dúvida nenhuma. Mas sobre esse fogo...
—Philip! Aqui está!
Uma exausta voz feminina surgiu por trás de Roland, de algum lugar em meio aquele mal cheiroso e lamacento pátio interior que acabava de cruzar. Uma voz exausta, sim; triste e seca, com indícios de uma incipiente rouquidão, mas também uma voz muito familiar.
A coluna de Roland ficou rígida por causa da surpresa. Ali não, era impossível. Devia estar equivocado. Não no pátio de umapousada italiana rústica escondida em uma remota colina, a quilômetros do conforto civilizado de Florença e a um mundo do Conservatório londrinense onde havia ouvido aquela voz doce pela última vez.
Não, devia estar imaginando coisas.
—Philip, não estará importunando este pobre cavalheiro, não é? — A mulher falava com um tom rouco enquanto se aproximava rapidamente pela direita de Roland.
Santo Deus! Não podia estar imaginando. Ou sim?
—Senhor, peço-lhe que me perdoe. O menino está muito cansado e...
Roland se virou.
—Oh.
A dama parou imediatamente a três passos dele. A aba de seu chapéu escondia seu rosto quase completamente, mas os lábios e o queixo se arqueavam exatamente como em seus sonhos. Um lenço simples envolvia aquele pescoço que ele sabia ser longo e sinuoso, que se fundia com a delicada carne de seu peito e ombros, nesse momento, cobertos de forma prudente por um casaco de lã.
—Roland —sussurrou.
É claro que estava sonhando. Ela não podia ser real. Apenas um mero produto de sua imaginação; o esgotamento da viagem, que cobrava seu preço a suas faculdades mentais.

Trilogia Romances à Luz da Lua
1 - Uma Dama Nunca Mente
2 - Um Cavalheiro Sempre é Discreto
3 - Um Duque Nunca se Rende
Trilogia Concluída


3 de agosto de 2014

Uma Dama Nunca Mente

Trilogia Romances à Luz da Lua

Alexandra, Lady Morley, uma viúva atraente, está de férias para escapar de seus credores e elaborar um plano para recuperar sua fortuna. 

Distraída pela chegada de Phineas "Finn" Burke, um inventor brilhante com um passado chocante, ela se desespera e teme nunca conseguir o que precisa... Até que eles se beijam.
Finn, ingênuo em relação à espécie feminina e focado apenas em aperfeiçoar sua "carruagem sem cavalos" para uma exposição em Roma, nunca sonhou que pudesseencontrar uma mulher como Alexandra, que é tão enlouquecedoraquanto graciosa. 
Finn anseia fazer Alexandra sua esposa, mas seus próprios planos estão no caminho...A menos que Alexandra possa sacrificar tudo para realizar seus desejos mais profundos.

Capítulo Um


A cinquenta quilômetros a sudoeste de Florença – Março de 1890
Sempre havia mantido um nível de exigência muito elevado. Enquanto outras jovens damas sonhavam em encontrar o homem perfeito, Alexandra estava determinada a encontrar o duque perfeito.
No final, havia se conformado com um marquês, mas considerando que lorde Morley havia sido imensamente rico e idoso, ela achava que seu casamento tinha sido um êxito. Sua máxima era «pede e será concedido» — afinal isso estava na Bíblia; tinha quase certeza — e não se conformar jamais com algo de qualidade inferior.
Nem sequer quando fugia dos credores.
Aquele aposento era claramente de segunda categoria. Não, nem isso. Era pouco mais que um armário, apenas maior que o guarda roupa em que armazenava seus vestidos de noite para o verão durante o resto do ano. 
Um estreito catre embutido contra a parede não deixava espaço nem sequer para uma caixa de chapéu; a única manta de lã áspera parecia o paraíso ideal para as pulgas. Era de quarta categoria, ou de quinta. Sinceramente, era inadmissível. Alexandra se virou para o proprietário.
— Creio que não seja adequado. Non possiblo. Entende? Compreende? É muito pequeno. Troppo… Hum… Petito. Somos três. Trio. E o menino.
O dono da pousada franziu o cenho. Talvez não tenha entendido seu italiano rudimentar.
— A pousada está cheia, milady. Prepararei camas no salão de jantar, muito quentinhas, muito confortáveis.
— Dormir no salão de jantar! Três damas inglesas! Não pode estar falando sério. — Alexandra soltou uma risadinha afogada para abstrair a ideia absurda.
— Mas, milady, está chovendo, a ponte está… Inundada. Todos os quartos estão ocupados!
— Por quem? — exigiu saber, erguendo-se até uma altura impressionante.
— Um duque, milady — respondeu o homem em voz baixa e reverente. — Um duque inglês, seu irmão e um amigo.
— Não me diga! Acompanhe-me aos seus aposentos, se for amável. Hum… Operários. Veja bem bom homem, — explicou com amabilidade enquanto empurrava-o pelo estreito e maltratado corredor. 
— No meu país temos um encantador costume segundo o qual os cavalheiros estão obrigados, sem exceção, a renunciar a qualquer comodidade em favor das damas em apuros. Você concordará comigo que é uma ordem perfeitamente civilizada no mundo todo, sem a qual cairíamos na barbárie, como aqueles pobres romanos. Tenho certeza que o seu duque compreenderá. Oh, sim!
Parou na entrada e deu uma olhada no aposento. Esse era muito melhor. Maior e espaçoso. Uma ordenada cama de casal grande no centro da parede do fundo, com um armário em um lado, uma lareira na outra parede, atendida nesse instante por uma jovenzinha de bochechas coradas com uma dessas cabeleiras italianas escuras e cacheadas que eram impossíveis não se invejarem nos momentos mais apaixonados.
Era simples, claro. Essa pousada estava situada em uma remota parada em um péssimo caminho toscano, longe do civilizado refinamento de Milão e inclusive de Florença, mas, Alexandra estava disposta a fazer concessões com relação aos móveis rústicos e a carência de detalhes e acabamentos adequados. E, afinal, a chuva açoitava a pequena janela e se ouvia o som do vento pelo buraco da lareira. Não poderia se permitir ser demasiadamente exigente.
— É ideal, — disse voltando-se para o dono da pousada. — Ficaremos com ele. E também com o aposento contíguo. — apontou para a porta entreaberta próxima ao armário.
Certamente o rosto do homem havia sofrido com os rigores de um longo e chuvoso inverno, parecia quase impossível que aquelas bochechas pudessem ficar ainda mais pálidas, e mesmo assim, até o último traço de vermelhidão havia abandonado o rosto dele.
— Mas, milady, este aposento já está ocupado! — Disse com voz trêmula. — É de um duque! De um duque muito importante! De um duque muito forte! E de seu irmão e seu amigo! Todos muito altos!

Trilogia Romances à Luz da Lua
1 - Uma Dama Nunca Mente
2 - Um Cavalheiro Sempre é Discreto
3 - Um Duque Nunca se Rende
Trilogia Concluída