Impaciente com as críticas da sociedade britânica educada, Abigail Harewood decidiu viver a vida em seus próprios termos– e a primeira coisa que ela exige é um amante.
Quando o autoritário Duque de Wallingford chega à porta de seu castelo alugado, ela acha que encontrou o candidato perfeito: bonito, arrojado, e experiente na arte do amor. Mas tentar atrair Wallingford para a sua cama parece mais difícil do que ela imaginava.
Inquieto e insatisfeito com sua vida devassa em Londres, o duque anteriormente libertino está determinado a passar um ano casto. Mas, como Abigail faz de tudo para seduzi-lo, Wallingford encontra sua determinação desmoronando diante de seu charme irresistível... E seus segredos fascinantes.
Capítulo Um
Sudeste de Florença, março de 1890.
Aos quinze anos, a senhorita Abigail Harewood havia enterrado sua querida mãe e se mudado para Londres para viver com sua irmã mais velha, a deslumbrante e jovem marquesa de Morley, e seu marido decrépito e agônico, o marquês.
Depois de uma semana, Abigail havia decidido que jamais se casaria.
— Jamais me casarei, — disse ao cavalariço enquanto o ajudava a secar os cavalos molhados com mantas. — Mas, gostaria de ter um amante. Afinal, acabo de completar vinte e três anos e já é hora, você não acha?
O cavalariço, que falava apenas um rude dialeto da Toscana, deu de ombros e sorriu.
— O problema é que não encontro um candidato adequado. Você não pode imaginar como é difícil para uma moça solteira da minha posição achar um amante. Claro, um amante com o qual deseje ir para a cama. Certamente que Harry Stubbs, o taberneiro, gostaria muito, mas ele não tem dentes. Dentes de verdade, quero dizer.
O cavalariço sorriu novamente. Seus dentes eram de uma brancura deslumbrante sob a luz do lampião.
Abigail inclinou a cabeça.
— Muito bonitos, — disse. — Mas não acredito que desse certo. Quero o tipo de amante que possa conservar ao menos por um ou dois meses, já que é uma grande dificuldade encontrar um, e minha irmã e eu abandonaremos esta encantadora pousada amanhã, assim que a chuva parar.
O cavalariço deu uma última palmadinha no cavalo e se preparou para colocar a manta para secar em uma viga. Poderia ter falado com ele em italiano, claro, embora seu dialeto não correspondesse totalmente à versão clássica que ela conhecia, mas era muito mais fácil conversar com as pessoas quando elas não podiam entender.
O cavalariço deixou a manta sobre a viga, flexionando os braços cobertos por sua camisa de lã. Na verdade, era um tipo bastante corpulento. Seu cabelo era de uma brilhante cor de azeviche, muito longo e levemente ondulado. Justamente o que esperava de um camponês italiano. Abigail interrompeu sua tarefa com a manta enquanto pensava.
— Desculpe-me, — disse. — Mas, posso lhe pedir um beijo?
O homem baixou os braços e olhou para ela, piscando.
—Che cosa, signorina? — Veja bem,no dia em que completei vinte e três anos tomei a decisão de encontrar um amante antes que o ano terminasse, resolvi empreender uma busca o mais científica possível. Afinal, não se pode ser muito exigente com o primeiro amante, —Abigail ofereceu um sorriso afetuoso; um sorriso de entendimento mutuo. — Sondei as criadas e a governanta; apenas as mulheres, por motivos evidentes, e todas concordaram que o beijo é um fator determinante.
A testa do rapaz se encheu de linhas como um campo arado.
—Che cosa? — Perguntou novamente.
— O beijo, entende? Como método para comprovar a habilidade do candidato. Ternura, paciência, sutileza, sensibilidade com a parceira. Todas essas coisas, segundo minhas amigas, podem ser detectadas no primeiro beijo. Sabe o quê? — Inclinou-se para frente.
—Signorina? — Tinham razão!
Trilogia Romances à Luz da Lua
1 - Uma Dama Nunca Mente
2 - Um Cavalheiro Sempre é Discreto
3 - Um Duque Nunca se Rende
Trilogia Concluída