27 de setembro de 2015

Corações Sonhadores

Um encontro de sonhos e dois corações

Kaitlin Jeffers tinha um grande sonho...
Um sonho que iria levá-la para bem longe de um armazém caindo aos pedaços no cafundó do mundo. 

Só que, se não conseguisse afastar a lembrança dos abrasadores beijos de Luis Callihan ou lutar contra a afeição que nutria pelo travesso filho dele, passaria o resto da vida naquela cidade sem o menor atrativo!
Luis não sabia explicar como a sua busca pelos prazeres simples do dia-a-dia o tinha levado a unir forças com uma mulher como Kaitlin Jeffers. Só sabia que, acontecesse o que acontecesse, faria o possível e o impossível para fazer de si mesmo e do filho a parte mais importante do sonho de Kaitlin...

Capítulo Um

Nevada, 1884
Toda gravidez deveria ser maravilhosa como aquela.
Kaitlin Jeffers virou-se de um lado para outro, examinan­do seu enorme ventre no grande espelho oval. Esticou os braços e, com gestos cuidadosos, pousou as mãos sobre o ventre protuberante. Parecia que estava prestes a dar à luz.
Seus lábios se curvaram num sorriso largo. Perfeito. Ab­solutamente perfeito.
Estudou então sua reflexão no espelho com redobrada atenção, a fim de se certificar de que as dobras do vestido negro estavam com o caimento correto. Depois baixou o olhar para averiguar se a bainha das saias lhe cobria os sapatos. Surpresa: tudo o que conseguiu ver foi a grande barriga logo abaixo do seu estômago.
Erguendo os olhos mais uma vez, examinou o rosto e obrigou-se a conter o sorriso que ameaçou lhe aflorar aos lábios. Esse era um erro que não podia cometer: mostrar satisfação. Talvez devesse ensaiar mais um pouco as ex­pressões faciais...
A maçaneta de metal girou na porta atrás dela e, pelo espelho, Kaitlin viu Isabelle Langley entrar no quarto que dividiam naquele hotel. Alta e esguia, sua amiga era um autêntico contraste à sua silhueta rotunda.
Kaitlin virou-se para Isabelle e, levando as mãos ao ven­tre, disse:
— Venha admirar de perto a obra de arte que o seu irmão confeccionou.
— Pelos amor de Deus, Kaitlin, não acredito que você seja capaz disso! — Com os olhos arregalados, Isabelle jo­gou-se de encontro à porta fechada.
— Está ótimo, não?
— Está horrível! Mal posso crer que o meu irmão dei­xou-se convencer a fazer uma coisa dessas!
— Mas você não pode negar que ele fez um excelente trabalho.
Enquanto Kaitlin voltava a acariciar a enorme barriga, Isabelle arremessou os pacotes que trazia sobre a cama, dizendo:
— Encontrei um chapéu como o que você pediu na loja de uma modista no fim da rua. Aposto que é o mais feio de toda a região. Além do mais, não há muito o que se escolher neste lugarejo.
— Quanto menor a cidade, melhor. E precisamos ir embora deste lugar com a mesma pressa com que chegamos.
— Por favor, Kaitlin, desista desta loucura. Ainda está em tempo de mudar de idéia.
— Você prometeu que não iria ficar reclamando se eu a deixasse vir comigo, esqueceu?
— Você não sabe o que pode acontecer, não conhece o povo daqui. E se eles a atiram numa cela de xadrez?
— Quem, em sã consciência, iria ter coragem de prender uma mulher nas minhas condições?
— Que “condições”, criatura?
— Estou grávida.
— Ah, meu Deus, vou acabar matando o meu irmão! Ele devia era se ater a fabricar os seus arreios, isso sim!
— Não o repreenda, ele só fez o que lhe pedi. Um ótimo trabalho, diga-se de passagem. Dá para ver as tiras nos meus ombros?
— Não.
— E nas costas?
— Também não.
— Tem certeza, Isabelle?
— Absoluta.
— Sabe de uma coisa? Deve ser um tanto desconfortável estar grávida de verdade. Carregar este barrigão por aí...
— Por favor, Kaitlin, não faça isso. Você não pode fingir uma gravidez. E se alguém descobre?
— Ninguém vai descobrir. Nenhuma de nós esteve nesta cidade antes. Ninguém nos reconheceu no ponto das car­ruagens esta manhã, quando chegamos. Iremos embora no final da tarde e pronto. O que pode dar errado?
— Mil coisas!
— Aquele cafajeste, o tal Harvey Stutz, roubou cada cen­tavo que eu possuía neste mundo. Trapaceou-me e sumiu na vida com um belo sorriso cínico no rosto. Mas vou recuperar o que perdi, Isabelle, custe o que custar.
— Só que...









Um comentário:

  1. Adorei este livro, muito fofo. Mocinha intempestiva, que odeia planejar e mocinho pragmático e organizado. Me lembrei dos desenhos de princesa da Disney cada vez que a mocinha começava a cantar rs

    Jane

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!