9 de fevereiro de 2016

O Casamento do Século





Primeiro veio o casamento... Depois, a paixão!

Justin Thornborough, nono duque de Thornborough, precisava se casar urgentemente com uma herdeira rica, para livrar a família da falência. 
E a primeira pessoa em quem ele pensou foi Sarah Vangelder, uma milionária americana, que conhecera alguns meses antes, em uma festa. 
Depois que todos os arranjos foram feitos e os termos do casamento colocados no papel, eles se casaram na cerimônia mais esperada do século. Mas o que era para ser apenas um "arranjo" tomou um caminho inesperado quando Sarah descobriu-se apaixonada pelo marido...

Capítulo Um

Sarah Vangelder, passeando por entre os imensos jardins, constatou que acertara quando havia decidido realizar uma visita aos campos ingleses, depois de duas semanas de vida social intensa em Londres. Sim, respirando o ar puro e tranquilo, nos domínios daquele vasto palácio em estilo vitoriano, certificou-se de ter sido uma ótima opção de descanso.
A natureza parecia ter colaborado e abençoando o lugar. Nuvens brancas pontilhavam o céu azul. A grama e as árvores reluziam ao sabor de uma leve e agradável brisa e os famosos canteiros de Swindon estavam floridos, apesar de ainda não terem alcançado seu apogeu de beleza e exuberância, embora a primavera não tivesse começado.
Todos os convidados, ali presentes, pertenciam à mais alta linhagem da sociedade britânica e europeia. Os homens eram quase todos de famílias aristocráticas que contavam mais de quatrocentos anos, bonitos e garbosos em seus fraques e cartolas. 
As mulheres usavam vestidos lindos e extravagantes, modelos da última moda de Paris. Pelo menos, era o que ia pensando Sarah Catherine Vangelder, da rica família dos Vangelder, multimilionários de Nova York. A mulher a seu lado olhou-a, preocupada:
— Não me parece empolgada, Sunny.
Sarah olhou para a madrinha, com um sorriso nos lábios.
— Olhe só quem está falando! Como pode fazer um comentário desses a famosa Kathie Schmidt, de San Francisco, que escandalizou todo o high-society ao andar a cavalo pelo Hyde Park?
— Ora, ora! — ponderou a outra, sem nenhum sotaque americano. — É que agora não sou mais a Kathie Schmidt. Sou Katherine Schmidt Worthington, condessa de Westron, dama de companhia de sua rebelde e sem modos afilhada e sobrinha.
— Pensei que nós, garotas norte-americanas, fôssemos admiradas por nossa determinação e coragem — Sunny retrucou, ainda rindo. — E por nossa fortuna... É claro!
— Mesmo nas camadas sociais mais altas, as boas maneiras são bem-vindas, querida. Se quiser se tornar uma duquesa, deve se comportar melhor.
— E se não quiser?— indagou, depois de alguns instantes.
— Sua mãe passou os últimos vinte anos dando-lhe a melhor educação que o dinheiro pode comprar — lady Westron respondeu. — Será uma pena se tiver perdido tanto tempo...
— Sim, tia Katie. Se me comportar direitinho, posso ver o famoso jardim de inverno mais tarde?
— Não até que a apresente a todos que merecem ser conhecidos. Negócios antes do prazer, minha querida.
Lady Westron continuou a andar por entre os convidados, parando de vez em quando para apresentar à afilhada as pessoas mais influentes presentes àquela reunião.
Sabendo que estava sendo observada com muito rigor, Sunny sorria polida e conversava com toda a educação que achava possuir. Tentou não parecer deslumbrada com tudo o que via, até que foi apresentada a Paul Curzon.
Alto, loiro e simpático, Curzon era o tipo de homem que fazia qualquer mulher suspirar. Após os cumprimentos de praxe, ele disse:
— Foi um imenso prazer conhecê-la, srta. Vangelder.
— Chegou há pouco tempo à Inglaterra? — A pergunta foi acompanhada por um sorriso cativante.
Se não fosse pela rigorosa educação que tinha recebido, Sunny teria pulado no pescoço dele, como se fosse uma mulher vulgar. Em vez disso, murmurou:
— Cheguei de Londres ontem à noite. Antes disso, estávamos viajando pelo continente.
— Se quiser visitar o Parlamento, srta. Vangelder, do qual sou um dos membros, ficarei deliciado em poder servir de cicerone. Não possuo um cargo muito alto, mas ele é suficiente para poder levá-la para tomar um chá no terraço de suas dependências. Achará muito interessante.
— Talvez daqui há alguns dias a srta. Vangelder consiga ficar livre dos vários compromissos que assumiu — lady Westron interrompeu a conversa.
Depois de se desculpar com Curzon, a tia pegou Sunny pelo braço e levou-a para longe.
— O sr. Curzon é o homem mais bonito que já vi em toda minha vida! — Sunny murmurou.
— Sim, mas é o filho caçula de três irmãos... E por esse motivo não herdará o título da família. — lady Westron deu-lhe um olhar de advertência. — Não é o tipo que sua mãe aprovaria para você.
— Entretanto como membro do Parlamento britânico, deve ter algum prestígio — Sunny ponderou. — Meu avô aprovaria com toda certeza.
— O almirante Vangelder não iria querer um homem sem um título de nobreza para sua neta favorita! — lady Westron retrucou, com firmeza. — Venha, quero que conheça lorde Traymore. Um título irlandês, infelizmente, mas um conde é um conde. Além de ser muito charmoso, com ele você terá mais oportunidades.
Obediente, Sunny seguiu a madrinha até o próximo grupo de convidados, apesar de ter prometido a si mesma que escaparia dali, na primeira oportunidade que tivesse, pois queria visitar o jardim antes que fossem embora.
Ela se sentia feliz por ter se livrado da mãe. Augusta Vangelder era uma mãe muito devotada e solícita, contudo possuía ideias inflexíveis sobre como as coisas deveriam ser. Estava de cama numa suíte do hotel Claridge e, por isso, Sunny estava acompanhada da tia e madrinha, que era muito mais liberal e podia ser considerada uma verdadeira amiga.
Lady Westron conhecia todos os presentes e fazia alguns comentários, às vezes bastante engraçados, sobre eles, antes de apresentar a Sunny, fazendo com que a sobrinha tivesse de segurar o riso.
— Onde está o duque de Thornborough? Gostaria de conhecer nosso anfitrião tão prestativo — Sunny indagou.
Lady Westron olhou ao redor e depois apontou com ura gesto de cabeça.
— Aquele ali... Alto...

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