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23 de novembro de 2020

Promessas Decididas

 Série Promessas

 Ela pode fugir do passado, mas não de seu futuro...

Enquanto Jackson Montgomery volta para casa após coletar uma recompensa particularmente difícil, ele está ansioso por uma boa refeição, bebida forte e talvez alguma companhia feminina. Mas quando ele vê sinais de vida em uma casa famosa por sua construção de segunda categoria, ele não consegue resistir a dar uma olhada em quem foi tolo o suficiente para acreditar no desastre. Ele espera encontrar um novato, com certeza.
Ele não está muito longe... Mimi Banfield pensou que estava perdida quando caiu em um poço cheio de cascavéis, até que um homem apareceu com os cachos dourados de um anjo para resgatá-la. Jackson tem todas as habilidades de sobrevivência que ela está perdendo e ele é apenas o homem para mostrar a ela como sobreviver no Oeste. Como a guardiã recém-nomeada de três órfãos, ela certamente precisava de uma ajuda. Ele transita perfeitamente para a vida com Mimi e as crianças, sem saber que ela tem um segredo mortal. Quando ela confessar, pode ser tarde demais para a salvação.

Capítulo Um

Ele seria condenado. Afinal, alguém tinha sido tolo o suficiente para comprar a casa dos Bentley. Jackson puxou seu cavalo e estudou a traidora coluna de fumaça que subia acima dos pinheiros na depressão. Bentley estava tentando se desfazer daquele lugar por anos sem sucesso. E não é de admirar. O lugar era uma prova viva da reputação de incompetente de Bentley por nunca concluir qualquer trabalho que pudesse ser deixado pela metade. Caramba, sua reputação tinha se estendido até os bons trinta quilômetros até a casa de Jackson em Cattle Crossing, Wyoming. Demorou muito para se destacar naquela cidade de excêntricos, mas Bentley conseguiu. Tanto é assim que sempre que alguém faz menos do que o necessário, eles ganhavam o apelido de Bentley.
A égua balançou a cabeça em protesto. Ela queria sua aveia tanto quanto Jackson queria sua cama. Esta última recompensa foi cansativa. Bucktooth Bart o levou a uma alegre perseguição por algumas das terras mais duras, mas no final, ele o pegou e puxou sua bunda de volta para o xerife de Dover para o julgamento. Em retrospecto, a recompensa não parecia gorda o suficiente para a quantidade de esforço que ele despendeu. Mas sempre foi assim.
Assim que ele pegasse uma pista, não importava qual era a recompensa, apenas que ele a pegasse. Jackson suspirou e deu um tapinha na bolsa de dinheiro no bolso da camisa. Ele realmente precisava trabalhar naquele foco muito rígido. Ele não era tão jovem quanto costumava ser. Completar 28 anos no mês passado o tornou introspectivo em relação a muitas coisas. Incluindo o fato de que a emoção da perseguição não estava grudada em seu sorriso como costumava fazer. Em vez de se sentir vitorioso após esta última recompensa, agora ele estava muito cansado e ansioso por alguns dias de descanso e então voltar a trabalhar no armazém dos McKinnley. Algo que ele raramente fazia mais. Por razões que tinham mais a ver com aquela inquietação interior do que falta de tempo.
Jackson suspirou. A verdade era que ele deveria estar trabalhando em seu próprio rancho o Lazy M, mas o lugar parecia ter deixado de ter vida após a morte de sua mãe. Como se também lamentasse a risada que outrora fora o coração de sua casa. Ele não culpou seu pai por partir em busca de um novo amor.  Jackson havia feito sua própria corrida. Simplesmente tinha sido mais fácil caçar recompensas e trabalhar no rancho McKinnley do que remodelar o Lazy M em torno do buraco deixado pela ausência de seus pais. Oh, ele pagava para alguém cuidar da casa e fazer o que era necessário para a manutenção básica quando estava na cidade, mas nunca ficava muito tempo.
Parte dele continuava esperando que Big Jake voltasse e continuasse de onde havia parado, mas ultimamente Jackson estava começando a se perguntar por quanto tempo mais ele poderia deixar o Lazy M definhar. Havia uma impaciência roendo suas entranhas para tirá-lo do luto, para separar seu rancho McKinnley...




Série Promessas
1 - Promessas que Unem
2 - As Promessas se Cumprem
3 - Promessas que Prevalecem
4 - Promessa Revelada
5 -Promessas Decididas
Série concluída

 


Uma Magia Distante

Série Guardiões

Em sua viagem a Marselha, Jean Macrae, membro da linhagem escocesa dos Guardiões, é capturada pelo atraente e poderoso pirata Nikolai Gregório.  

A jovem ruiva logo descobrirá que ele não é um patife em busca de um resgate, e sim que, por trás de seus motivos, ele esconde uma velha vingança contra o próprio pai dela, que abandonou o jovem Nikolai a seu destino em uma emboscada em alto mar. Depois de anos como escravo, o destino dá a Nikolai seu momento para sua vingança, mas, infelizmente, seus poderes mágicos não serão de grande ajuda contra a intrépida e curiosa escocesa, com quem, além disso, ele sente uma conexão profunda. Estando ela capturada e incapaz de lutar contra o que já estava escrito, eles vão forjar uma aliança que os levará a começar na arte da magia, a conhecer o alcance de seus poderes e a lutar contra a escravidão, numa aventura através do tempo, do amor e do significado de suas vidas.

Capítulo Um

Valletta, ilha de Malta, outono de 1733
Os dois senhores estrangeiros que atravessaram a praça do mercado de Valletta pareciam ter bolsos dignos de um assalto. Nikolai seguiu discretamente a multidão, ciente de que eles não notariam um garoto do tamanho dele no meio daquela agitação. Sobre sua cabeça, ele escutava uma dúzia ou mais de idiomas. Nikolai conhecia todos eles e poderia ser entendido na maioria deles. Valletta era a encruzilhada do Mediterrâneo, um lugar onde a Europa, África e Ásia se uniam para trocar suas mercadorias.
Esses homens tinham os cabelos e a pele clara dos europeus do norte. Quando Nikolai chegou perto o suficiente para ouvir a conversa, descobriu que falavam inglês. Essa era uma das línguas que ele falava melhor, pois sua mãe tinha uma fraqueza pelos marinheiros ingleses.
Havia outros estrangeiros vagando pelo mercado, mas aqueles dois tinham o ar e as armadilhas da riqueza e eram tolos o suficiente para andar sozinhos, sem guardas. Eles teriam sorte se voltassem ao barco ainda com as roupas.
Ainda atrás deles, Nikolai deslizou atrás de uma carruagem puxada por um jumento para se aproximar de sua presa. Seu talento para passar despercebido o salvara de morrer de fome nos anos após a morte de sua avó, embora raramente conseguisse se alimentar bem.
O mais alto dos dois ingleses, um homem corpulento de cabelo vermelho escuro, com bastante toques cinza, parou para admirar as bugigangas de um vendedor maltês. Ele levantou um par de brincos de filigrana de prata.
— Acho que minha esposa vai gostar disso.
— Nós vimos melhores na Grécia, Macrae — comentou seu companheiro. Ele era mais baixo e mais jovem, com uma constituição fina e um gosto elegante para se vestir. — Diga-me novamente por que você estava tão determinado a parar em Malta.
— Valeu a pena voltar à terra firme por um dia ou dois. — Depois de chegar a um acordo com o vendedor, Macrae pagou dois pares de brincos de prata. — Além disso, tenho a sensação de que aqui está alguém que vale a pena conhecer.
— Que estranho! — O outro bufou.
Nikolai prestou pouca atenção à conversa, que só lhe interessava porque mantinha sua presa distraída. Quando o mais alto dos dois homens se virou para o companheiro, Nikolai colocou uns dedos semelhantes a borboletas no bolso direito. Sim, ali havia moedas...
De repente alguém agarrou seu pulso e ele viu-se perfurado por penetrantes olhos cinzas. Olhos que o observavam como ninguém o olhara desde a morte de sua avó.
Tentou escapar mordendo a mão de Macrae e saltou para longe quando ele o soltou praguejando. Ele correu para um beco próximo. Através das ruelas fétidas e sinuosas de Valletta, podia despistar aqueles dois brutos num piscar de olhos.
O mais baixo proferiu várias palavras ininteligíveis. O ar estremeceu estranhamente e de imediato Nikolai sentiu que seus membros não respondiam. Embora quisesse correr, mal conseguia ficar em pé. Ele caiu contra os tijolos da parede do beco, respirando laboriosamente. Não se sentia tão fraco desde que esteve prestes a morrer da mesma febre que levara sua mãe.
Macrae entrou no beco e pôs as mãos sobre seus ombros; então se agachou até seus olhos estarem nivelados.
— Não queremos machucá-lo — ele disse em bom italiano.
Nikolai cuspiu nele, mas sem saber como errou o alvo. Macrae franziu a testa.
— Ele não parece entender italiano — disse ele em inglês. — Eu gostaria de conhecer aquele árabe asqueroso que as pessoas aqui falam.
Nikolai não se incomodou em cuspir novamente, já que não ajudava. Mas rosnou como um cachorro. Árabe asqueroso! Sim! O maltês era a língua antiga dos fenícios. Mas como nunca fora aprisionada na forma de um alfabeto, era o jargão privado dos malteses, um mistério para estrangeiros estúpidos como aquele.
O baixo que estava atrás do ruivo disse sarcasticamente:
— Tem certeza de que quer falar com um cachorro raivoso como esse?
Macrae se endireitou e soltou os ombros de Nikolai.
— Olhe isso com uma visão mágica e depois me pergunte novamente.
Os olhos do homem baixo se estreitaram por um momento; então eles se arregalaram. — Bom Deus, o menino irradia poder!

Série concluída


 



28 de abril de 2016

Casamento Alquímico

Série Guardiões

Sir Adam Macrae passou um ano na Torre, acorrentado em ferro e condenado pelo seu apoio a Maria, Rainha dos Escoceses. 

Adam é um poderoso mago que pode controlar o tempo, e o ferro o priva de seu poder.
Para sua surpresa, um dia Mestre John Dee, o mago da corte de Elizabeth, lhe pede que conjure uma poderosa tormenta para afundar a frota espanhola. 
Adam odeia os espanhóis, mas odeia ainda mais os ingleses, e se nega. 
Dee o apresenta a Isabel de Cortes, uma maga de ascendência espanhola, que tem motivos para odiar seu país ancestral.
Quando Adam usa o cristal de vidência de Isabel e vê o que pode acontecer com sua amada Escócia, se compromete a provocar a tormenta, mas um ano acorrentado drenou seu poder. 
No entanto, Isabel é uma mulher forte que junto com Adam pode ser capaz de reunir a energia necessária para pôr fim a Armada, se é que podem desenvolver a confiança exigida para cooperar entre si.

Capítulo Um

Torre de Londres, julho de 1588
Mesmo que as celas fossem espaçosas e estivessem mobiliadas como correspondia a um prisioneiro de nível, as frias paredes de pedra estavam saturadas com a dor e a morte. Sir Adam Macrae caminhou por sua prisão, sacudindo os grilhões e se perguntando se seria concedido a ele a formalidade de um julgamento antes de ser executado. Ou seria mantido para sempre ali, apodrecendo no silêncio enquanto seu espírito e seu corpo definhavam?
A grossa porta rangeu ao ser aberta. Se virou com cautela, sabendo que não era a hora da entrega dos alimentos. Sua expressão se endureceu a entrada de dois homens com capas escuras e capuz. Assim que a Rainha Virgem e seus conselheiros tinham escolhido silenciá-lo, assassinando-o ao invés de se arriscar a decapitar um escocês proeminente.
Bem, por Deus, não seria derrubado sem uma luta. Se apoderou do pedaço da corrente que conectava suas algemas. Ainda que o detestável ferro reduzisse seu poder, os pesados elos seriam uma arma aceitável.
O mais alto dos homens tirou o capuz, revelando uma longa barba branca e um olhar penetrante. Era John Dee, o bruxo da rainha.
Macrae recobrou o fôlego. Dee tinha verdadeiro poder, assim como influência com a Rainha, mas não seria enviado ali para realizar um simples assassinato.
— Achei que vivia no continente, Mestre Dee. Me disseram que talvez terminasse seus dias na Boêmia, onde seu trabalho é muito valorizado.
Dee lhe deu um pequeno sorriso seco.
— Oficialmente, ainda estou na Boêmia, mas minha rainha me necessitava para uma grande crise que se aproxima.
— Inglaterra está em perigo? Esplêndido. — Macrae aplaudiu, as argolas tilintaram — Rogo por força a seus inimigos.
— Não seja tão rápido para invocar a destruição. Existem destinos piores que Elizabeth, não importa o pouco que você goste dela.
— Ela assassinou a rainha dos escoceses, — disse terminantemente Macrae — merece tudo o que disse e mais.
— Ninguém lamentou a morte de Maria Stuart mais do que Elizabeth. Ela permaneceu a seu lado por anos — décadas — apesar de todas as evidências de que sua rainha estava envolvida em complôs traidores. A necessidade de executar sua própria prima e companheira soberana, provocou em Elizabeth uma dor que quase a deixou louca.
— No entanto, assassinar sua prima, foi o que fez.


Série Guardiões
0.5 - Casamento Alquímico
1 - O Beijo do Destino
2 - Magia Roubada
3 - Feitiço de casamento
Série concluída

26 de abril de 2016

Magia Roubada

Série Guardiões
Nos escuros bosques da Inglaterra do século XVIII se trava um combate encoberto dos olhos dos homens. 

Simon, membro da estirpe de magos conhecida como os Guardiões, enfrenta o renegado Drayton. 
Mas o poder deste último é muito grande e só a intervenção de uma estranha jovem, Meg, salva Simon de uma morte certa. 
Meg não tem consciência de seu passado nem de sua verdadeira natureza, já que seus poderes, sua personalidade e até mesmo sua beleza, foram reprimidos durante anos através de um feitiço para servir os escuros interesses de Drayton. 
Quando está perto dela, Simon descobre pela primeira vez a magia mais antiga e poderosa que existe: a paixão. Mas para poder desfrutar de seu inesperado amor, antes terão que deter as maquinações do mago escuro, em uma apaixonante aventura onde se conjugam o mistério, a magia e o romance. 
Meg não lembra de nada da sua vida antes que Lorde Drayton a encontrasse no bosque. Sua inteligência, sua forte personalidade e sua vontade própria estão submetidas desde então pelo poder do feiticeiro. 
Um poder capaz de ocultar sua autêntica beleza e fazer que os demais a vejam como uma jovem feia e comum. 
Ela nem mesmo suspeita que possui um enorme dom mágico, um poder que Drayton aprendeu a utilizar e a única razão porque a mantém viva. Até que o encontro com outro mago, Simon, consegue que o malefício se quebre. 
Duas emoções vêm então inquietar a alma da jovem: o desejo de vingança contra o homem que a atormentou durante anos e o poderoso impulso do amor, junto daquele que lhe devolveu sua verdadeira natureza. 

Capítulo Um

Monmuthshire, 1748 
Como Conde Falconer, Simon Malmain viajava escoltado por carruagens, cocheiros e, sobretudo, seu valete. Como o encarregado de fazer cumprir a lei do Conselho dos Guardiões, viajava sozinho, como uma escura sombra na noite.
O céu estava coberto de nuvens, perfeito para as manobras secretas. Ia vestido de negro e levava o cabelo loiro escondido debaixo do tricórnio. E não porque temesse Lorde Drayton, cujos poderes eram menos impressionantes que suas ambições, mas porque um caçador astuto não deixava nada ao azar.
Tinha deixado o cavalo em um prado para poder se aproximar do castelo de Drayton com a maior discrição possível. Havia estado vigiando o castelo à distância e conversado com um antigo criado que partiu porque temia por sua alma. 
O senhor estava em casa, fazia pouco que tinha retornado de uma viagem a Londres, onde ocupava um cargo no governo. Simon tinha cogitado a possibilidade de se enfrentar com ele na cidade, mas logo acabou decidindo por este lugar mais remoto. Se ocorresse uma batalha mágica, quanto menos gente fosse afetada, melhor.
O castelo se levantava acima de uma colina rochosa circundada pela curva de um rio que levava até Severn. A construção original tinha sofrido reformas e ampliações ao longo dos séculos, mas seguia assentada na imponente colina que repelia ataques. Teria custado muito aos soldados penetrar no castelo. À Simon, não.
Encontrou-se com o primeiro obstáculo no alto da colina. Era um escudo de proteção surpreendentemente eficaz. Drayton deve ter praticado bastante. Simon começou a desenhar uma série de símbolos com uma mão. No campo energético, se abriu um buraco com forma humana. Simon o cruzou e o fechou, deixando-o intacto. Ainda que pudesse ter se livrado dos vigias no mesmo instante, não queria colocar Drayton de sobreaviso.
O obstáculo seguinte foram as portas fechadas. Por sorte, tinha uma porta lateral que dava acesso ao castelo e que ficava bem escondida pela abundante vegetação. O feitiço que protegia a fechadura não resultou em nenhuma complicação para Simon. Silenciou o ranger da porta e a fechou atrás de si sem fazer ruído. Seria melhor deixá-la sem passar o trinco. Supôs que não teria que sair correndo, ainda que nunca considerasse nada como certo. Os Guardiões encarregados de fazer cumprir a lei que faziam suposições, tinham muitas poucas possibilidades de morrer na cama.
Oculto detrás da sombra da parede, usou seus sentidos mágicos para estudar o pátio. Tinha um par de guardas entediados vigiando a partir da torrezinha que havia em cima das portas de acesso ao castelo. Em uma Inglaterra em período de paz, aquilo demonstrava que Drayton era um homem desconfiado. Sem dúvida, o produto de uma consciência culpada.
Antes de entrar, observou a torre do tributo. A essa hora, a maioria dos criados estavam dormindo nos desvãos ou nos estábulos, um edifício separado atrás do castelo. 
Enrugou o nariz com desagrado quando percebeu a energia daquela propriedade. Era intensa, corrupta, com a maioria dos seus habitantes prisioneiros do medo e da brutalidade. 
Sentiu a inquieta e mais limpa energia de uma jovem, talvez uma donzela muito jovem. Simon supôs que a pobre logo teria motivos de sobra para amaldiçoar seus pais por tê-la posto para trabalhar sob o mando de Drayton. Pode ser que até mesmo estivesse literalmente submetida a ele. Outra razão a mais para enfrentá-lo antes de que pudesse fazer mais danos.
Em um canto do segundo andar, havia uma sala iluminada e Simon percebeu que Drayton estava ali trabalhando. Sua energia estava tranquila, não tinha se dado conta que alguém havia entrado no seu castelo.
Protegendo-se com um feitiço de invisibilidade, cruzou o pátio e subiu pelas escadas da torre de tributo. 
Os guardas da torre não reagiram, se o viram, foi só como uma sombra.

Série Guardiões
0.5 - Casamento Alquímico
1 - O Beijo do Destino
2 - Magia Roubada
3 - Feitiço de casamento
Série concluída


9 de fevereiro de 2016

O Casamento do Século





Primeiro veio o casamento... Depois, a paixão!

Justin Thornborough, nono duque de Thornborough, precisava se casar urgentemente com uma herdeira rica, para livrar a família da falência. 
E a primeira pessoa em quem ele pensou foi Sarah Vangelder, uma milionária americana, que conhecera alguns meses antes, em uma festa. 
Depois que todos os arranjos foram feitos e os termos do casamento colocados no papel, eles se casaram na cerimônia mais esperada do século. Mas o que era para ser apenas um "arranjo" tomou um caminho inesperado quando Sarah descobriu-se apaixonada pelo marido...

Capítulo Um

Sarah Vangelder, passeando por entre os imensos jardins, constatou que acertara quando havia decidido realizar uma visita aos campos ingleses, depois de duas semanas de vida social intensa em Londres. Sim, respirando o ar puro e tranquilo, nos domínios daquele vasto palácio em estilo vitoriano, certificou-se de ter sido uma ótima opção de descanso.
A natureza parecia ter colaborado e abençoando o lugar. Nuvens brancas pontilhavam o céu azul. A grama e as árvores reluziam ao sabor de uma leve e agradável brisa e os famosos canteiros de Swindon estavam floridos, apesar de ainda não terem alcançado seu apogeu de beleza e exuberância, embora a primavera não tivesse começado.
Todos os convidados, ali presentes, pertenciam à mais alta linhagem da sociedade britânica e europeia. Os homens eram quase todos de famílias aristocráticas que contavam mais de quatrocentos anos, bonitos e garbosos em seus fraques e cartolas. 
As mulheres usavam vestidos lindos e extravagantes, modelos da última moda de Paris. Pelo menos, era o que ia pensando Sarah Catherine Vangelder, da rica família dos Vangelder, multimilionários de Nova York. A mulher a seu lado olhou-a, preocupada:
— Não me parece empolgada, Sunny.
Sarah olhou para a madrinha, com um sorriso nos lábios.
— Olhe só quem está falando! Como pode fazer um comentário desses a famosa Kathie Schmidt, de San Francisco, que escandalizou todo o high-society ao andar a cavalo pelo Hyde Park?
— Ora, ora! — ponderou a outra, sem nenhum sotaque americano. — É que agora não sou mais a Kathie Schmidt. Sou Katherine Schmidt Worthington, condessa de Westron, dama de companhia de sua rebelde e sem modos afilhada e sobrinha.
— Pensei que nós, garotas norte-americanas, fôssemos admiradas por nossa determinação e coragem — Sunny retrucou, ainda rindo. — E por nossa fortuna... É claro!
— Mesmo nas camadas sociais mais altas, as boas maneiras são bem-vindas, querida. Se quiser se tornar uma duquesa, deve se comportar melhor.
— E se não quiser?— indagou, depois de alguns instantes.
— Sua mãe passou os últimos vinte anos dando-lhe a melhor educação que o dinheiro pode comprar — lady Westron respondeu. — Será uma pena se tiver perdido tanto tempo...
— Sim, tia Katie. Se me comportar direitinho, posso ver o famoso jardim de inverno mais tarde?
— Não até que a apresente a todos que merecem ser conhecidos. Negócios antes do prazer, minha querida.
Lady Westron continuou a andar por entre os convidados, parando de vez em quando para apresentar à afilhada as pessoas mais influentes presentes àquela reunião.
Sabendo que estava sendo observada com muito rigor, Sunny sorria polida e conversava com toda a educação que achava possuir. Tentou não parecer deslumbrada com tudo o que via, até que foi apresentada a Paul Curzon.
Alto, loiro e simpático, Curzon era o tipo de homem que fazia qualquer mulher suspirar. Após os cumprimentos de praxe, ele disse:
— Foi um imenso prazer conhecê-la, srta. Vangelder.
— Chegou há pouco tempo à Inglaterra? — A pergunta foi acompanhada por um sorriso cativante.
Se não fosse pela rigorosa educação que tinha recebido, Sunny teria pulado no pescoço dele, como se fosse uma mulher vulgar. Em vez disso, murmurou:
— Cheguei de Londres ontem à noite. Antes disso, estávamos viajando pelo continente.
— Se quiser visitar o Parlamento, srta. Vangelder, do qual sou um dos membros, ficarei deliciado em poder servir de cicerone. Não possuo um cargo muito alto, mas ele é suficiente para poder levá-la para tomar um chá no terraço de suas dependências. Achará muito interessante.
— Talvez daqui há alguns dias a srta. Vangelder consiga ficar livre dos vários compromissos que assumiu — lady Westron interrompeu a conversa.
Depois de se desculpar com Curzon, a tia pegou Sunny pelo braço e levou-a para longe.
— O sr. Curzon é o homem mais bonito que já vi em toda minha vida! — Sunny murmurou.
— Sim, mas é o filho caçula de três irmãos... E por esse motivo não herdará o título da família. — lady Westron deu-lhe um olhar de advertência. — Não é o tipo que sua mãe aprovaria para você.
— Entretanto como membro do Parlamento britânico, deve ter algum prestígio — Sunny ponderou. — Meu avô aprovaria com toda certeza.
— O almirante Vangelder não iria querer um homem sem um título de nobreza para sua neta favorita! — lady Westron retrucou, com firmeza. — Venha, quero que conheça lorde Traymore. Um título irlandês, infelizmente, mas um conde é um conde. Além de ser muito charmoso, com ele você terá mais oportunidades.
Obediente, Sunny seguiu a madrinha até o próximo grupo de convidados, apesar de ter prometido a si mesma que escaparia dali, na primeira oportunidade que tivesse, pois queria visitar o jardim antes que fossem embora.
Ela se sentia feliz por ter se livrado da mãe. Augusta Vangelder era uma mãe muito devotada e solícita, contudo possuía ideias inflexíveis sobre como as coisas deveriam ser. Estava de cama numa suíte do hotel Claridge e, por isso, Sunny estava acompanhada da tia e madrinha, que era muito mais liberal e podia ser considerada uma verdadeira amiga.
Lady Westron conhecia todos os presentes e fazia alguns comentários, às vezes bastante engraçados, sobre eles, antes de apresentar a Sunny, fazendo com que a sobrinha tivesse de segurar o riso.
— Onde está o duque de Thornborough? Gostaria de conhecer nosso anfitrião tão prestativo — Sunny indagou.
Lady Westron olhou ao redor e depois apontou com ura gesto de cabeça.
— Aquele ali... Alto...

27 de junho de 2014

Abraços de Seda

Trilogia Seda 

Laura Stephenson luta para ocultar sua natureza sensual sob uma fachada de rigidez vitoriana, até que o valente Major Ian Cameron lhe faz a uma proposta de casamento que ela se atreve a aceitar.

Depois de anos de cativeiro na Ásia Ocidental que acabaram com seus sonhos, Ian encontra nos olhos ambarinos de Laura a esperança em um futuro que ele acreditava impossível.
Juntos lutam por construir um matrimônio único. 
Mas o perigo e as intrigas que os rodeiam são menos danosos que os segredos ocultos em seus corações.
Só a coragem indomável do verdadeiro amor os fará livres para sair à luz, a selvagem paixão que os dois temem... E desejam.

Capítulo Um

Estação de Baipur, norte da Índia Central.
Pesadelos outra vez. Laura despertou ofegando e se levantou na cama gesticulando e sacudindo o mosquiteiro de musselina que a rodeava. Enterrou tremendo o rosto entre as mãos.
Quando acalmou um pouco o medo, se reprovou por ter se agitado tanto quando seus pesadelos eram muito velhos amigos. 
Começaram quando tinha seis anos, a primeira vez que foi testemunha da violência que podia existir entre um homem e uma mulher.
Com o tempo novas cenas foram se acrescentando aos pesadelos. A pior era a tragédia que destruíra sua infância, embora as imagens não se limitassem aos anos vividos como Larissa Alexandrovna Karelian. De fato, o evento mais humilhante aconteceu depois que se convertera em Laura Stephenson.
Hoje em dia os pesadelos não eram frequentes e geralmente só os tinha diante da perspectiva de uma mudança iminente. Mas infelizmente as imagens não tinham perdido nem um ápice de suas vividas emoções: medo, repugnância e vergonha. Paixão, desastre e morte.
Laura afastou, cansativamente, o cabelo avermelhado da testa úmida. Era uma mulher de vinte e quatro anos geralmente equilibrada, serena e composta ao extremo, mas em seus pesadelos era sempre uma menina frenética e aterrorizada, e por mais que tivesse amadurecido isso não mudara em nada. 
Talvez devesse se conformar e agradecer porque os pesadelos só vinham a ela duas ou três vezes ao ano. Parecia absurdo ter pesadelos quando ela mesma estava encantada diante da mudança que estava por vir. No dia seguinte partiria com seu padrasto para realizar um percurso pelo distrito, que era a parte mais gratificante da rotina anual. Entretanto a perspectiva despertara seus demônios interiores, que tinham lançado um de seus periódicos assaltos.
O ar tinha refrescado, a temperatura era agradável e no terraço os móbiles balançavam brandamente sob a brisa. Laura elevou o mosquiteiro e se levantou descalça. 
Sem fazer caso aos possíveis escorpiões se aproximou da janela, de onde se via a Este, as primeiras luzes do amanhecer. Bom. Aquilo significava que não tinha que dormir de novo.
Como muitos britânicos na Índia, seu padrasto e ela tinham o costume de passear a cavalo muito cedo, antes que se assentasse o calor do dia. 
O homem não demoraria a levantar-se e tomariam o café da manhã juntos, chá com torradas. Depois do passeio ele atenderia seus deveres como coletor do distrito, e ela se encarregaria dos múltiplos detalhes necessários para fechar a casa e preparar a viagem. 
Seria um dia ocupado e previsível. Mas por um momento, antes de acender o lampião, Laura saboreou as melodiosas notas dos móbiles e os outros sons e aromas da noite. 
A brisa acariciava o rosto e a escuridão voluptuosa a chamava. A paixão era a natureza da Índia e às vezes, muito frequentemente, Laura ansiava render-se a ela. 
Passou sem pensar as mãos pelo corpo, percorrendo os seios e os quadris enquanto sentia o quente palpitar da pele sob a fina camisola de musselina. 
Depois, dando-se conta do que estava fazendo, ruborizou-se e deu as costas à perigosa sensualidade da noite.

Trilogia Seda
1 - Beijos de Seda
2 - Segredos de Seda
3 - Abraços de Seda
Trilogia Concluída

2 de dezembro de 2013

Segredos de Seda

Trilogia Seda 
Aos dezessete, a megera Juliet Cameron tinha tudo.

Era formosa, tinha o mundo, pois ao ser filha de um diplomata britânico, tinha viajado muito, e havia se casado com o galhardo aventureiro Lorde Ross Carlisle. Mas a rígida moral da sociedade vitoriana e o temor de que seu amor apaixonado por Ross engolisse todas as forças de seu espírito, obrigam-na a escapar para sua amada Pérsia, a terra de sua infância.
Doze anos mais tarde, Lorde Ross Carlisle viaja à terra adotiva de Juliet para cumprir uma promessa.
Ali se reencontram e, ao viajar juntos em uma perigosa missão de resgate através do exótico Meio Oriente, o casal terá que enfrentar perigos desconhecidos.
E, enquanto a paixão se acende sob o impassível sol do deserto, é Juliet que começa a sentir-se apanhada em um amor adiado por muito tempo...

Capítulo Um

Londres, outubro de 1840
Lorde Ross Carlisle bebeu um gole de brandy enquanto pensava divertido que ver dois pombinhos fazer-se carinhos, era suficiente para conseguir que um homem partisse aos mais afastados limites da terra, que era exatamente onde Ross estava a ponto de ir. 
O fato de que os felizes apaixonados fossem seus melhores amigos não facilitava as coisas. Possivelmente inclusive as faziam mais difíceis.
Contemplou a cômoda sala iluminada com a suave luz dos candelabros onde estavam desfrutando de uma taça depois do jantar, brandy para os dois homens e limonada para Lady Sara, que estava nas primeiras etapas da gravidez e perdera o gosto pelo álcool. 
Os três tinham passado muitas noitadas como aquela e Ross sentira falta da conversa e a companhia.
O anfitrião de Ross recordou finalmente suas obrigações. Rompeu a silenciosa comunhão que estava compartilhando com sua esposa e levantou a garrafa.
— Um pouco mais de brandy, Ross?
— Muito pouco, por favor. Não quero beber muito, ou não terei a cabeça em condições para viajar pela manhã.
Mikahl Connery serviu uma pequena quantidade do líquido âmbar nas taças. Levantou a sua e ofereceu um brinde.
— Que tenha uma excitante e produtiva viagem.
Sua esposa, Lady Sara Connery, levantou seu copo e acrescentou.
— E que depois de toda a excitação, tenha uma feliz viagem de volta a casa.
— Beberei alegremente por ambos os desejos — Ross olhou Sara com muito carinho.
O matrimônio tinha assentado muito bem. Era sua prima e ambos compartilhavam a pouco habitual combinação de olhos castanhos e cabelos loiros, mas Sara tinha uma serenidade interior que Ross nunca tinha conhecido. Durante muitos anos a única paz que tinha encontrado fora nas viagens, em enfrentar desafios onde devia empregar toda sua mente e destreza.
— Não sofra por mim, Sara. O Levante é menos perigoso que outros muitos lugares onde estive. Certamente é muito mais seguro que as terríveis montanhas onde conheci seu inquietante marido.
Mikahl bebeu um gole e deixou a taça sobre a mesa.
— Possivelmente chegou a hora de que abandone seu incessante errar e se acomode, Ross — comentou com uma faísca risonha em seus olhos de uma cor verde brilhante. Apoiou uma de suas grandes mãos sobre a de Sara — Uma esposa é muito mais excitante que o deserto ou as ruínas de uma cidade.
— Não existe fanático maior que um convertido — replicou Ross com um sorriso — Quando chegou a Inglaterra faz um ano e meio, foi o primeiro em rir diante da idéia do matrimônio.
— Mas agora sou muito mais sábio — Mikahl apoiou um braço nos ombros de sua esposa e a atraiu para ele — É claro, somente há uma Sara, mas em algum lugar da Inglaterra deveria poder encontrar a uma esposa adequada.
Possivelmente foi pelo brandy, ou possivelmente apenas foi pura picardia da parte de Ross.
— Sem dúvida está certo — afirmou — mas tal modelo não tem nenhum valor em meu caso. Alguma vez mencionei que já tenho uma esposa?
Para sua satisfação, Ross viu que por uma vez conseguiu surpreender seu amigo.
— Sabe perfeitamente bem que nunca me disse tal coisa — manifestou Mikahl.
Franziu o sobrecenho e suas sobrancelhas negras quase se tocaram.
Sem acabar de acreditar olhou sua esposa com uma expressão interrogativa. Sara confirmou com um gesto.
— É muito certo, querido. Eu fui uma das damas de honra nas bodas — Olhou seu primo com uma expressão grave e acrescentou — Faz doze anos.
— Fascinante. 

Trilogia Seda
1 - Beijos de Seda
2 - Segredos de Seda
3 - Abraços de Seda
Trilogia Concluída
 

Beijos de Seda

Trilogia Seda
Chamava-se Peregrine e, como o falcão, era um homem selvagem e livre, extremamente atraente, fabulosamente rico, e deslumbrantemente sedutor que, procedente do Oriente Médio, abria passo na Sociedade vitoriana com decisão.
Mas seu único desejo era vingar-se de Charles Weldon, um desalmado proprietário de bordéis que, tempo atrás, converteu-se em seu inimigo.
E o plano de Peregrine não poderia ser mais diabólico: primeiro, seduzirá Sarah, a prometida...

Capítulo Um

A mensagem chegou logo a Lorde Ross Carlisle, que subiu a bordo do Kali ao fim de duas horas. Enquanto o alto e magro inglês subia à parte coberta do navio e era iluminado pela luz da lanterna, Peregrine o observava de um lugar estratégico entre as sombras.
Fazia dois anos que não se viam, e se perguntou quanto fortes resultariam ser os vínculos da amizade ali, na Inglaterra. 
Para o filho mais novo de um Duque, uma coisa era confraternizar com um aventureiro de duvidoso passado nas terras selvagens da Ásia, e outra muito diferente era introduzir a este homem em seu círculo. 
Os dois homens não podiam ter procedências mais diferentes, mas apesar disso existira entre ambos uma surpreendente harmonia de mente e de agir.
Inclusive à beira da morte nas montanhas da cordilheira Hindu Kush, Lorde Ross se mostrou inconfundivelmente como um aristocrata inglês. Agora, iluminado pela lanterna e usando peças de vestuário, cujo preço serviria para alimentar durante uma década a uma família Kafir, parecia o que era: um homem nascido na classe dirigente do maior império que o mundo jamais havia conhecido, com todo o aprumo dos de sua classe.
Peregrine se afastou do mastro e entrou na zona iluminada.
— Me alegro de que minha mensagem o encontrasse em casa, Ross. Foi muito amável vindo tão depressa.
Os dois homens se olharam nos olhos. Os de Lorde Ross eram castanhos, o que constituía um inesperado contraste com seu cabelo loiro. Entre eles sempre tinha existido competição, assim como amizade, e os motivos por trás deste encontro não seriam simples.
— Tinha que ver se era você realmente, Mikahl. — O inglês lhe estendeu a mão. — Jamais acreditei que o veria em Londres.
— Disse que viria, Ross. Não tinha que duvidar de mim. — Apesar do cansaço que se respirava no ambiente, Peregrine apertou com força a mão do outro homem, surpreso pelo grande prazer que sentia por este encontro. — Ceiou?
— Sim, mas tomaria com prazer uma taça desse brandy excepcional que sempre parece ter.
— Paramos na França especialmente para repor meu estoque. — Peregrine o guiou até seu suntuoso camarote, e quando chegaram nele examinou a seu companheiro. Lorde Ross era a viva imagem do lânguido aristocrata inglês; realmente tinha mudado tanto?
Cedendo a um impulso malicioso, Peregrine decidiu averiguá-lo. Sem avisar, virou sobre seus calcanhares e o golpeou com o cotovelo direito no estômago com tanta força que teria derrubado a um boi. Deveria ter sido um golpe que o incapacitasse, mas não foi.
Com a velocidade do raio, Ross agarrou o braço de Peregrine antes que o cotovelo pudesse tocá-lo. Logo o dobrou e retorceu, e lançou seu anfitrião no centro do camarote com um só movimento, suave e contínuo.
Quando aterrissou sobre seu ombro direito, Peregrine automaticamente encolheu seu corpo e rodou, indo parar de costas em um dos biombos. 
Se tivesse sido uma briga a sério teria reagido e teria se posto em ação, mas nesta ocasião ficou quieto no chão atapetado e conteve o fôlego.
— Me alegro de ver que a civilização não o abrandou. — Então sorriu, com a sensação de que os dois anos de separação tinham desaparecido. — Este movimento não aprendeu de mim.
Ross, cujo lenço e cabelo já não estavam impecáveis, rompeu em gargalhadas com expressão infantil.
— Decidi que, se era verdade que tinha vindo à Inglaterra, era melhor que estivesse preparado, velho diabo. — Estendeu uma mão para ajudá-lo a se levantar. — Paz?
— Paz 

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1 - Beijos de Seda
2 - Segredos de Seda
3 - Abraços de Seda
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