11 de novembro de 2017

A Condessa de Camus

Lady Madeleine não conseguia entender como se perder na mata em uma noite de tempestade, perto da casa onde passou alguns dias com a sua família, acabaria por levá-la a casar-se com um dos maiores libertinos contumazes das Ilhas. 
O Conde de Camus conhecido como um libertino, desejado pelas mulheres e invejado e odiado também por muitos de seus companheiros, foi forçado a um casamento que não esperava e nem desejava. 
Como havia terminado naquela situação? Poderia um libertino reformar-se quando não desejava ser reformado? Ela poderia perdoá-lo e acreditar que eles poderiam chegar a ter um casamento real?

Capítulo Um

Maddy se encontrava colocando os livros na salinha adjacente ao escritório do Robert. Sua irmã Júlia permanecia sentada em um dos puffs, ordenando os livros da seguinte seção que Maddy iria colocar na estante. Escutaram ruídos procedentes da biblioteca do outro lado e vozes masculinas que ainda não se entendiam com nitidez. Júlia olhou Maddy e esta lhe sorriu da escada. 
— Deve ser Robert com os amigos que o vieram visitar. É um pouco inapropriado que estejamos aqui, porque daqui pode-se ouvir com relativa clareza o que se diz na sua biblioteca privada caso permaneçam nas poltronas próximas à lareira. — encolheu os ombros —. Suponho que, esta sala, originariamente, estaria unida à biblioteca mas algum antecessor do Robert acreditou conveniente separá-las. Júlia sorriu com divertida curiosidade: 
— E dali se escuta o que se diz nesta salinha? — O certo é que não. Deve ser porque é muito pequena e não tem a acústica necessária. — Respondeu sorrindo. 
— Oh, bem melhor. Sempre me põe nervosa pensar que alguém a quem não vejo me escuta. Como nos camarotes do teatro ou nos jardins Vauxhall nos dias de concertos ao ar livre. 
— Júlia, não será porque seja uma pessoa muito charlatã. Júlia sorriu: — Bem, bom, confesso-o, estou acostumada a falar pouco. — Maddy elevou a sobrancelha irônica 
—. Mas, nem por isso me agrada que se escutem as conversas das quais tomo parte. — Olhou à parede adjacente à biblioteca 
—. Umm… tem razão começo a escutar com nitidez as vozes. Veremos, guarda silêncio. 
— Muito bonito. Você não gosta que lhe escutem mas ao contrário… — disse Maddy sorrindo. — Sshh, cala. Maddy sorriu negando com a cabeça. 
— Então, contamos com você para o sábado? — Perguntou Ferdinand 
—. O certo é que eu gostaria de desfrutar de uma boa partida de caça e prefiro não ter que lutar sozinho com alguns dos amigos de meu irmão. — Suspirou 
—. Ultimamente parece afeiçoado aos amigos idiotas. Todos riram. 
— Está bem, conta comigo, um fim de semana no campo caçando me virá bem para me limpar. — Respondeu Robert. — Sem mencionar para recuperar velhos costumes. — Joshua girou o rosto e olhou para Ferdinand sorrindo 
—. E, certamente espero, Ferdy, tenha tido a boa ideia de convidar adequada companhia feminina, assim, nosso amigo, pode recuperar-se das últimas três semanas de repouso. — Acrescentava, com certa ironia mal dissimulada. 
— E falando de repouso. — Riu brandamente Sebastian —. Não crê que é hora de enviar de retorno ao campo essa esposa, com a que, se não me recordo mal, dizia carregar por culpa de seu sentido de honra? Já está recuperado, assim não tem sentido que a tenha aqui, cuidando da casa e velando sua recuperação, salvo que tenha decidido, por fim, que não lhe vem mal ter uma mulher a seu lado. 
— Dizia, com um certo tom de ironia —. Mas se não for assim, não deve alimentar suas esperanças, tampouco seria justo para ela. 
— Logo, Seb, logo. — Respondeu Robert e uns segundos depois acrescentou — Tampouco se pode dizer que seja uma carga. Ao menos isso tenho que conceder-lhe, ocupou-se perfeitamente de tudo durante a minha convalescença, assim que um mínimo de cortesia lhe poderei mostrar. Eu goste ou não, é a condessa de Camus, de modo que, pelo menos, tratá-la—ei com deferência. Joshua sorriu: 
— Sei que é todo considerado e cortês, mas quanto mais a tenha perto, mais demorará para recuperar sua vida de antes, amigo. É você que sempre diz que por muitas vantagens que tenha a vida de casado não é o que você procurava nem desejava, assim, para que prolongar a situação? Como dizia Seb, não dê falsas esperanças à jovem condessa. Ao fim e ao cabo, lhe cuidou com dedicação e tato, e poderia considerá-la. Carregue ou não uma esposa que não é desejada desde que se uniu a ela, não quererá que comece agora a acreditar que ocupa um posto que não é dela, verdade? Além disso, sejamos justos, Robert, o certo é que não só lhe cuidou mas também não lhe deu nenhuma só preocupação nem lhe exigiu nenhum de seus direitos. Merece algo mais do que cortesia. Se não a quiser como esposa, não a humilhe voltando para sua vida, com ela como espectadora de primeira fila. 







7 comentários:

Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!