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21 de julho de 2020

Somente se você me amar

Série McBeth
Lady Anne Blanche é a terceira das filhas de Lord Cliff de Worken, Visconde de Plamisthow, e Lady Julianna. 

Tão parecida com a mãe, carinhosa, sorridente, inteligente, gosta das excentricidades de sua família com quem se sente segura e protegida por sua união inabalável. Ela não concebe sua vida e seu futuro longe dos seus, muito menos das mãos de um homem que a deixou com raiva e queria bater com a cabeça dura e arrogante a partir do momento em que o conheceu. Lorde Calvin Billers, visconde de Donver, não podia prever que o destino o levaria a procurar a ajuda de um velho amigo da família e, assim, encontrar um futuro inesperado. Ele não imaginava que essa jovem que o ajudou fosse apenas a filha de seu anfitrião, mas também a jovem que marcaria seu destino, apesar de seu caráter obstinado, sua antipatia por ele e sua capacidade de fazê–lo constantemente querer deixá–la irritada e resmungar sozinha. Sentir o fogo furioso de seus olhos cor de mel centralizado nele. Às vezes, porém, o destino é caprichoso e põe em prova aqueles que não o pedem. Um voo fará com que eles precisem e se unam para salvar suas vidas e sua reputação. Talvez a união de forças os leve a um futuro diferente do que eles imaginavam e até entendam que apreensões e antipatia mútuas não eram tais, mas o começo de algo que escapava a seu controle e vontade. Talvez fugir de homens que queriam matá–los não fosse o maior perigo que eles tinham que enfrentar, talvez fosse aquele com quem eles fugiam, talvez eles mesmos e seus próprios sentimentos. O destino é sábio ou caprichoso e louco? Somente se você me ama é o terceiro romance da saga das famílias Macbeth e Worken, depois de "Anjo com olhos cor de mel" e "Amando um duque".

Capítulo Um

Mansãon Brinfet em Mayfair, Londres, Era uma bonita tarde de primavera na cidade. A capital fervilhava de atividade na época preferida da aristocracia. A temporada social estava em seu apogeu e todos os jovens da nobreza e da aristocracia faziam a sua apresentação com a família e amigos começando com este ritual tão antigo quanto muitos dos salões onde se desenvolviam, para socializar com seus pares, pela primeira vez. Os melhores bairros, as ruas onde ficavam as melhores lojas, teatros e clubes, pareciam estar em atividade contínua. 
Mostravam suas melhores galas para aquela aristocracia, aquela nobreza e aquela classe alta que caminhava por alguns meses pelas ruas e instalações. Cada canto da cidade parecia sempre animado. A capital era um caldeirão de pessoas, vozes e vida. Londres parecia animada, agitada, concorrida e barulhenta da manhã até a noite. 
Era a época do seu auge e isso era notório nas ruas, nas casas, nas lojas, nos clubes e nos parques. Lorde Cliff de Worken, Visconde Plamisthow e excomandante da Marinha Real de Sua Majestade, desfrutava de uma tarde agradável em família na companhia de algumas das pessoas que mais amava. Ele permaneceu na poltrona mais próxima à lareira do salão azul da mansão Brindfet no elegante bairro de Mayfair, a principal residência da viúva de Brindfet, tia de sua esposa Julianna. 
Ele, sua esposa e seus quatro filhos tinham acabado de voltar de uma de suas viagens por mar e, como de costume, tinham-se instalado por algumas semanas em casa de tia Blanche, como todos a chamavam carinhosamente, antes de se mudar para a mansão Worken, na Irlanda, casa ancestral do Conde de Worken e pai de Lord Cliff. Era hora do chá da tarde e ele, Julianna e seus dois filhos menores, Anna e Simon, compartilhavam aqueles momentos com a tia Blanche e o Almirante, Duque de Frenton, ao que sempre chamaram apenas de Almirante, e que gostava para ser chamado desta forma, pois sentia orgulho dos seus distintivos, adquiridos durante anos de serviços na Marinha Real há muito tempo atrás. Desde o seu casamento, realizado no convés de um dos seus navios no porto de Londres, Cliff sentia-se completo e em paz com o mundo. 
Ele era grato a esse mundo, ao destino e aos céus que sua esposa, sua adorada Julianna, o amasse e estivesse com ele desde então. Não eram poucas as ocasiões em que ele ficava simplesmente olhando pra ela. Era o seu passatempo favorito e aquele que lhe dava o maior prazer, observar sua esposa com alguns ou todos os seus filhos, mesmo que estivessem fazendo a atividade mais simples. E esse era um daqueles dias. Sentada na espreguiçadeira com o mais novo de seus filhos, Simon, ela parecia uma linda madona das pinturas renascentistas. Uma linda e adorável madona com seu filho. Ele sorriu com o pensamento. 
Ao longo dos anos, Julianna, ganhou em beleza, serenidade e uma calma especial e sensual que não parecia diminuir nele nem seu desejo nem seu amor por ela. 
Amor que ele sentia com igual força e intensidade por seus filhos. Ele olhou para Anna, sua pequena Anna. Idêntica à sua mãe na aparência e caráter, embora talvez com a teimosia de seu pai. Ele sorriu novamente. Anna era uma versão pequena de sua Julianna e ele adorava. 
Ele amava todos os seus filhos, mas tinha alguma coisa em Anna que o fazia vê-la como uma extensão de si mesmo e, especialmente de Julianna e as mulheres McBeth, como a tia Blanche, sentada agora perto de outros.
 


Série McBeth
1- Anjo com Olhos cor de Mel
2- Amando um Duque
3- Somente se você me amar
Série concluída

25 de setembro de 2019

Anjo com Olhos cor de Mel

Série McBeth
Dizem que quando falta carinho, a uma mulher desde pequena, sua alma se encerra em uma couraça que é muito difícil rachar. 

Julianna, em troca, segue sendo confiante e generosa.
Extremamente tímida, mas com grande coração, procura sossego na cozinha assando deliciosos bolos, nos livros, na natureza, escapando de noite para ver as estrelas no bosque de sua Irlanda natal. Assim descobre uma noite um jovem ferido, a quem salva a vida, curando-o como viu fazer a seu pai.
Os anos passam e essa menina gordinha se transforma em uma beleza extraordinária, sem ser consciente disso. Depois da morte de seu pai, repudiada por seus irmãos, vê-se empurrada a procurar sua independência em Londres. O que não sabe é que há alguém que a admira e a busca em segredo. Aquele jovem ao qual salvou, filho do conde de Worken, sente-se em dívida com Julianna, a quem viu crescer e florescer até transformar-se em uma bela mulher.

Capítulo Um

Sem abrir os olhos, Julianna sabia que tinha chegado ao meio-dia. Notava o calor do sol roçando sua bochecha enquanto a outra permanecia apoiada sobre o travesseiro. Não tinha dormido nada em toda a noite, embora levava várias horas com os olhos fechados tentando conciliar o sono. 
Tentou recordar o acontecido nos dias anteriores, esfregou os olhos, que notava inchados de tanto chorar e que tinha passado vários dias sem verdadeiro descanso. Ela sentiu o corpo pesado, desajeitado e quase entorpecido do longo tempo passado encolhida debaixo do cobertor.
A morte de seu pai, ao cair do cavalo em uma manhã quando ia ao mercado de provisões negociar com os comerciantes, os preços do milho que estava a ponto de ser recolhido no imóvel, tinha suposto a perda do cabeça da família, do pai carinhoso e pormenorizado que a acompanhou toda sua vida, mas, além disso, da única pessoa que a amou seriamente desde que era um bebê gordinho e muito torpe.
Leme McBeth era um granjeiro honrado e trabalhador.
Era irlandês de origem, mas anos atrás, quando ainda era um menino, partiu de sua querida Irlanda para a Inglaterra junto a seus pais, seus irmãos e sua única irmã em busca de melhores oportunidades.
Com o transcurso dos anos, tinha decidido retornar as terras verdes e férteis da Irlanda procurando um futuro melhor que o que parecia ter no pequeno povoado costeiro onde se instalou com sua família, e no qual mal havia trabalho e futuro para uns poucos homens dispostos a trabalhar na pesca de pequena escala. 
Assim que chegou ao pequeno povoado do condado irlandês, de que eram oriundos todos os McBeth, soube que queria instalar-se nele e dedicar-se ao cultivo de milho ou de algodão, ou de algo que não implicasse sair para pescar, limpar pescado e ter que enfrentar os perigos do mar enfurecido depois das longas horas de tarefa na coberta de um navio, rodeado de homens cansados de trabalhar de sol a sol pelo mísero salário que lhes ajudava a manter a suas famílias.
Além disso, ele prometeu a si mesmo, ao completar 18 anos que deixaria essa aldeia costeira inglesa, e procuraria um trabalho que lhe permitisse ter uma família própria, uma esposa que o receberia todos os dias a hora do jantar e uns filhos aos quais veria crescer e lhes ensinaria como viver de maneira digna e honrada. 
Durante uns anos, trabalhou duro nos empregos que foram surgindo, desde madeireiro até carpinteiro, algo que lhe permitisse subsistir enquanto economizava o suficiente para arrendar uma das granjas da zona alta do povoado, que eram as mais férteis e produtivas.



Série McBeth
1- Anjo com Olhos cor de Mel
2- Amando um Duque





11 de novembro de 2017

A Condessa de Camus

Lady Madeleine não conseguia entender como se perder na mata em uma noite de tempestade, perto da casa onde passou alguns dias com a sua família, acabaria por levá-la a casar-se com um dos maiores libertinos contumazes das Ilhas. 
O Conde de Camus conhecido como um libertino, desejado pelas mulheres e invejado e odiado também por muitos de seus companheiros, foi forçado a um casamento que não esperava e nem desejava. 
Como havia terminado naquela situação? Poderia um libertino reformar-se quando não desejava ser reformado? Ela poderia perdoá-lo e acreditar que eles poderiam chegar a ter um casamento real?

Capítulo Um

Maddy se encontrava colocando os livros na salinha adjacente ao escritório do Robert. Sua irmã Júlia permanecia sentada em um dos puffs, ordenando os livros da seguinte seção que Maddy iria colocar na estante. Escutaram ruídos procedentes da biblioteca do outro lado e vozes masculinas que ainda não se entendiam com nitidez. Júlia olhou Maddy e esta lhe sorriu da escada. 
— Deve ser Robert com os amigos que o vieram visitar. É um pouco inapropriado que estejamos aqui, porque daqui pode-se ouvir com relativa clareza o que se diz na sua biblioteca privada caso permaneçam nas poltronas próximas à lareira. — encolheu os ombros —. Suponho que, esta sala, originariamente, estaria unida à biblioteca mas algum antecessor do Robert acreditou conveniente separá-las. Júlia sorriu com divertida curiosidade: 
— E dali se escuta o que se diz nesta salinha? — O certo é que não. Deve ser porque é muito pequena e não tem a acústica necessária. — Respondeu sorrindo. 
— Oh, bem melhor. Sempre me põe nervosa pensar que alguém a quem não vejo me escuta. Como nos camarotes do teatro ou nos jardins Vauxhall nos dias de concertos ao ar livre. 
— Júlia, não será porque seja uma pessoa muito charlatã. Júlia sorriu: — Bem, bom, confesso-o, estou acostumada a falar pouco. — Maddy elevou a sobrancelha irônica 
—. Mas, nem por isso me agrada que se escutem as conversas das quais tomo parte. — Olhou à parede adjacente à biblioteca 
—. Umm… tem razão começo a escutar com nitidez as vozes. Veremos, guarda silêncio. 
— Muito bonito. Você não gosta que lhe escutem mas ao contrário… — disse Maddy sorrindo. — Sshh, cala. Maddy sorriu negando com a cabeça. 
— Então, contamos com você para o sábado? — Perguntou Ferdinand 
—. O certo é que eu gostaria de desfrutar de uma boa partida de caça e prefiro não ter que lutar sozinho com alguns dos amigos de meu irmão. — Suspirou 
—. Ultimamente parece afeiçoado aos amigos idiotas. Todos riram. 
— Está bem, conta comigo, um fim de semana no campo caçando me virá bem para me limpar. — Respondeu Robert. — Sem mencionar para recuperar velhos costumes. — Joshua girou o rosto e olhou para Ferdinand sorrindo 
—. E, certamente espero, Ferdy, tenha tido a boa ideia de convidar adequada companhia feminina, assim, nosso amigo, pode recuperar-se das últimas três semanas de repouso. — Acrescentava, com certa ironia mal dissimulada. 
— E falando de repouso. — Riu brandamente Sebastian —. Não crê que é hora de enviar de retorno ao campo essa esposa, com a que, se não me recordo mal, dizia carregar por culpa de seu sentido de honra? Já está recuperado, assim não tem sentido que a tenha aqui, cuidando da casa e velando sua recuperação, salvo que tenha decidido, por fim, que não lhe vem mal ter uma mulher a seu lado. 
— Dizia, com um certo tom de ironia —. Mas se não for assim, não deve alimentar suas esperanças, tampouco seria justo para ela. 
— Logo, Seb, logo. — Respondeu Robert e uns segundos depois acrescentou — Tampouco se pode dizer que seja uma carga. Ao menos isso tenho que conceder-lhe, ocupou-se perfeitamente de tudo durante a minha convalescença, assim que um mínimo de cortesia lhe poderei mostrar. Eu goste ou não, é a condessa de Camus, de modo que, pelo menos, tratá-la—ei com deferência. Joshua sorriu: 
— Sei que é todo considerado e cortês, mas quanto mais a tenha perto, mais demorará para recuperar sua vida de antes, amigo. É você que sempre diz que por muitas vantagens que tenha a vida de casado não é o que você procurava nem desejava, assim, para que prolongar a situação? Como dizia Seb, não dê falsas esperanças à jovem condessa. Ao fim e ao cabo, lhe cuidou com dedicação e tato, e poderia considerá-la. Carregue ou não uma esposa que não é desejada desde que se uniu a ela, não quererá que comece agora a acreditar que ocupa um posto que não é dela, verdade? Além disso, sejamos justos, Robert, o certo é que não só lhe cuidou mas também não lhe deu nenhuma só preocupação nem lhe exigiu nenhum de seus direitos. Merece algo mais do que cortesia. Se não a quiser como esposa, não a humilhe voltando para sua vida, com ela como espectadora de primeira fila. 







6 de outubro de 2017

A Dama sem Nome


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Fugindo de seus tios, e de seus planos para ela e até mesmo de seu possível assassinato, Lady Adeline Claire Forley, adotou uma nova identidade.

Estava esperando encontrar um lugar seguro para aguardar os meses que faltavam para atingir a maioridade e ser livre. 
A idade em que já não estaria sob o poder de seu tio e poderia receber seu dote para começar uma nova vida longe dele, de sua tia e de suas primas. 
Lorde Alexander de Camus, Marquês de Southern, não imaginava o que aconteceria quando foi passar alguns dias na casa de sua tia. Esperava relaxar na companhia de sua família, mas nunca esperou se deparar com o amor. Se apaixonar era última coisa que ele esperaria e muito menos por uma jovem desconhecida e mais, sem nem sequer saber o seu nome real. Uma nova fuga só conseguiria mantê-los longe mesmo sabendo dos perigos que os cercavam, mas o maior perigo não seria se apaixonar e perder o objeto do desejo? 

Capítulo Um

O tio Edward e sua esposa Frances eram tão diferentes de seus pais como a noite e o dia. No momento em que entraram na mansão, a trataram com desdém, desprezo e como se fosse uma carga. O qual não melhorou quando se leu o testamento pois, desde esse dia, Addy passou a ser tratada como mais uma criada. 
A chamaram ao escritório de seu tio um dia depois da leitura do testamento, seis depois da morte de seus pais, e lhe informaram que seu pai tinha deixado um dote mas que até então tinha que ficar com eles e que, desde esse preciso momento, seguiria recebendo a educação que se esperava de uma jovem dama mas que, como agora já não era mais que uma menina 
“acolhida generosamente nessa casa pela bondade dos novos condes,” disse-lhe com evidente orgulho a tia Frances, devia ganhar o direito a permanecer ali e os gastos que geraria a seus tios pela comida, a educação e pelo teto sobre sua cabeça, deveria ajudar nas tarefas que determinassem sem reclamar ou seria enviada a uma instituição eclesiástica, longe do mundo que ela conhecia até então e de onde não poderia sair sem a permissão de seu tutor até os dezenove anos. 
Imediatamente, transferiram seus pertences para os quartos dos serviçais, lhe informaram que passaria a atender a suas primas, salvo quando fosse liberada dessas tarefas para assistir as aulas e que obedeceria a sua tia em todo momento, sob pena de ser expulsa de seu lar, já que, conforme lhe disseram, depois de receber de sua tia uma bofetada que a fez cair no chão como advertência para o futuro, não tolerariam uma menina desobediente, rebelde e consentida sob seu teto, menos ainda quando era acolhida por caridade. 
Ela não entendia nada. 
Como era possível que seus pais tivessem morrido? 
Como era possível que a tivessem deixado nas mãos daqueles parentes que nunca tinha visto em sua vida e que a desprezavam e humilhavam sem piedade? Chorou amargamente todas as noites na pequena cama de seu minúsculo novo quarto enquanto devia preparar sem reclamar, o café da manhã de suas odiosas primas e subir a seus quartos ao despertar, o senhor Greyson, o amável homenzinho que tinha sido secretário e administrador de seu pai, deu-lhe um conselho que serviria mais que nenhuma outra coisa no mundo desde esse momento. 
Disse-lhe que tentasse passar o mais desapercebida possível com seus tios e suas filhas, que procurasse obedecer sem se queixar já que os anos passariam rapidamente e no final teria a vida que merecia e que seus pais tinham querido para ela. E o fez. Durante os seguintes dez anos.



9 de setembro de 2017

A Marquesa Virgem

Nascida, educada e preparada para ser a esposa de um nobre de alto berço, de educação e preparação como a dela, lady Olivia, filha do visconde de Grossem não esperava se converter no principal escândalo da aristocracia das ilhas. 

Lorde James, marquês de Wellington, primogênito e herdeiro do duque Frettorn, provocou o escândalo, o prejuízo e o dano, muito além da reparação e o perdão. 
Quando recupera a prudência, parece ser muito tarde não só para ele, mas inclusive para quem, sem o compreender, o fez desejar o perdão sobre todas as coisas. 

Capítulo Um 

Em 1817, na vida social da nobreza londrina, ocorreram três fatos que se consideraram verdadeiramente relevantes e portanto, objetos de fofoca, intriga e, em muitos casos, comentários cruéis durante meses. 
O primeiro, o nascimento do primeiro filho do duque de Clayborn, um fato extremamente feliz porque nasceu um formoso bebê esse dia, a não ser as dúvidas a respeito de sua paternidade, pois toda Londres conhecia a relação existente entre a jovem duquesa e o primo do duque, qualificada por muitos como muito estreita. 
Deste modo, embora considerado e tratado como o herdeiro, esse bebê viveria toda sua vida com as palavras insidiosas sussurradas às suas costas e as olhadas desdenhosas ou censuráveis dos mais estritos moralistas da nobreza.
Não importava que realmente fosse filho do duque e sua jovem duquesa, nem que o primo do duque, que tanto tempo passava na casa deste, fosse um homem com uma dessas tendências consideradas, nesses tempos, como reprovável, desviada ou antinatural e que, portanto, jamais olhasse e menos ainda, tocasse à duquesa com intenção alguma que não fosse a do beijo cortês na mão ou o de ajudá-la a subir ou descer da carruagem ducal. 
E assim que esses detalhe não resultavam de interesse para essas línguas ávidas de destroçar a vida de seus congêneres por mero aborrecimento. 
Um segundo acontecimento gerou tantos ou mais fofocas nesse ano. A ruína econômica de um dos grandes totens da nobreza, o conde de Versham. 
Ruína que não era outra coisa que o resultado de suas escandalosas perdas no jogo, que derivaram em enormes dívidas com alguns dos maiores canalhas dos subúrbios, agiotas, chantagistas e jogadores da pior estirpe. Mas a ruína econômica de um nobre pelo jogo não era tão incomum. 
O que possivelmente era chamativo ou motivo de interesse para outros era o fato de que fosse o conde de Versham, um dos nobres com melhor reputação da alta sociedade, o protagonista dessa ruína, e quem, até que se conheceu sua debilidade, era considerado uma pedra angular de retidão entre seus pares; era conhecido sobretudo por sua altiva complacência de origem e pureza, especialmente, por seu público desprezo por todos os que não fossem de sua mesma condição e classe social; inclusive entre os de sua classe, considerava dignos só aqueles de berço e estirpes impecáveis. 
E foi precisamente a soma destas circunstâncias que gerou o escândalo, pois para resolver sua penosa e cada vez mais alarmante ruína, casou suas duas formosas e nobres filhas, de maçante ascendência, com dois homens extraordinariamente ricos mas sem nenhuma só gota de sangue aristocrata em suas veias, e linhagem aristocrática alguma, o que, é obvio, situou ao conde, suas filhas e a seus novos genros, na boca de toda a cidade, como objeto da fofoca preferida dos salões, clubes, casas e parques de Londres. 
Entretanto, tanto o duque como o conde tiveram sorte esse ano, pois se algo gerou polêmica, intrigas, falações, fofocas e, sobretudo, muitos comentários mordazes para os protagonistas foi um acontecimento concreto. 
Ou para ser mais exatos, vários acontecimentos de uma mesma história escandalosa, em que, como sempre ocorre, o único prejudicado acaba sendo a vítima inocente de todo isso, a pessoa que não fez nem pôde fazer nada para se defender e que, portanto, acabou danificada sem remédio. 
Em fevereiro desse ano, teve lugar um feliz acontecimento aos olhos de todos e, muito especialmente, aos olhos de uma jovem dama que acreditava que um 12 de fevereiro trocaria sua vida iniciando uma nova e feliz etapa em sua jovem e inocente existência. 
Esse 12 de fevereiro, em uma repleta igreja de Saint George em Hanover Square, na chamada Igreja da nobreza, teve lugar, ante quinhentos convidados da alta aristocracia, da nobreza e inclusive de algumas cabeças coroadas européias, o matrimônio entre lorde James, marquês de Wellington, primogênito e herdeiro do duque Frettorn, com lady Olivia, filha mais nova do visconde do Grossem. 
Era de um matrimônio acertado pelos pais dos nubentes, os quais tinham propriedades vizinhas perto de Kent e consideravam as bodas vantajosa para ambas as famílias. 
O herdeiro do duque se casava com a filha de um dos grandes nobres, educada desde o berço para ser a esposa um nobre. Para a jovem noiva, uma mocinha de vinte anos era o dia mais feliz de sua vida pois, desde menina esteve apaixonada por herdeiro do duque, seu bonito vizinho, esse menino, jovem e posteriormente homem, que ela via, como perfeito em todos os sentidos.